INSTITUTIONAL PSYCHOPEDAGOGY: RELEVANCE IN THE EDUCATIONAL PROCESS
Como citar esse artigo:
MARTINS Flaviana Cardoso. Psicopedagogia institucional: relevância no processo educacional. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v. 2, n. 2, 2024; p. 400-408. ISSN: 2965-9760 | DOI: doi.org/10.59283/unisv.v2n2.023
Autora:
Flaviana Cardoso Martins
Graduação em Licenciatura em Letras - Língua Portuguesa - Universidade Federal do Pará - UFPA. Contato: flaviavamartins@hotmail.com
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RESUMO
Este artigo examina a relevância da psicopedagogia institucional no processo educacional, destacando a função e prática do psicopedagogo em contextos escolares. A justificativa para o estudo baseia-se na necessidade de compreender melhor como essa especialização contribui para o diagnóstico e intervenção educacionais. Utilizando uma metodologia de revisão de literatura, foram exploradas teorias de autores renomados no campo da educação para delinear o papel do psicopedagogo. O estudo aborda inicialmente uma introdução ao conceito de psicopedagogia e sua aplicabilidade prática nas instituições educacionais. Foram detalhados os procedimentos utilizados pelo psicopedagogo para a assimilação no processo de diagnóstico educacional, seguidos pela descrição das diretrizes que fundamentam as intervenções educacionais. Os principais resultados indicam que a atuação do psicopedagogo é crucial para identificar e resolver desafios educacionais, promovendo um ambiente de aprendizagem mais eficaz e inclusivo. O artigo conclui enfatizando a importância de integrar profissionalmente a psicopedagogia nas escolas para melhorar a qualidade da educação e o desenvolvimento dos alunos.
Palavras-chave: Psicopedagogia institucional, processo educacional, intervenção educacional, diagnóstico institucional.
ABSTRACT
This article examines the relevance of institutional psychopedagogy in the educational process, highlighting the function and practice of the psychopedagogue in school contexts. The rationale for the study is based on the need to better understand how this specialization contributes to educational diagnosis and intervention. Using a literature review methodology, theories from renowned authors in the field of education were explored to outline the role of the psychopedagogue. The study initially addresses an introduction to the concept of psychopedagogy and its practical applicability in educational institutions. The procedures used by the psychopedagogue for assimilation in the educational diagnostic process were detailed, followed by a description of the guidelines that underpin educational interventions. The main findings indicate that the psychopedagogue's role is crucial in identifying and addressing educational challenges, promoting a more effective and inclusive learning environment. The article concludes by emphasizing the importance of professionally integrating psychopedagogy in schools to enhance the quality of education and student development.
Keywords: Institutional psychopedagogy, educational process, educational intervention, institutional diagnosis.
1. INTRODUÇÃO
O campo da Psicopedagogia propõe-se a coordenar os conhecimentos e princípios de diferentes Ciências Humanas, como a Psicologia, a Psicanálise, Filosofia, Pedagogia, Neurologia, e outras, tendo como objeto principal, a compreensão sobre os mais variados processos relacionados ao aprender do ser humano. Sua preocupação relaciona-se com questões relacionadas ao desenvolvimento psíquico e cognitivo, psicomotor e afetivo, que estão compreendidas no complexo processo de aprendizagem. Portanto, explica Santos (2010), é uma profissão que surge de uma proposta de interdisciplinaridade. Assim a Psicopedagogia é uma profissão que nasce através de uma proposta de interdisciplinaridade, nos explica Santos (2010). Pontua a autora que cabe ao psicopedagogo não somente propor:
Atividades e treinamentos para indivíduos com problemas de Aprendizagem e comportamento baseados em teorias comportamentais, como sugere a Psicologia Educacional, nem definir métodos, técnicas e estratégias de ensino como propõe a Pedagogia, mas cabe-nos ocupar um lugar que está na inter-relação da ensinarem e da aprendizagem (p.1).
Santos afirma que o papel da psicopedagogia é diagnosticar problemas no processo de aprendizagem do estudante, ao mesmo tempo que apontar caminhos para a superação das dificuldades apresentadas pelo educando. Para tanto valer-se-á de instrumentos, técnicas e metodologias específicas, integrando recursos e conhecimentos nas diferentes áreas, o psicopedagogo é o mediador do processo de aprendizagem. Portanto, ele enquadra-se na área de conhecimento multidisciplinar e interdisciplinar, interessando-se em desvendar e compreender o movimento e mecanismos cognitivos do processo de aprendizagem das crianças, adolescentes e adultos.
O psicopedagogo exerce função na modalidade institucional e clínica, atuando em caráter preventivo e\ou terapêutico. Na clínica atua como terapeuta, concomitante integrando-se a uma equipe multidisciplinar, sugerindo e desenvolvendo intervenções para a superação das mais variadas dificuldades de aprendizagem apresentadas. Institucionalmente (centros educacionais, hospitalares, empresariais, etc.), o psicopedagogia apresenta-se com a função de Assessoria Psicopedagógico.
O psicopedagogo institucional tem sua prática pautada no mapeamento da instituição e diagnóstico institucional. Ele deve ouvir e observar todos os atores envolvidos com a instituição foco do estudo. Explica Porto (2006), o psicopedagogo deve observar desde conversas casuais, entrevistas, documentos, reuniões de diversos tipos, oficinas de trabalhos, vida em instituição, e também ouvir todos os participantes da instituição, destaca-se que o mapeamento da instituição deve descrever detalhadamente a instituição em suas minúcias de forma fidedigna; sem que o psicopedagogo seja influenciado.
2. PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EDUCACIONAL
O psicopedagogo na Instituição educacional observa e analisa os diferentes setores em todos os aspectos, as rotinas, a estrutura organizacional, o procedimento trabalhista, relacionamentos, as questões e metodologias de ensino, etc., sugerindo uma abordagem reflexiva e crítica junto à equipe pedagógica e docente, com objetivo de contribuir para a diminuição do fracasso escolar. Observa-se atualmente que as instituições que pretendem oferecer qualidade de ensino, preocupam-se em desenvolver espaços e ações pedagógicas tanto quanto sugerir proposta de formação e qualificação continuada à equipe docente.
Destaca Santos (2010), o psicopedagogo institucional é o profissional que:
a partir de uma macro visão da instituição, como um todo, proporcionada através do diagnóstico psicopedagógico institucional que poderá tomar decisões mais acertadas nos momentos de crise. A previsão de tais momentos e as estratégias para evitá-los e ainda o adequado planejamento culminarão para o alcance dos objetivos da instituição. Evidencia-se assim, ser esta uma atividade constante (p.1).
Segundo Santos (2010) as preocupações pertinentes ao psicopedagogo em sua atuação junto a instituições se ensino, são:
Ø Intervir para a solução dos problemas de aprendizagem e de ensino;
Ø Realizar diagnóstico e intervir psicopedagogicamente, utilizando teorias, métodos, instrumentos e técnicas próprias da Psicopedagogia;
Ø Desenvolver pesquisas e estudos científicos relacionados ao processo de
aprendizagem das diferentes faixas etárias do corpo discente;
Ø Assessorar psicopedagogicamente todos os trabalhos realizados no
espaço da instituição escolar;
Ø Orientar, coordenar e supervisionar as questões de ensino e de aprendizagem
decorrentes da estrutura curricular da instituição educacional;
Ø Monitorar e intervir na relação professor-aluno nos aspectos subjetivos;
Orientar
Ø Monitorar e intervir na relação professor-aluno nos aspectos subjetivos;
Ø Orientar nas questões vocacionais do estudante;
Ø Assessorar e orientar a aplicação do Projeto Político Pedagógico bem como a
implementação de novos projetos e/ou propostas metodológicas de ensino;
Ø Promover encontros socializadores entre equipes docente, discente, pedagógica,
administrativo, de apoio, etc.;
Ø Viabilizar na equipe docente, contextos de reflexões sobre o processo
metodológico de ensino; mediar no processo de construção cognitiva do estudante;
Ø Sondar as dificuldades do processo de aprendizagem do estudante e intervir para a superação;
Ø Mediar na construção do conhecimento do aluno para que forme a consciência
analítico-crítico.
3. DIAGNOSTICO NA PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EDUCACIONAL
Na realização do diagnostico psicopedagógico que visa identificar as dificuldades de aprendizagem do aluno no âmbito escolar, segundo tematiza Escott apud Porto (2006, p. 118), deverá desenvolver “(...) através de uma prática sistematizada e um olhar direcionado por esse campo do conhecimento, é possível identificar as pequenas e grandes dificuldades, os obstáculos, relações e possibilidades de intervenções dos sujeitos envolvidos na instituição”. Diagnosticar um problema é aprofundar-se na dinâmica processual de ensino e aprendizagem, e compreender fundamentalmente os processos que envolvem.
Segundo Bassedas, (1996, p.24) o diagnostico psicopedagógico:
(...) busca conhecer, olhar e escutar a relação do sujeito com o conhecimento objetivando a melhoria do ensino e da aprendizagem, ou seja, para ajudar a família, a escola (em todos os níveis – administrativo, docente, técnico, discente) a cumprir o seu papel, atuando como um articulador do ensino e da aprendizagem
A coleta dos dados constitui-se no primeiro passo no caminho do diagnostico escolar psicopedagógico, combinado a análise de processo documental, entrevistas com professores, pais, aluno, equipe pedagógica escolar, observações diretas ao aluno tanto na aprendizagem quanto nas relações dele com amigos etc. (PORTO, 2006) Inicialmente busca-se responder, quais as reais dificuldades de aprendizagem do educando, para em seguida proceder-se com a entrevista anamnésica institucional junto aos familiares do educando em estudo. Neste registro são coletados dados do histórico escolar, dados pessoais, familiares, a percepção que o aluno tem de si etc.
Rubinstein (1996) compara o diagnóstico psicopedagógico a um processo de investigação, onde o psicopedagogo assemelha-se um a detetive a procura de pistas, selecionando-as e centrando-se na investigação de todo processo de aprendizagem, levando-se em conta a totalidade dos fatores envolvidos neste processo.
Superada a etapa de levantamento de dados seguir-se-á com a tabulação dos mesmos, para a obtenção da análise geral de cada turma e o levantamento das dificuldades dos alunos foco das pesquisas. Após obtenção do diagnóstico é necessário estruturar um planejamento, focando a possível intervenção necessária e adequada e eficaz ao caso. Seguindo com a organização das diretrizes de ações para os e familiares alunos e professores, também a turma a qual ele se insere deverá ser devidamente orientada, dar-se início assim, ao processo de intervenção
4. PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO E DRITRIZES PSICOPEDAGOGICAS
A psicopedagogia surgiu a partir da necessidade de se compreender a relação do meio com os problemas de aprendizagem, sendo seu objetivo propor metodologias de intervenção visando a reintegração do aluno ao processo normal de construção do conhecimento, bem como propiciar uma reflexão sobre as metodologias procedimentais lançando o olhar para os princípios éticos que se dão no ambiente escolar e na sala de aula e na família. A Psicopedagogia leva em consideração a influência do meio, ou seja, escola, família e sociedade no desenvolvimento intelectual e mental do indivíduo. Seu campo buscará através da percepção sistematizada responder como o sujeito aprende e por que aprende ou não aprende.
Desta maneira, importa para a ação psicopedagógica no aspecto educacional é a intervenção nos processos de ensino e aprendizagem. Acredita-se- que na intervenção o procedimento adotado interfere diretamente no processo de aprendizagem do educando, sendo também seu objetivo, compreendê-lo, explicitá-lo ou corrigi-lo. Deve-se por tanto, introduzir novos elementos que propicie o sujeito pensar, levando à quebra de um padrão anterior de relacionamento com o mundo das pessoas e das ideias imediatas.
A interpretação que o psicopedagogo através de seus procedimentos realiza na escola em crianças com transtornos e dificuldades de aprendizagem ou déficit de atenção, com a finalidade de desvendar um padrão de relacionamento, uma relação com o mundo e, portanto, com o conhecimento por construído.
A natureza da intervenção psicopedagógica institucional escolar, acontece em duas dimensões sendo: terapêutica e preventiva, com relação aos alunos e demais comunidade escolar.
O Psicopedagogia institucional através de sua intervenção favorece os mecanismos presentes ligados ao aprender e ensinar, nos aspectos e relações de vínculos dos alunos com a escola, professor e com toda comunidade escolar; também redefine os procedimentos pedagógicos, de forma a integrar todas as dimensões implícitas no complexo processo do saber, articulando todos os parâmetros metodológicos educacionais. Ao intervir psicopedagogicamente segundo Souza (2000),
envolve diversas atividades realizadas dentro e fora da escola. A autora destaca também o papel de mediação do ensino de conteúdos interposto pela escola entre a criança e seu mundo social e desta forma fazer com que a criança aprenda. Sendo a interferência que um profissional realiza sobre o processo de desenvolvimento e/ou aprendizagem do sujeito, o qual pode estar apresentando problemas de aprendizagem (SOUZA, 2000, p. 115).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entende-se- por tanto que a atuação psicopedagógica é grandemente abrangente, pois sua ação interfere direta ou indiretamente em todas as áreas e espaços que influenciam a aprendizagem do aluno sendo: família, escola, individual, social etc. Entretanto, é exigido envolvimento e muito trabalho do profissional psicopedagogo, sendo, ao mesmo tempo, muito realizador e satisfatório presenciar seus resultados.
Neste trabalho foi possível apresentarmos algumas posições de pesquisadores que apontam quais as circunstâncias em que o aluno não aprende e como atua o psicopedagogo, tanto para detectar as dificuldades de aprendizagem, quanto para diagnosticar, prescrever e intervir juntos a esses problemas de aprendizagem.
Pontua BOSSA (1994), que os problemas de aprendizagem possuem origem na constituição do desejo do sujeito. Embora as explicações para o fracasso escolar tenham justificativas na desnutrição, nos problemas neurológicos e genéticos, poucas são as explicações que enfatizam as questões inorgânicas, ou seja, as de ordem do desejo do sujeito.
No sentindo de se entender os problemas que envolvem a aprendizagem faz-se necessário realizar no primeiro momento o diagnóstico, seguidos de intervenções, onde deve-se considerar os diversos fatores tanto internos quanto externos ao sujeito, também as causas exógenas e endógenas, pois assim favorece a obtenção de um diagnóstico preciso, para só então utilizar-se a intervenção cabível na solução do problema.
Compreendeu-se também que um dos objetivos da Psicopedagogia é a intervenção, onde procurar-se-á fazer a mediação entre o aprendiz e seus objetos de conhecimentos, utilizando meios adequados para auxiliar o método adotado na solução da dificuldade.
Destaca-se também a importância do lúdico no processo de ensino e de aprendizagem, onde os jogos de regras e brincadeiras, apresentam-se como recursos muito eficiente para superar as dificuldades de aprendizagem; e também despertar o desejo de aprender; além de desenvolver a criatividade no aluno que sofre com dificuldades para aprender ou até mesmo de distúrbios como o TDA/H, considerado o distúrbio mais comum no âmbito educacional e tido como a principal causa de fracasso escolar dos alunos.
Portanto, na busca de superação das dificuldades na aprendizagem escolar a intervenção psicopedagógica institucional é imprescindível, visando o melhoramento do desempenho dos alunos no processo de ensino aprendizagem, sendo a ação do psicopedagogo na instituição educacional indispensável para a concretização das aprendizagens de crianças jovens, adultos e até idosos.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BASSEDAS, Eulália. Intervenção educativa e diagnóstico psicopedagógico. São Paulo: Artmed, 1996.
BOSSA, Nádia Ap. A Psicopedagogia no Brasil: Contribuições a Partir da Prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
PORTO, Olívia. Psicopedagogia institucional: teoria, prática e assessoramento psicopedagógico. Editora Wak, 2006.
Quem é o psicopedagogo institucional numa instituição de nível superior? Marinalva Batista dos santos. C:\Users\HP\Desktop\Psicopedagogia\Quem é o psicopedagogo institucional numa instituição de nível superior.mht
RUBINSTEIN, E. A Intervenção Psicopedagógica Clínica, in SCOZ at alii, Psicopedagogia: Contextualização, Formação e Atuação Profissional, Porto Alegre: Artes Médicas, l992. CÓDIGO DE ÉTICA DA ABPP, In: Revista Psicopedagogia. São Paulo. v.12, Nº25, p.36- 37, ABPp, 1993.
SOUZA, M. T. C.C. Intervenção psicopedagógica: como e o que planejar? In: SISTO, F.F. Atuação psicopedagógica e aprendizagem escolar. Vozes, 2000, p.113 125.
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Como citar esse artigo:
MARTINS Flaviana Cardoso. Leitura e escrita na educação infantil e séries iniciais: desafios e relevâncias. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v. 2, n. 2, 2024; p. 392-399. ISSN: 2965-9760 | DOI: doi.org/10.59283/unisv.v2n2.023
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