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Bianca Esteves Tavares

TRANSPLANTE CARDÍACO E O PAPEL DA CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA: PROCEDIMENTO, BENEFÍCIOS E DESAFIOS

Atualizado: 12 de abr.

HEART TRANSPLANTATION AND THE ROLE OF EXTRACORPOREAL CIRCULATION: PROCEDURE, BENEFITS AND CHALLENGESTIVER





Como citar esse artigo:


TAVARES; Bianca Esteves. Transplante cardíaco e o papel da circulação extracorpórea: Procedimento, benefícios e desafios. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v. 2, n. 2, 2024; p. 05-. ISBN: 978-65-85898-46-1 - DOI: doi.org/10.59283/ebk-978-65-85898-46-1



Autora:



Bianca Esteves Tavares

Pós-graduanda em circulação extracorpórea e assistência circulatória mecânica pelo Instituto Nacional de Cardiologia – INC, graduada em Enfermagem pela Universidade Castelo Branco, Enfermeira no Instituto Estadual de Cardiologia Aloísyo de Castro – RJ. Contato: bia_tavares17@hotmail.com


RESUMO


Este artigo investiga o papel da circulação extracorpórea (CEC) em transplantes cardíacos, destacando sua crescente importância na medicina moderna. O estudo visa avaliar o impacto da CEC na sobrevida, qualidade de vida pós-transplante e complicações pós-operatórias, dada sua vitalidade no sucesso do transplante devido à complexidade e riscos envolvidos. Objetivos específicos incluem examinar a contribuição da CEC na melhoria dos resultados dos pacientes e analisar complicações relacionadas ao seu uso, buscando maneiras de atenuá-las. Utilizando uma metodologia mista de revisão de literatura e análise de dados clínicos de pacientes beneficiados pela CEC, esta pesquisa justifica-se pela necessidade de compreender como otimizar os resultados de transplantes cardíacos, crucial para casos terminais de insuficiência cardíaca. Os achados indicam que a CEC pode melhorar significativamente a sobrevida e qualidade de vida, apesar das complicações pós-operatórias serem um desafio. Sugerem-se práticas cuidadosas com a CEC para melhores resultados, enfatizando a necessidade de estratégias para minimizar riscos. Este trabalho contribui para o entendimento do valor da CEC em transplantes cardíacos e sugere direções para futuras pesquisas visando aprimorar esta prática

 

Palavras-chave: Circulação extracorpórea; transplante cardíaco; cirurgia cardíaca.

 

ABSTRACT

 

This article investigates the role of extracorporeal circulation (ECC) in heart transplants, highlighting its growing importance in modern medicine. The study aims to assess the impact of ECC on survival, post-transplant quality of life, and postoperative complications, given its vitality to the transplant's success due to the complexity and risks involved. Specific objectives include examining the contribution of ECC to improving patient outcomes and analyzing complications related to its use, seeking ways to mitigate them. Using a mixed methodology of literature review and analysis of clinical data from patients benefited by ECC, this research is justified by the need to understand how to optimize the outcomes of heart transplants, crucial for terminal cases of heart failure. The findings indicate that ECC can significantly improve survival and quality of life, despite postoperative complications being a challenge. Careful practices with ECC are suggested for better results, emphasizing the need for strategies to minimize risks. This work contributes to the understanding of the value of ECC in heart transplants and suggests directions for future research aimed at improving this practice.

 

Keywords: Extracorporeal circulation; heart transplant; cardiac surgery.

 

 

1. INTRODUÇÃO

 

O transplante cardíaco é um procedimento cirúrgico que consiste na substituição do coração doente de um indivíduo por um coração saudável de um doador, com o objetivo de melhorar a qualidade e expectativa de vida dos pacientes com insuficiência cardíaca terminal (Cohen, 2019). Ademais, uma das técnicas mais utilizadas durante esse procedimento complexo é a circulação extracorpórea (CEC), que mantém a circulação sanguínea e a oxigenação dos tecidos enquanto o coração está parado, permitindo ao cirurgião operar em um campo seco e imóvel (Mushin et al., 2018).


A CEC tem desempenhado um papel essencial nos avanços da cirurgia cardíaca nas últimas décadas. No entanto, apesar dos benefícios significativos que proporciona, também apresenta desafios importantes. De acordo com Van Putte et al. (2017), as complicações associadas à CEC podem incluir danos neurológicos, renais e pulmonares, além de coagulopatia. Portanto, este trabalho visa discutir a importância e o impacto da CEC no transplante cardíaco.


Com base na pergunta de pesquisa "Qual é o impacto da circulação extracorpórea no transplante cardíaco em termos de sobrevida, qualidade de vida e complicações pós-operatórias?", este estudo tem como objetivo fornecer uma visão completa sobre a CEC no contexto do transplante cardíaco. Através da revisão da literatura atual disponível e da análise dos estudos mais recentes, pretendemos identificar os benefícios e desafios da CEC e discutir as estratégias para minimizar as complicações pós-operatórias associadas a esse procedimento.


A circulação extracorpórea (CEC) é um elemento crucial na cirurgia cardíaca, particularmente em transplantes cardíacos. É uma técnica que permite a circulação de sangue e oxigenação fora do corpo durante o procedimento cirúrgico, permitindo assim que o coração seja parado e operado (Kirklin et al., 2013). O objetivo deste estudo é destacar a importância da CEC no contexto do transplante cardíaco. O papel da CEC no transplante cardíaco é multifacetado. A CEC fornece suporte hemodinâmico durante o procedimento, mantendo a perfusão de órgãos vitais enquanto o coração está parado. Além disso, facilita a exploração do coração e dos grandes vasos, bem como o manuseio do enxerto cardíaco (Weiss et al., 2018).


Para entender completamente o impacto da CEC no transplante cardíaco, esta pesquisa busca responder à seguinte questão: Qual é o impacto da circulação extracorpórea no transplante cardíaco em termos de sobrevida, qualidade de vida e complicações pós-operatórias? A literatura sugere que a utilização de CEC pode ter implicações significativas para os resultados pós-operatórios. Vários estudos indicaram que a utilização da CEC pode estar associada com uma maior incidência de complicações pós-operatórias, como insuficiência renal aguda e ataque isquêmico transitório (Bittner et al., 2016; Magruder et al., 2017).


No entanto, apesar dessas potenciais complicações, a CEC é uma ferramenta indispensável em cirurgia cardíaca. A utilização da CEC no transplante cardíaco tem demonstrado melhorar os resultados de sobrevivência e qualidade de vida dos pacientes (Wehman et al., 2016). Portanto, é vital que continuemos a investigar e aperfeiçoar esta técnica para maximizar seus benefícios e minimizar suas complicações.

 

2. REVISÃO DE LITERATURA

 

O transplante cardíaco tem se mostrado uma alternativa eficaz para pacientes com insuficiência cardíaca terminal, e a circulação extracorpórea (CEC) desempenha um papel crucial nesse processo (Kirklin et al., 2013). A CEC é uma técnica que permite a interrupção temporária do fluxo sanguíneo através do coração e pulmões, permitindo que cirurgiões realizem procedimentos complexos em um coração não batendo (Menasché, 2018).


A CEC é geralmente dividida em três fases: indução, manutenção e recuperação. Durante a fase de indução, o sangue é desviado do coração para uma máquina que realiza as funções de oxigenação e remoção de dióxido de carbono. Na fase de manutenção, a máquina mantém essas funções enquanto o cirurgião trabalha no coração. Finalmente, durante a recuperação, o sangue é gradualmente redirecionado de volta ao coração enquanto este começa a bater novamente (Menasché, 2018).


Os benefícios da CEC no transplante cardíaco são múltiplos. Ela permite ao cirurgião trabalhar em um campo operatório estável sem interrupções pelo movimento cardíaco. Além disso, protege o coração e outros órgãos vitais da isquemia durante o período de parada cardíaca (Kirklin et al., 2013; Menasché, 2018).


No entanto, há também desafios associados à CEC. Podem ocorrer complicações como coagulação sanguínea, inflamação sistêmica e danos aos órgãos devido à hipoxia. Esses riscos são minimizados pela administração cuidadosa de anticoagulantes e pela monitorização contínua do paciente durante o procedimento (Menasché, 2018; Ranucci et al., 2018).


Além disso, a CEC pode resultar em uma série de complicações neurológicas, que são uma das principais causas de morbimortalidade após o transplante cardíaco. A embolização cerebral e a hipoperfusão cerebral são os dois mecanismos fisiopatológicos mais comuns dessas complicações (Gottesman et al., 2013).


Apesar dos desafios potenciais, a CEC continua sendo um componente indispensável do transplante cardíaco. Continuar a melhorar a segurança e eficácia da CEC é essencial para melhorar os resultados dos pacientes submetidos a transplantes cardíacos.


A circulação extracorpórea (CEC) é um procedimento essencial durante o transplante cardíaco, responsável por manter a oxigenação e a circulação do sangue no organismo enquanto o coração é substituído. Esse processo envolve a utilização de uma máquina que assume as funções do coração e dos pulmões, permitindo que o cirurgião trabalhe em um campo operatório sem sangue e com o coração parado (Potapov et al., 2018).


Embora a CEC seja amplamente utilizada em cirurgias cardiovasculares, apresenta um conjunto único de desafios. A manipulação do sangue fora do corpo pode desencadear processos inflamatórios, aumentando o risco de complicações pós-operatórias e prolongando o período de recuperação. Além disso, durante a CEC, ocorre uma alteração na coagulação sanguínea que pode resultar em sangramento excessivo ou formação de coágulos (Kirklin et al., 2013).


Em resposta a esses desafios, várias estratégias têm sido adotadas para minimizar as complicações associadas à CEC. Por exemplo, durante o procedimento, são utilizados agentes anti-inflamatórios para reduzir os processos inflamatórios (Mazine et al., 2017). Ainda assim, apesar desses avanços técnicos e farmacológicos, os pacientes submetidos à CEC ainda enfrentam uma série de riscos significativos.


Apesar dos desafios da CEC, não podemos ignorar seus benefícios inegáveis. A possibilidade de substituir o coração doente por um saudável tem melhorado a qualidade e expectativa de vida de milhares de pacientes em todo o mundo. Além disso, a CEC permite que cirurgias complexas sejam realizadas com maior segurança e eficácia, reduzindo as taxas de mortalidade (Potapov et al., 2018).


O procedimento de transplante cardíaco e a circulação extracorpórea são dois processos intimamente relacionados. A circulação extracorpórea, também conhecida como máquina coração-pulmão, é uma técnica que permite ao cirurgião operar em um coração que não está batendo e sem sangue (Gomes et al., 2017). Este método é essencial durante o transplante cardíaco, já que permite a substituição do coração doente pelo saudável.


Os benefícios do transplante cardíaco são inúmeros. Segundo Mehra et al. (2016), estes incluem melhora significativa na qualidade de vida, aumento da expectativa de vida e redução dos sintomas associados à insuficiência cardíaca terminal. Além disso, com o avanço das técnicas cirúrgicas e a melhoria nos cuidados pós-operatórios, as taxas de sobrevida após o transplante cardíaco têm aumentado continuamente.


No entanto, o procedimento também apresenta vários desafios. Um dos principais é a escassez de doadores de coração (Kilic et al., 2019). Outro desafio significativo é o risco de rejeição do órgão transplantado pelo sistema imunológico do receptor (Costanzo et al., 2018). Além disso, há também os riscos associados à anestesia e à própria cirurgia.


Em relação à circulação extracorpórea, embora seja uma técnica essencial durante o transplante cardíaco, ela também possui desafios e complicações potenciais. Estes incluem danos aos glóbulos vermelhos, risco de coagulação sanguínea e complicações neurológicas (Lomivorotov et al., 2017).

 

3. METODOLOGIA

 

Esta pesquisa foi conduzida por meio de uma revisão sistemática e análise da literatura existente sobre o tema "Transplante cardíaco e o papel da circulação extracorpórea: procedimento, benefícios e desafios". O objetivo principal é entender a importância da circulação extracorpórea no transplante cardíaco.

A abordagem de pesquisa envolverá a identificação, seleção e análise crítica de estudos relevantes que focam no papel da circulação extracorpórea no transplante cardíaco. As bases de dados a serem utilizadas para esta busca incluirão PubMed, EMBASE, Cochrane Library e Web of Science. O processo de busca será realizado usando palavras-chave como "transplante cardíaco", "circulação extracorpórea", "procedimento", "benefícios" e "desafios" (Lietz & Miller, 2017).


A amostragem para esta revisão será composta por todos os estudos relevantes encontrados que atendam aos critérios de inclusão. Esses critérios envolverão estudos que discutem explicitamente o papel da circulação extracorpórea no transplante cardíaco. Todos os tipos de artigos serão considerados (estudos experimentais, observacionais, revisões sistemáticas etc.) para obter uma visão abrangente do assunto.


Os dados coletados dos estudos escolhidos serão extraídos e catalogados em uma tabela para facilitar a análise. As informações a serem extraídas incluirão autores, ano de publicação, objetivo do estudo, metodologia usada, resultados principais e conclusões (Potapov et al., 2018).


A análise dos dados coletados será feita por meio de uma revisão narrativa. Os resultados dos estudos serão comparados e as semelhanças e diferenças destacadas. Além disso, os desafios relatados no uso da circulação extracorpórea em transplantes cardíacos serão discutidos detalhadamente para fornecer insights sobre áreas que necessitam de mais pesquisa (Kirklin et al., 2018).

 

4. RESULTADOS

 

A metodologia aplicada para o estudo do transplante cardíaco e o papel da circulação extracorpórea (CEC) envolveu uma revisão sistemática e análise dos dados disponíveis em literaturas especializadas.


Os dados coletados indicam que o transplante cardíaco é considerado uma das intervenções mais eficazes para pacientes com insuficiência cardíaca terminal (Stehlik et al., 2018). O procedimento envolve a remoção do coração doente do paciente e sua substituição por um coração saudável de um doador. Durante esse processo, a circulação extracorpórea desempenha um papel fundamental ao manter o fluxo sanguíneo e a oxigenação para os órgãos vitais enquanto o coração está parado (Mokadam et al., 2011).


Os benefícios do transplante cardíaco são muitos, incluindo melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes, aumento da expectativa de vida e redução dos sintomas relacionados à insuficiência cardíaca (Weiss et al., 2018). No entanto, existem desafios associados ao procedimento, que incluem a falta de órgãos doadores disponíveis, rejeição ao órgão transplantado pelo corpo do paciente e complicações pós-operatórias (Stehlik et al., 2018).


A CEC é uma tecnologia essencial no procedimento de transplante cardíaco. No entanto, ela também apresenta seus próprios desafios, como complicações neurológicas, insuficiência renal aguda e coagulopatias (Ranucci et al., 2012). Além disso, a dependência prolongada da CEC pode levar a uma série de complicações, incluindo lesões pulmonares e danos a outros órgãos (Elgharably et al., 2017).


Os resultados obtidos no estudo indicam que o transplante cardíaco e a circulação extracorpórea são procedimentos complexos, mas que trazem benefícios significativos para os pacientes. O uso da circulação extracorpórea durante o transplante cardíaco permite a substituição do coração doente por um saudável, mantendo a circulação sanguínea e a oxigenação dos tecidos durante o procedimento (Smith et al., 2018).


No entanto, também foram identificados desafios associados a esses procedimentos. Um desafio significativo é a necessidade de um gerenciamento cuidadoso dos pacientes antes, durante e depois do transplante. Os pacientes precisam ser monitorados de perto para garantir que estão respondendo bem ao novo coração e não estão desenvolvendo complicações (Johnson & Veillette, 2017).


Além disso, os dados coletados indicam que existem limitações na disponibilidade de órgãos para transplante. Isso destaca a necessidade de estratégias eficazes para aumentar as taxas de doação de órgãos (Klassen et al., 2019). A falta de doadores também aumenta a importância da seleção cuidadosa dos receptores para garantir que os órgãos disponíveis sejam usados da maneira mais eficaz possível.


Outro desafio destacado é o custo desses procedimentos. O transplante cardíaco é um procedimento caro que pode ser inacessível para muitos pacientes sem cobertura adequada de seguro saúde (Clarke et al., 2020).


Os resultados obtidos com base na metodologia aplicada ao estudo do transplante cardíaco e o papel da circulação extracorpórea foram extremamente reveladores. Durante a revisão sistemática da literatura, foi possível identificar, em várias pesquisas, que a circulação extracorpórea durante o transplante cardíaco tem se mostrado um procedimento seguro e eficaz (Pinto et al., 2019).


A análise dos dados coletados sugeriu que a circulação extracorpórea é um recurso valioso no manejo de pacientes submetidos ao transplante cardíaco. Seu uso permite uma melhor manipulação do coração durante a cirurgia e contribui para uma recuperação mais rápida do paciente após o procedimento (Silva et al., 2018). Além disso, os benefícios da circulação extracorpórea foram ainda mais evidentes em pacientes com insuficiência cardíaca avançada, onde este método permitiu uma melhor preservação das funções vitais durante a cirurgia (Martinez et al., 2020).


No entanto, os desafios associados à circulação extracorpórea também foram identificados. Dentre eles, destaca-se o risco de complicações relacionadas à coagulação sanguínea e aos danos causados pelo contato do sangue com os componentes estranhos do circuito de circulação extracorpórea (Smith et al., 2019). Tais desafios exigem estratégias específicas para sua mitigação e demandam futuras pesquisas na área.


Ainda que estas limitações estejam presentes, é notável que o advento da circulação extracorpórea revolucionou a prática do transplante cardíaco, permitindo que procedimentos mais complexos e demorados sejam realizados com maior segurança e eficácia. A contínua evolução desta técnica, impulsionada por pesquisas e avanços tecnológicos, promete trazer ainda mais benefícios para os pacientes que necessitam de um transplante cardíaco.

 

5. DISCUSSÃO

 

O transplante cardíaco é um procedimento médico complexo que implica numerosos desafios e benefícios. A circulação extracorpórea (CEC) desempenha um papel fundamental no procedimento de transplante cardíaco, pois auxilia na manutenção da perfusão e oxigenação dos tecidos durante a cirurgia (Bittner et al., 2017). Os resultados do estudo confirmaram o papel crucial da CEC no sucesso do transplante cardíaco, destacando que o uso adequado e a gestão da CEC podem melhorar significativamente os resultados pós-operatórios. Isso está em consonância com a revisão de literatura existente sobre o tema, que também sugere que a gestão eficaz da CEC durante a cirurgia pode reduzir complicações pós-operatórias (Balsam et al., 2015).


No entanto, a utilização da CEC não é isenta de desafios. Os resultados indicaram que as complicações associadas à CEC incluem coagulopatia, lesões neurológicas, insuficiência renal aguda e reações inflamatórias sistêmicas. Esses achados são consistentes com estudos anteriores que também identificaram essas complicações como potenciais riscos associados ao uso da CEC (Ranucci et al., 2018).


Apesar desses desafios, os benefícios do uso da CEC no transplante cardíaco são indiscutíveis. Os pacientes que recebem este tratamento têm uma chance significativamente maior de sobrevivência em comparação com aqueles submetidos à cirurgia sem o auxílio da CEC (Balsam et al., 2015). Portanto, a importância de entender e gerenciar efetivamente as complexidades associadas à CEC é inquestionável para melhorar os resultados dos pacientes após o transplante cardíaco.


Além disso, os resultados do estudo também indicaram que a formação adequada e contínua dos profissionais de saúde sobre o uso da CEC é essencial para garantir a segurança e eficácia do transplante cardíaco. Isso está em linha com a literatura existente, que sugere que a educação e formação adequadas dos profissionais de saúde são fundamentais para a gestão das complicações associadas à CEC (Ranucci et al., 2018).


Os resultados obtidos em nossa pesquisa demonstram a importância crucial da circulação extracorpórea (CEC) no transplante cardíaco. A CEC, também conhecida como máquina coração-pulmão, é essencial para manter a perfusão de órgãos vitais durante o procedimento de transplante (Menasché, 2018). Segundo nossos dados, a utilização eficiente da CEC pode melhorar significativamente os resultados pós-operatórios dos pacientes submetidos ao transplante cardíaco.


Um dos principais benefícios da CEC é fornecer um ambiente estável durante o procedimento cirúrgico. Isso permite que o cirurgião tenha tempo suficiente para realizar o transplante sem se preocupar com a falta de oxigenação e nutrição para os órgãos vitais do paciente (Sakaguchi et al., 2019). Essa estabilidade é fundamental para reduzir complicações intraoperatórias e aumentar a taxa de sobrevivência após o transplante.


No entanto, também foram identificados desafios associados ao uso da CEC. Uma das principais preocupações é a resposta inflamatória sistêmica causada pela CEC, que pode levar à disfunção de múltiplos órgãos e afetar adversamente os resultados pós-operatórios (Warren et al., 2019). Além disso, a CEC também pode aumentar o risco de sangramento e coagulação intravascular disseminada (CID), colocando os pacientes em risco adicional (Mebazaa et al., 2020).


Em relação às implicações desses achados, nossos resultados destacam a necessidade de otimizar o uso da CEC durante o transplante cardíaco. Isso inclui a minimização do tempo de CEC, a adequada gestão da coagulação e a mitigação da resposta inflamatória. A implementação dessas estratégias pode ajudar a melhorar os resultados para pacientes submetidos ao transplante cardíaco.


Os resultados obtidos em nosso estudo indicam que o transplante cardíaco e a circulação extracorpórea são procedimentos que possuem um papel fundamental no tratamento de pacientes com insuficiência cardíaca grave. Esses achados estão de acordo com a literatura atual sobre o tema, que tem destacado o procedimento como uma alternativa viável e eficaz para esses pacientes (Baker et al., 2019; Russo et al., 2020).


O sucesso do transplante cardíaco depende de uma série de fatores, incluindo a seleção cuidadosa do doador e do receptor, bem como a habilidade da equipe médica em realizar o procedimento. Nosso estudo reforça essa ideia, mostrando que quando esses critérios são cumpridos, a taxa de sucesso do transplante é alta (Hsich et al., 2019).


No entanto, também notamos alguns desafios no processo. Um dos principais desafios é relacionado à disponibilidade de órgãos para transplante. De acordo com nossos dados, isso é um problema significativo que pode limitar a aplicação mais ampla do procedimento (Mancini et al., 2018).


Outro desafio importante está relacionado à ocorrência de complicações pós-operatórias. Isso inclui infecções, rejeição ao novo coração e doença arterial coronariana (Kobashigawa et al., 2018). A necessidade de monitoramento contínuo e possível intervenção para essas complicações enfatiza a complexidade e os custos associados ao cuidado desses pacientes.


Apesar desses desafios, os benefícios do transplante cardíaco são significativos. Os pacientes que recebem um novo coração geralmente experimentam uma melhora substancial na qualidade de vida e na expectativa de vida (Russo et al., 2020). Nossa pesquisa reforça esse ponto, mostrando que o procedimento pode ser uma opção eficaz para pacientes com insuficiência cardíaca grave.

 

6. CONCLUSÃO

 

O estudo sobre transplante cardíaco e o papel da circulação extracorpórea apresentou resultados significativos em relação ao procedimento, seus benefícios e desafios. O transplante cardíaco é uma intervenção cirúrgica vital que visa substituir um coração doente por um saudável de um doador. A circulação extracorpórea, por sua vez, é uma técnica que assume a função do coração durante a cirurgia, permitindo a realização do transplante.


Os benefícios desses procedimentos são inúmeros e incluem a melhoria na qualidade de vida dos pacientes, aumento da expectativa de vida e possibilidade de retomada das atividades cotidianas. No entanto, também existem desafios significativos associados ao transplante cardíaco e à circulação extracorpórea. Entre eles estão as complicações cirúrgicas, a rejeição do órgão transplantado e dificuldades pós-operatórias, como a necessidade de uso contínuo de medicamentos imunossupressores.


Os achados deste estudo têm implicações importantes para a prática médica e para o desenvolvimento de melhores estratégias terapêuticas para pacientes submetidos ao transplante cardíaco. Os benefícios observados reforçam a relevância deste procedimento como opção terapêutica para doenças cardíacas terminais. Por outro lado, os desafios identificados ressaltam a necessidade contínua de pesquisa e inovação nesta área para minimizar complicações e melhorar os resultados pós-operatórios.


Neste estudo, evidenciamos a importância crucial do uso da circulação extracorpórea (CEC) durante o procedimento do transplante cardíaco. O uso adequado desta técnica tem se mostrado fundamental para o sucesso da operação e para a sobrevivência do paciente pós-transplante (Smith et al., 2020).


Os resultados indicam que, apesar dos avanços na tecnologia de CEC, ainda existem desafios significativos a serem superados. As complicações decorrentes do processo de CEC, incluindo coagulopatia, resposta inflamatória sistêmica e disfunção orgânica múltipla, continuam sendo áreas que necessitam de investigação adicional (Johnson et al., 2019).


Além disso, nosso estudo ressaltou os benefícios potenciais da miniaturização dos sistemas de CEC e da perfusão normotérmica regional contínua (PNRC), uma técnica emergente que pode melhorar os resultados do transplante cardíaco ao minimizar a lesão isquêmica-reperfusional (LIR) (Adams et al., 2018).


No entanto, apesar desses desafios identificados, é importante notar que o transplante cardíaco continua sendo uma opção vital no tratamento de doenças cardíacas terminais, e a CEC desempenha um papel central nesse procedimento. Como tal, esforços contínuos devem ser feitos para otimizar o uso dessa tecnologia e minimizar os riscos associados.

 

7. REFERÊNCIAS


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publicação de artigo científico

Esse artigo pode ser utilizado parcialmente em livros ou trabalhos acadêmicos, desde que citado a fonte e autor(es).



Como citar esse artigo:


TAVARES; Bianca Esteves. Transplante cardíaco e o papel da circulação extracorpórea: Procedimento, benefícios e desafios. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v. 2, n. 2, 2024; p. 05-. ISBN: 978-65-85898-46-1 - DOI: doi.org/10.59283/ebk-978-65-85898-46-1


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