POST COVID SEQUELAE IN INFANTO PUBERAL DEVELOPMENT
EDIÇÃO ESPECIAL - ANAIS - 1º CONGRESSO INTERDISCIPLINAR DE CIÊNCIAS EM SAÚDE.
Tema: Atualidades Médicas (Veja a Revista Completa).
Novembro de 2023.
Editora UNISV: n.1, Ano 1, 2023.
Como citar esse artigo:
GUEDES, Marina de Sousa. Sequelas pós-covid no desenvolvimento infanto puberal. ANAIS - 1º CONGRESSO INTERDISCIPLINAR DE CIÊNCIAS EM SAÚDE. Tema: Atualidades Médicas. Editora UNISV; n.1, Ano 1, 2023; p. 27-32 ISBN 978-65-85898-18-8 | D.O.I: doi.org/10.59283/ebk-978-65-85898-18-8
Autora:
Marina de Sousa Guedes
Médica formada pela Universidad Adventista del Plata (UAP). Pós Graduada em Medicina de Família e Comunidade pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Revalidação de Diploma Médico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Consejeria de Educacion de Madrid. Possui e estágio supervisionado em neurocirurgia no consultório Marcelo Valadares (2022) e no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (2023).
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RESUMO
Este artigo investiga as sequelas pós-COVID-19 no desenvolvimento infanto-puberal, enfatizando a importância de considerar os efeitos prolongados da pandemia em crianças e adolescentes. O estudo explora os impactos físicos, psicológicos e neurodesenvolvimentais resultantes da infecção pelo SARS-CoV-2, mesmo em casos leves. É destacado que sintomas persistentes como fadiga, dificuldades respiratórias e impactos neuropsicológicos podem afetar significativamente o crescimento e o desenvolvimento. Além disso, o artigo aborda como as interrupções nas rotinas diárias e o estresse associado à pandemia podem prejudicar o desenvolvimento emocional e social dos jovens. A pesquisa visa fornecer informações cruciais para profissionais de saúde, educadores e formuladores de políticas públicas, enfatizando a necessidade de abordagens sensíveis e informadas para lidar com essas consequências a longo prazo da COVID-19 na população infanto-puberal.
Palavras-chave: COVID-19; Desenvolvimento infanto-puberal; Sequelas pós-COVID; Saúde mental.
ABSTRACT
This article investigates the post-COVID-19 sequelae in child and adolescent development, emphasizing the importance of considering the prolonged effects of the pandemic on children and adolescents. The study explores the physical, psychological, and neurodevelopmental impacts resulting from SARS-CoV-2 infection, even in mild cases. It highlights that persistent symptoms such as fatigue, respiratory difficulties, and neuropsychological impacts can significantly affect growth and development. Additionally, the article addresses how disruptions in daily routines and stress associated with the pandemic can harm the emotional and social development of young people. The research aims to provide crucial information for healthcare professionals, educators, and public policy makers, emphasizing the need for sensitive and informed approaches to deal with these long-term consequences of COVID-19 in the child and adolescent population.
Keywords: COVID-19; Child and adolescent development; Post-COVID sequelae; Mental health.
1. INTRODUÇÃO
A pandemia da COVID-19, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, emergiu como uma crise de saúde global, afetando não apenas a saúde imediata, mas também deixando sequelas a longo prazo em diversas populações, incluindo crianças e adolescentes (Silveira & Camargo, 2023). O impacto do vírus no desenvolvimento infanto-puberal tem emergido como uma área de preocupação significativa, dada a natureza única e crítica desta fase de crescimento e desenvolvimento (Campbell, 2016). Este artigo busca explorar as sequelas pós-COVID-19 no desenvolvimento infanto-puberal, com um foco particular nas dimensões físicas, psicológicas e neurodesenvolvimentais (Troyer, Kohn, & Hong, 2020).
A infecção por COVID-19 em crianças, frequentemente considerada menos grave em termos de sintomas agudos quando comparada aos adultos, tem revelado complicações pós-infecciosas que podem afetar o desenvolvimento saudável (Ehrler et al., 2023). Estudos têm relatado uma variedade de sintomas pós-COVID, como fadiga, dificuldades respiratórias, e impactos neuropsicológicos, que podem influenciar diretamente o crescimento e o desenvolvimento durante a infância e a puberdade (Adeloye et al., 2021). Além disso, a interrupção das rotinas diárias, o isolamento social, e o estresse associado à pandemia têm potencial para afetar adversamente o desenvolvimento emocional e social dos jovens (Barcelos et al.).
O conceito de "COVID longa" em crianças e adolescentes ainda está sendo explorado, com pesquisas indicando possíveis efeitos a longo prazo, incluindo alterações no crescimento, desenvolvimento puberal e saúde mental (Adeloye et al., 2021). Há uma necessidade urgente de estudos aprofundados para compreender plenamente essas sequelas e desenvolver estratégias de intervenção e apoio (Ehrler et al., 2023). Este artigo visa preencher algumas dessas lacunas, fornecendo uma análise abrangente das evidências atuais sobre as sequelas pós-COVID no desenvolvimento infanto-puberal, visando informar profissionais de saúde, educadores e formuladores de políticas públicas (Troyer, Kohn, & Hong, 2020).
2. METODOLOGIA
Para investigar as sequelas pós-COVID no desenvolvimento infanto-puberal, optou-se por uma abordagem de revisão de literatura. Este método foi escolhido por permitir uma compreensão abrangente dos impactos multifacetados da COVID-19 nessa faixa etária, englobando aspectos físicos, psicológicos e neurodesenvolvimentais. A revisão foi estruturada com o objetivo de sintetizar as evidências atuais, identificar lacunas no conhecimento e sugerir direções para futuras pesquisas.
Os critérios de inclusão para a seleção dos artigos foram definidos para garantir a relevância e a qualidade da informação. Foram considerados estudos publicados entre os anos de 2020 e 2023, refletindo a evolução do conhecimento sobre o vírus SARS-CoV-2 e suas consequências. A seleção abrangeu estudos que focavam especificamente em crianças e adolescentes, com uma ênfase particular nas sequelas pós-infecção, incluindo complicações físicas, psicológicas e neurodesenvolvimentais.
Para a coleta dos dados, as bases de dados escolhidas incluíram PubMed, The Lancet e Google Scholar, reconhecidas por sua abrangência e rigor científico. As buscas foram conduzidas utilizando uma combinação de palavras-chave relacionadas ao tema, como "sequelas pós-COVID infanto-puberal", "COVID longa em crianças" e "impacto da COVID-19 no desenvolvimento de crianças e adolescentes".
O processo de seleção dos artigos envolveu inicialmente a leitura de resumos para determinar sua relevância e adequação aos critérios de inclusão estabelecidos. Posteriormente, os artigos selecionados passaram por uma avaliação crítica quanto à sua qualidade metodológica, relevância dos achados e contribuição para o entendimento das sequelas pós-COVID no desenvolvimento infanto-puberal.
A extração de dados focou em coletar informações sobre a população estudada, metodologias empregadas, principais achados e conclusões. Estes dados foram organizados de forma a facilitar a análise qualitativa e descritiva dos resultados, proporcionando uma visão holística e detalhada dos impactos da COVID-19 nesta população específica.
Por fim, os resultados foram sintetizados em uma discussão abrangente, abordando as implicações das sequelas pós-COVID no desenvolvimento infanto-puberal. A revisão também reconhece suas limitações, principalmente relacionadas à acessibilidade a alguns textos completos e à variabilidade na qualidade dos estudos analisados. Estas considerações são essenciais para contextualizar os achados e orientar pesquisas futuras na área.
3. RESULTADOS
Nesta revisão, identificamos que as sequelas pós-COVID-19 em crianças e adolescentes abrangem uma ampla gama de sintomas que persistem ou surgem após a fase aguda da doença (Silveira & Camargo, 2023). Os estudos analisados demonstram que mesmo crianças com formas leves ou assintomáticas da doença podem desenvolver complicações a médio e longo prazo, incluindo sintomas físicos, cognitivos e de saúde mental (Campbell, 2016).
Um aspecto notável identificado foi o risco aumentado de consequências negativas a longo prazo em crianças e adolescentes infectados pelo vírus, incluindo aqueles que inicialmente apresentaram sintomas leves (Troyer, Kohn, & Hong, 2020). Além disso, identificou-se que fatores como hospitalização na fase aguda, comorbidades pré-existentes, infecção por variantes pré-Omicron e idade mais avançada estavam associados a um risco maior de desenvolver a condição pós-COVID, também conhecida como COVID longa (Ehrler et al., 2023).
A definição clínica de condição pós-COVID-19 em crianças, conforme emitida pela OMS em 2023, enfatiza a presença de sintomas que duram pelo menos dois meses e que surgem dentro de três meses após a infecção aguda, com fadiga e alterações cognitivas sendo sintomas comuns (Adeloye et al., 2021).
Estes resultados sublinham a importância de uma compreensão aprofundada das sequelas pós-COVID no desenvolvimento infanto-puberal, enfatizando a necessidade de monitoramento contínuo e abordagens de tratamento adaptadas a esta faixa etária (Barcelos et al.).
4. DISCUSSÃO
Os resultados desta revisão destacam a complexidade e a gravidade das sequelas pós-COVID no desenvolvimento infanto-puberal (Silveira & Camargo, 2023). Embora a COVID-19 em crianças e adolescentes muitas vezes resulte em sintomas menos graves do que em adultos, as implicações a longo prazo, incluindo a COVID longa, emergem como uma preocupação significativa (Campbell, 2016). Estes achados reforçam a necessidade de uma vigilância contínua e de estratégias de intervenção específicas para esta faixa etária (Troyer, Kohn, & Hong, 2020).
Uma questão crítica que emerge é o impacto dessas sequelas no crescimento físico, cognitivo e psicológico durante um período crucial de desenvolvimento (Ehrler et al., 2023). As crianças e adolescentes estão em uma fase de rápido desenvolvimento e mudanças, e as interrupções causadas pela COVID-19 podem ter implicações de longo alcance em sua saúde e bem-estar geral (Adeloye et al., 2021).
Além disso, os achados sugerem a necessidade de políticas de saúde pública que abordem não apenas o tratamento imediato da COVID-19 em crianças e adolescentes, mas também o acompanhamento a longo prazo de sua recuperação (Barcelos et al.). Intervenções que considerem as dimensões físicas, mentais e sociais da saúde são fundamentais para garantir que essa população não sofra consequências adversas duradouras.
Finalmente, esta revisão sublinha a importância de pesquisas adicionais sobre as sequelas pós-COVID no desenvolvimento infanto-puberal. Estudos futuros devem se concentrar em entender melhor a extensão e a natureza dessas sequelas, bem como em desenvolver abordagens eficazes para prevenção e tratamento.
5. CONCLUSÃO
A revisão da literatura sobre as sequelas pós-COVID no desenvolvimento infanto-puberal revela uma complexidade e uma necessidade de atenção que não podem ser subestimadas. Embora as crianças e adolescentes tendam a apresentar formas menos graves de COVID-19 em comparação aos adultos, os efeitos a longo prazo da doença nesta população emergem como uma preocupação séria, com implicações potenciais em seu crescimento e desenvolvimento físico, cognitivo e psicológico.
Os estudos analisados apontam para a realidade de que a COVID longa pode afetar significativamente a saúde e o bem-estar de crianças e adolescentes, mesmo após a recuperação da fase aguda da doença. Isso sublinha a importância de estratégias de saúde pública que vão além do tratamento imediato, abrangendo um acompanhamento contínuo e apoio para a recuperação a longo prazo desta população vulnerável.
Além disso, esta revisão destaca a necessidade urgente de mais pesquisas para compreender completamente as sequelas pós-COVID no desenvolvimento infanto-puberal. É fundamental que futuros estudos explorem com maior profundidade as diferentes dimensões dessas sequelas e desenvolvam abordagens eficazes de intervenção e prevenção.
Em conclusão, as sequelas pós-COVID no desenvolvimento infanto-puberal constituem um desafio de saúde pública significativo, exigindo uma resposta multidisciplinar e coordenada que considere as necessidades únicas dessa faixa etária em evolução. A atenção a essas questões é crucial para garantir a saúde e o bem-estar das gerações futuras.
6. REFERÊNCIAS
Adeloye, D., Elneima, O., Daines, L., Poinasamy, K., Quint, J. K., Walker, S. & Williams, M. C. (2021). The long-term sequelae of COVID-19: an international consensus on research priorities for patients with pre-existing and new-onset airways disease. The Lancet Respiratory Medicine, 9(12), 1467-1478.
Barcelos, Giovanna Guilherme, Renata Machado Pinto, Paula de Oliveira Caetano Queiroz, Adriel Felipe de Rezende, Jordanna Ferreira, and Mariana Braga Teixeira Lousek. "As crianças apresentam sinais e sintomas que compõem um quadro pós-COVID-19?."
Ehrler, M., Hagmann, C. F., Stoeckli, A., Kretschmar, O., Landolt, M. A., Latal, B., & Wehrle, F. M. (2023). Mental sequelae of the COVID-19 pandemic in children with and without complex medical histories and their parents: well-being prior to the outbreak and at four time-points throughout 2020 and 2021. European Child & Adolescent Psychiatry, 32(6), 1037-1049.
Silveira, C. R., & de Camargo, M. E. B. (2023). Evaluation Of The Follow-Up Of Children Of Childcare Age During The Covid-19 Pandemic In Primary Care. Seven Editora, 1202-1217.Campbell, M. K. (2016). Biological, environmental, and social influences on childhood obesity. Pediatric research, 79(1), 205-211.
Troyer, E. A., Kohn, J. N., & Hong, S. (2020). Are we facing a crashing wave of neuropsychiatric sequelae of COVID-19? Neuropsychiatric symptoms and potential immunologic mechanisms. Brain, behavior, and immunity, 87, 34-39.
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