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PRÁTICAS DE GESTÃO DAS MULHERES ARTESÃS: “QUEM ENSINA APRENDE AO ENSINAR E QUEM APRENDE ENSINA AO APRENDER”

Atualizado: 24 de jul.

MANAGEMENT PRACTICES OF WOMEN ARTISANS: “THOSE WHO TEACH LEARN BY TEACHING AND THOSE WHO LEARN TEACH BY LEARNING”


 

Informações Básicas

  • Revista Qualyacademics

  • ISSN: 2965-9760

  • Tipo de Licença: Creative Commons, com atribuição e direitos não comerciais (BY, NC).

  • Recebido em: 22/05/2024

  • Aceito em: 27/05/2024

  • Revisado em: 30/05/2024

  • Processado em: 08/06/2024

  • Publicado em 11/06/2024

  • Categoria: Estudo de caso


 




Como referenciar esse artigo Costa (2024):


COSTA, Naydson Manoel Ataide. Práticas de gestão das mulheres artesãs: “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v. 2, n. 3, 2024; p. 257-274. ISSN: 2965-9760 | DOI: doi.org/10.59283/unisv.v2n3.018



Autor:


Naydson Manoel Ataide Costa

Mestre em Ensino, Linguagem e Sociedade, professor da Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias, Campus XVII- Bom Jesus da Lapa. E-mail: naydsoncosta@hotmail.com





RESUMO


Este artigo apresenta os dados coletados de um estudo de mestrado desenvolvido no Programa de Pós-Graduação – Mestrado Profissional em Ensino, Linguagem e Sociedade da UNEB, Campus VI – Caetité – BA, que investigou as práticas de gestão das mulheres artesãs da Associação dos Trabalhadores Rurais da Agricultura Familiar e Artesanatos Quilombo Lagoa dos Anjos, em Candiba, Bahia. A pesquisa, de abordagem qualitativa, utilizou entrevistas individuais e em grupo com oito mulheres artesãs para compreender como suas práticas de gestão contribuem para a organização, compartilhamento de saberes-fazeres e comercialização de seus produtos. A escolha do tema foi influenciada pela formação do pesquisador em Administração e suas experiências como Agente de Orientação Empresarial no SEBRAE, além de sua atuação docente na UNEB. Observou-se que a gestão dessas artesãs, tanto formal quanto informal, vai além da produção de artefatos, envolvendo habilidades diversas e um processo educativo de construção coletiva de conhecimentos. As práticas de gestão artesanal promovem a coesão do grupo, o intercâmbio de conhecimentos e aprimoram as estratégias de comercialização, beneficiando tanto a comunidade quanto outras áreas. A pesquisa evidenciou que essas práticas contribuem significativamente não apenas para a renda, mas também para a preservação cultural e o fortalecimento das identidades quilombolas, sendo essenciais para a sustentabilidade e continuidade do artesanato como forma de resistência e valorização cultural. O estudo enfatiza a importância dos significados visíveis e invisíveis das ações sob o olhar dos indivíduos participantes, abrangendo aspirações, crenças, valores e atitudes, que não podem ser captados exclusivamente por meio de variáveis numéricas. A coleta de informações foi realizada através de entrevistas com as oito mulheres artesãs, destacando as contribuições das suas práticas de gestão no compartilhamento de saberes-fazeres.

 

Palavras-chave: Práticas artesanais; mulheres artesãs; compartilhamento de saberes-fazeres.

 

 

ABSTRACT

 

This article presents the data collected from a master's study developed in the Graduate Program – Professional Master's in Teaching, Language, and Society at UNEB, Campus VI – Caetité – BA, which investigated the management practices of the women artisans of the Association of Rural Workers of Family Farming and Crafts Quilombo Lagoa dos Anjos, in Candiba, Bahia. The qualitative research used individual and group interviews with eight women artisans to understand how their management practices contribute to the organization, sharing of knowledge and practices, and commercialization of their products. The choice of the theme was influenced by the researcher's background in Administration and experiences as a Business Orientation Agent at SEBRAE, in addition to his teaching role at UNEB. It was observed that the management of these artisans, both formal and informal, goes beyond the production of artifacts, involving diverse skills and an educational process of collective knowledge construction. The artisanal management practices promote group cohesion, knowledge exchange, and improve commercialization strategies, benefiting both the community and other areas. The research showed that these practices significantly contribute not only to income but also to cultural preservation and the strengthening of quilombola identities, being essential for the sustainability and continuity of crafts as a form of resistance and cultural appreciation. The study emphasizes the importance of the visible and invisible meanings of actions from the perspective of the participants, encompassing aspirations, beliefs, values, and attitudes, which cannot be exclusively captured through numerical variables. The information was collected through interviews with the eight women artisans, highlighting the contributions of their management practices in the sharing of knowledge and practices.

 

Keywords: Artisanal practices; women artisans; sharing of knowledge and practices.

 

 

1. INTRODUÇÃO 

 

Este artigo foi baseado em uma pesquisa de mestrado desenvolvida pelo presente autor no Programa de Pós-Graduação – Mestrado Profissional em Ensino, Linguagem e Sociedade da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus VI – Caetité – BA. O estudo investigou as contribuições das práticas de gestão de mulheres artesãs da Associação dos Trabalhadores Rurais da Agricultura Familiar e Artesanatos Quilombo Lagoa dos Anjos, localizada em Candiba, Bahia, na organização, compartilhamento de saberes-fazeres e comercialização de seus produtos.


A escolha desta temática decorre da formação do pesquisador em Administração pela UNEB em Guanambi - Bahia, e de suas experiências profissionais como Agente de Orientação Empresarial (AOE) no Programa Negócio a Negócio do SEBRAE entre 2012 e 2018, além de sua atuação como docente nos cursos de Administração e Ciências Contábeis no Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias, Campus XVII da UNEB em Bom Jesus da Lapa.


Durante seu trabalho como AOE, o pesquisador pôde acompanhar como os(as) empresários(as) lidavam com a gestão de suas empresas e como os conhecimentos relacionados à administração e gestão eram compartilhados nesses espaços. Esta experiência proporcionou contato com empresários e empresárias de diversas atividades comerciais, como salões de beleza, supermercados, empresas de vestuário e calçados, lanchonetes, artesãs, costureiras, restaurantes, entre outras. As organizações atendidas variavam entre empresas informais, Microempreendedores Individuais (MEI) e Microempresas. Na função de AOE, era necessário realizar três visitas anuais a cada empresa, com o objetivo de diagnosticar, orientar e implementar planos de ação que auxiliassem na gestão dessas organizações.


Durante os atendimentos realizados, foi possível observar os diferentes modos de gestão adotados pelos(as) empresários(as), que variavam conforme características específicas, como tamanho das organizações, formação dos empresários(as), localização e tipos de empresas, e se eram gerenciadas por homens ou mulheres. Observou-se que, em alguns momentos, eram adotadas práticas mais formais, com o uso de técnicas e ferramentas de gestão bem estabelecidas (planilhas, sistemas gerenciais, divisão de cargos e tarefas etc.), enquanto em outros casos, a gestão era conduzida de maneira mais informal. O compartilhamento de saberes-fazeres nessas organizações seguia a lógica da formalidade e informalidade, relacionada às características mencionadas.


Ao ingressar na Universidade como professor, nos cursos de Administração e Ciências Contábeis, desde 2018, o pesquisador observou que as teorias e estudos sobre gestão (Fayol, 1970; Chiavenato, 1993, 1990; Maximiano, 2000; Drucker, 1998), em sua maioria, eram direcionados a organizações com finalidades lucrativas ou instituições formais públicas. Reflexões sobre associativismo e cooperativismo eram raras, e mais raramente ainda abordavam a gestão praticada por mulheres, o que evidenciava um distanciamento em relação às muitas organizações onde mulheres assumem essas funções e às organizações não formais ou informais.


A amostra do presente estudo foi formada por um grupo de mulheres artesãs de uma comunidade quilombola situada no município de Candiba, Bahia. Ao visitar essa comunidade e ter uma conversa informal com algumas mulheres da comunidade sobre a produção de artesanatos, algumas questões surgiram: o que as levou a produzir artesanatos? Quais as dificuldades enfrentadas por este coletivo desde o processo de produção até a comercialização dos seus produtos? Em quais espaços são expostas e comercializadas suas produções? O que mudou em suas vidas a partir do momento em que começaram a se organizar, produzir e comercializar seus produtos? O que elas têm aprendido e ensinado em relação à gestão? Em que medida elas compartilham seus saberes-fazeres de gestão?


Essas problematizações levaram à seguinte pergunta de pesquisa: de que maneira as práticas de gestão de mulheres artesãs da Associação dos Trabalhadores Rurais da Agricultura Familiar e Artesanatos Quilombo Lagoa dos Anjos contribuem para a organização, compartilhamento de saberes-fazeres e comercialização dos seus produtos? Como objetivo, o estudo buscou compreender as contribuições das práticas de gestão do grupo de mulheres artesãs da Associação dos Trabalhadores Rurais da Agricultura Familiar e Artesanatos Quilombo Lagoa dos Anjos para a organização, compartilhamento de saberes-fazeres e comercialização dos seus produtos.


O texto que se segue enfatiza a concepção da amostra pesquisada, focando na prática da produção de artesanatos pelas mulheres artesãs vinculadas à Associação dos Trabalhadores Rurais da Agricultura Familiar e Artesanatos Quilombo Lagoa dos Anjos. Esta análise destaca especialmente o aspecto do compartilhamento de saberes-fazeres, evidenciando como essas práticas colaborativas contribuem para o desenvolvimento social e econômico da comunidade. A investigação busca compreender de que maneira o conhecimento tradicional e as habilidades artesanais são transmitidos e aprimorados dentro do grupo, promovendo não apenas a sustentabilidade dos negócios, mas também fortalecendo os laços culturais e identitários das artesãs. Além disso, o estudo explora as dinâmicas de ensino e aprendizagem mútua que ocorrem durante a produção artesanal, revelando como essas interações enriquecem o repertório técnico e criativo das participantes e contribuem para a continuidade e inovação das práticas artesanais.

 

2. CONTRIBUIÇÕES DAS PRÁTICAS DE GESTÃO DAS MULHERES ARTESÃS: COMPARTILHAMENTOS DE SABERES-FAZERES

 

Ao adentrar no universo da pesquisa, visando a compreender as contribuições das práticas de gestão de mulheres artesãs da Associação dos Trabalhadores Rurais da Agricultura Familiar e Artesanatos Quilombo Lagoa dos Anjos para a organização, compartilhamento de saberes e comercialização dos seus produtos, partimos do entendimento de que elas aprendem e ensinam no contexto das atividades de produção de artesanatos; de que as relações se estabelecem dentro e fora do grupo de mulheres artesãs e que nesse processo acontece o compartilhamento de saberes e fazeres na perspectiva das práticas de gestão, entendendo-as numa dimensão ampliada que atravessa todo o processo de produção dos artesanatos até à sua comercialização.


As práticas compartilhadas em dado grupo ou organização dependem muito da forma de atuação dos indivíduos na construção do processo histórico. Desse modo, no decorrer da pesquisa com as mulheres artesãs da referida Associação, buscou-se saber o que mudou em suas vidas a partir do momento em que começaram a se organizar, produzir e comercializar seus artesanatos; o que elas têm aprendido e ensinado em relação à gestão; e, como elas compartilham seus saberes e fazeres referentes à prática de produção de seus artefatos.


A partir das conversas com as artesãs participantes desta pesquisa, ficou visível que algumas iniciaram suas atividades de produção de artesanato muito cedo, antes mesmo da criação do grupo, em 2015. Umas aprenderam ainda crianças, observando o trabalho de outras pessoas, desmanchando linhas e fazendo seus trabalhos com ferramentas produzidas por elas mesmas ou com ajuda de familiares. As artesãs Tímida e Simplicidade aprenderam a fazer seus artesanatos logo após a criação do grupo. Tímida relatou que quem a ensinou a fazer o crochê foi Generosa. Nesse contexto de aprendizagens, nota-se que os caminhos que envolvem os saberes e fazeres relacionados ao artesanato atravessam as histórias de vidas dessas mulheres, que, aos poucos foram aperfeiçoando e aprendendo outras técnicas a partir do trabalho coletivo.


[...] uma vai ensinando pra outra, cada uma em sua função, tem a mulher que faz a marcação em ponto cruz, tem a mulher que faz o tapete de retalho, tem a mulher que faz o crochê, tem a mulher que faz o fuxico e vai ensinando pra aquelas que têm a curiosidade e quer aprender, uma vai ensinando pra outra. E quando é mesmo por encomenda de chaveirinhos, a gente trabalhava todo mundo junto, a mulher vinha, dava uma aula pra gente, você vai fazer assim, vai costurar assim, umas iam costurando até fazer o formato do chaveiro, outras ia enchendo com metalassê ali, e outras ia fechando, outras ia pregando o chaveirinho, então é, trabalhava junto, o coletivo é bom demais, é gostoso demais, mas essa pandemia tirou a gente de tudo (Resistência, 2021).

 

Em meio as conversas investigativas, foi possível identificar que as artesãs assumem e protagonizam práticas de gestão, as quais se configuram em processos educativos construtores de “identidades em determinado espaço/tempo, no convívio entre sujeitos e suas relações coletivas com e no mundo, construindo juntos modos de ver, viver e agir no mundo”(Cunha, 2018, p.52). Essas mulheres artesãs aprendem por meio de suas experiências individuais e coletivas, assim, as aprendizagens acontecem “no ato de participar, de aprender e de transmitir ou trocar saberes” (Gohn, 2006, p. 29). Nesse processo de compartilhamento de saberes, vão-se dando novos aprendizados, consequentemente, novos objetivos vão sendo agregados ao processo de produção de artesanatos conforme os interesses e necessidades das participantes envolvidas.


No caso particular deste estudo, as práticas de gestão mobilizadas pelas artesãs acionam aprendizados que são utilizados de forma individual ou coletivamente para organizarem seus processos produtivos. Os saberes mobilizados e compartilhados nem sempre são adquiridos em processos formais, mas por meio das experiências vivenciadas no cotidiano. Desse modo, compartilhar saberes é entendido como uma troca de conhecimentos entre indivíduos em que todos ensinam e aprendem, ou seja, “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender” (Freire, 1996, p.25).


A fala a seguir de Generosa demonstra como as aprendizagens podem acontecer a partir das vivências cotidianas:

 

[...] eu fazia tapete, eu aprendi com minha irmã fazer o tapete biquinho, aí fui criando outras formas de tapetes, outros jeitos, minha mãe aprendeu a fazer o de tirinha de malha, depois ela ensinou para meu esposo, eu também aprendi, então a gente foi fazendo assim, aí quando nós chegamos aqui no grupo, as toquinhas, eu vendi muitas toquinhas, igual aqueles turbantinhos que [Resistência] usa, aprendi por acaso, assim, a colega chegou pra minha irmã fazer uma toquinha pra ela, pra varrer o terreiro pra não pegar poeira no cabelo, aí minha irmã falou: eu não sei fazer toquinha, não, aí ela falou “[Generosa] que gosto de inventar essas coisas”, mas eu não sei fazer, eu nunca fiz, aí eu olhei, mas se alguém tiver uma pra eu olhar eu faço, aí [Alegre], que é aquela colega que chegou agora por último tinha uma que ela comprou não sei onde, foi, ela falou: “eu tenho uma toquinha em casa”, aí eu falei, então traz pra eu ver, ela trouxe essa toquinha, eu olhei como que era a toquinha, olhei pra lá, medir pra cá, meti o pau e fiz a toquinha pra colega, aí dessa toquinha já fiz milhares, pra São Paulo inteiro, Guanambi inteiro, essa região inteira, tinha hora que eu fazia 100 toquinhas pra mandar pra uma região (Generosa, 2021).

 

Compreende-se que o compartilhamento de saberes não é um processo vertical, mas em que os sujeitos aprendem e ensinam mutualmente. Segundo Charlot (2005), cada sujeito ocupa uma posição social objetiva no mundo, pertence a um determinado grupo social, portanto, também, busca dar sentido ao mundo e a suas próprias experiências, o que este autor chamou de posição social subjetiva do sujeito. Para Valla (1996), os saberes são elaborados a partir das e nas experiências vividas. Assim, reafirmamos a importância de se partir das práticas sociais na tessitura dos processos educativos para que as experiências formativas tenham sentidos e significados para quem as vivencie.


Segundo Gohn (2006, p.30-31):


A consciência e organização de como agir em grupos coletivos; a construção e reconstrução de concepção(ões) de mundo e sobre o mundo; contribuição para um sentimento de identidade com uma dada comunidade; forma o indivíduo para a vida e suas adversidades (e não apenas capacita-o para entrar no mercado de trabalho); [...] os indivíduos adquirem conhecimento de sua própria prática, os indivíduos aprendem a ler e interpretar o mundo que os cerca.

 

A participação ativa das mulheres artesãs no processo formativo e de compartilhamento de saberes e fazeres lhes possibilita realizar a leitura de mundo (Freire, 1994), a rever a sua maneira de enxergar e interpretar a realidade com suas contradições. E, ao mesmo tempo, se reconhecerem como um grupo social pertencente a uma comunidade quilombola, quando observamos os seus trabalhos artesanais, como a confecção de bonecas pretas; na escolha e processamento do algodão como matéria-prima básica de boa parte dos seus artesanatos; no turbante confeccionado por Generosa e muito usado por Resistência; e nos conhecimentos que foram repassados entre as gerações de artesãs que fazem parte do grupo de mulheres desta pesquisa, como é o caso de Resistência, que já compartilhou seus saberes com Decidida e Inspiração, as quais fazem parte do grupo de artesãs.


Nesse movimento de compartilhamento de saberes e fazeres, Inspiração relatou que, antes da pandemia estava ensinando pintura para um grupo de crianças da comunidade, dez meninas e um menino. A artesã disse que os encontros aconteciam aos sábados, no salão da Igreja, e que a cada encontro pintavam um ramo[1] diferente. Segundo ela, todos gostavam muito e estava dando “super” certo. Porém, tiveram que parar por conta da Pandemia. Inspiração relatou que, para ajudar nesse processo de ensinar pintura para as crianças, ela buscava, de vez em quando, algumas dicas na internet, mas que ela gosta mesmo é de pintar coisas diferentes, não ficar muito presa aos vídeos, eles servem apenas como referências em relação à técnica de pintura.


Na entrevista individual com a artesã Decidida, ela relatou que pretende desenvolver um projeto com as crianças da comunidade:


[...] eu estou agora com um Projeto que tô querendo desenvolver aqui na comunidade, com as crianças do Quilombo, tô querendo ensinar algumas crianças, sabe, assim como mãinha me ensinou e me ajudou também, de certa forma na minha renda, esse dinheirinho do artesanato ajudou muito no meu aluguel, então, eu quero ajudar algumas crianças aqui da Comunidade a fazerem crochês, sabe! Aí eu tô com esse projeto, ainda escrevendo ainda, o que eu quero fazer porque está em período de pandemia, né, então, eu quero ver como eu vou fazer com as crianças e também de certa forma pra mim vai ser bom porque eu tô aqui, quando eu tô estudando em Caetité é difícil, porque pra mim vir é muito difícil, então eu vou tá aqui na comunidade, agora na pandemia eu posso ensinar, sabe. Por exemplo, eu pego três crianças, somente três crianças pra não aglomerar e venho aqui para o salão e vou ensinar, é isso que tô querendo desenvolver agora pra ajudar, sabe? (Decidida, 2021).

 

As práticas de gestão referentes à produção de artesanatos, mobilizadas pelo grupo de mulheres artesãs da Comunidade Lagoa dos Anjos têm contribuído não só para o compartilhamento de saberes e fazeres do próprio coletivo, mas para outras comunidades. Em um momento de diálogo no salão da Igreja, Resistência relatou uma experiência formativa, promovida pelo Cesol, em que as artesãs Inspiração, Generosa e o seu esposo realizaram oficinas de crochê, pintura, costura, tapetes de tiras de malhas, dentre outras atividades na Comunidade Quilombola de Vargem Alta, no município de Palmas de Monte Alto. Resistência (2021) contou com alegria essa experiência de troca de conhecimentos, “Menino, foi bom demais! Uma aprendizagem e tanto!”


Nos encontros com as artesãs, nos diálogos que foram sendo estabelecidos com elas durante as entrevistas individuais, notou-se que o que Resistência e Decidida relataram representam algumas das contribuições das práticas de gestão que envolvem a produção de artesanatos desse grupo de mulheres artesãs. Observa-se que a preocupação das artesãs não é apenas produzir seus artesanatos, mas também repassar seus saberes para as pessoas mais jovens da Comunidade Lagoa dos Anjos e até mesmo de outras comunidades. Portanto, esses compartilhamentos de saberes e fazeres ultrapassam os limites do próprio coletivo de mulheres artesãs deste estudo e dos conhecimentos individuais.


Desse modo, partimos da premissa de que tais práticas são marcadas de sentidos e significados para estas mulheres que se constroem na luta e nos enfrentamentos cotidianos. Essas práticas de gestão assumem-se como dispositivos acionadores de processos de construção de conhecimentos, os quais, nem sempre, são valorizados nos contextos formais de aprendizado.


O conceito de construção é aqui um recurso central para a caracterização do processo de produção tanto do conhecimento como dos objetos tecnológicos. Construir, nesta perspectiva, significa pôr em relação e interação, no quadro de práticas socialmente organizadas, materiais, instrumentos, maneiras de fazer, competências, de modo a criar algo que não existia antes, com propriedades novas e que não pode ser reduzido à soma de elementos heterogêneos mobilizados para a sua criação (Santos, 2008, p.149).

 

De acordo com o conceito de construção apresentado por Santos (2008), pode-se compreender que o trabalho de produção de artesanatos das artesãs desta pesquisa se configura como um processo de produção de conhecimentos (re)elaborados por elas, tanto relacionados ao fazer dos artesanatos, quanto dos conhecimentos que vão sendo construídos a partir das interações sociais entre as mulheres. Esse processo se inicia no momento em que as mulheres artesãs começam a pensar nas peças a serem elaboradas (talvez até antes), selecionando suas matérias-primas, as técnicas a serem utilizadas, os tipos de artefatos a serem produzidos, compartilhando saberes e fazeres entre elas, reunindo-se em grupo para produzirem ou produzindo individualmente, elas estão nesse processo ativo de soma de elementos, diversos, mas que são articulados entre elas para (re)elaboração de novos saberes e fazeres.


As artesãs foram relatando, em nossas conversas, que, a partir das produções de artesanatos de maneira coletiva na comunidade, muitas delas não só aprenderam novas técnicas, como também aperfeiçoaram os trabalhos que já faziam antes. Desse modo, pode-se inferir que o compartilhamento de saberes e fazeres, a partir das práticas de gestão relacionadas à produção de artesanatos é fundamental para o fortalecimento, o resgate e a continuidade do modo de produção artesanal nas sociedades contemporâneas, preservando a cultura e divulgando-a para as futuras gerações.


Vale ressaltar que apesar de as mulheres artesãs deste estudo entenderem os seus artesanatos como complemento de renda, portanto, seu valor econômico, não deixam de lado o seu valor simbólico, os aspectos culturais e a relação com a história de luta e de resistência da comunidade. Os artesanatos, assim, assumem uma posição de transição, uma dupla inscrição, histórica e estrutural, sendo, ao mesmo tempo, manifestações culturais e econômicas, o que Canclini (1983) chama de processo híbrido desses artefatos. Para Lima (2011, p.191), “o artesão produz a partir de uma cultura e o produto que faz objeto artesanal tem esse duplo caráter: é uma mercadoria por um lado, mas é um produto cultural resultante do significado da vida daquela pessoa”.


Além das contribuições das práticas de gestão da produção de artesanatos para a organização, compartilhamentos de saberes e fazeres e comercialização dos produtos das artesãs, podemos acrescentar a partilha de saberes e fazeres, que envolve a divulgação dos seus artefatos, através das redes sociais virtuais. Essa forma de divulgar artefatos ocupa espaço não apenas de visualização dos produtos, mas também de lugar para conservar os símbolos de suas identidades representadas pelas imagens dos seus artesanatos expostos em seus perfis em redes sociais.


Esse uso tão comum das redes sociais, ultimamente, não tem ficado restrito apenas aos coletivos de artesãos(ãs) nos centros urbanos, pode ser observado também pelos grupos de mulheres artesãs em comunidades rurais, como podemos evidenciar através do projeto sociocultural Mulheres do Jequitinhonha, Minas Gerais, um projeto sociocultural, concebido por “A TINGUI”, uma associação civil sem fins lucrativos ou econômicos que atua no desenvolvimento de projetos socioculturais e socioambientais que visam à promoção e transformação social da população de comunidades rurais do Vale do Jequitinhonha em situação de risco social, o qual, inclusive possui um site próprio para comercialização dos seus produtos e compartilhamentos dos saberes e fazeres que envolvem a prática de produção de artesanatos desse coletivo de mulheres.


Ainda sobre as mulheres artesãs desta pesquisa, elas evidenciaram em nossos diálogos que também têm utilizado outros recursos para continuarem compartilhando seus saberes e fazeres, como foi relatado pelas artesãs Inspiração e Tímida, ao falarem da criação de um grupo de WhatsApp para que as mulheres artesãs pudessem trocar informações e conversarem sobre os trabalhos do grupo, principalmente nesse período da Pandemia.


Esses recursos usados pelas artesãs, como as redes sociais e o grupo de WhatsApp, pode-se dizer que são formas de registro e manutenção das produções culturais entre o grupo, das relações de contatos e de aprendizados entre elas, o que se aproxima muito com o que Canclini (1983) descreveu sobre uma celebração festiva/religiosa em Patamban, no México. O autor fala do uso de gravadores, por um grupo de homens que disputavam um concurso de canções tarascas De acordo com Canclini (1983, p. 57), “Os tarascos ou purépechas têm sido e são um dos principais grupos étnicos do México”. Canclini, ao observar a utilização de um instrumento mais tecnológico e conversando com alguns dos homens que gravavam as canções, descobre que esses homens, muitos deles, trabalhadores de outras regiões do México e dos Estados Unidos, registravam as canções para escutá-las após o término do concurso e quando eles voltassem a viajar. Para o autor, essas formas de registro das culturas locais representam as marcas identitárias que estão em processos de mudanças através das interações com outras formas culturais às quais eles estão submetidos.


Oliveira et al (s.d, p.9), com base na pesquisa realizada em 1987 pela pesquisadora Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva sobre a educação e identidade dos negros trabalhadores rurais do Limoeiro (RS), aponta que “as pessoas se formam em todas as experiências de que participam em diferentes contextos ao longo da vida”. Nós nos constituímos como sujeitos históricos, políticos, sociais e culturais no conjunto das experiências cotidianas tecidas nas relações que estabelecemos de forma individual ou coletivamente, no compartilhamento de saberes e fazeres, nas negociações que fazemos com o outro, sobretudo, a partir daquilo que nos vai tangenciando no percurso da vida. É sobre esses saberes e fazeres que tenham tangenciado as mulheres artesãs por meio das práticas artesanais que continuaremos falando na sequência.

 

2.1 ENSINAMENTOS DA PRÁTICA DA PRODUÇÃO DO ARTESANATO PARA A VIDA

 

Como evidenciado até aqui, as narrativas das mulheres artesãs são importantes em nosso caminhar metodológico, as histórias apreendidas e ensinadas em relação à prática do artesanato alinhavadas às suas histórias de vidas, pois compreendemos que representam as vidas de mulheres artesãs quilombolas que se constituem nas múltiplas tarefas e funções que ocupam nos espaços-tempos.


Ao me inserir no campo empírico em busca de informações que ajudassem a responder aos objetivos estabelecidos neste estudo, deparei com um conjunto de histórias, muitas delas, provocadas pela curiosidade de pesquisador, outras emergiram entre um bate- papo e outro de forma despretensiosa, mas não menos relevantes para a construção da pesquisa em sua completude, porquanto entendemos que fazer pesquisa, sobretudo nas ciências humanas, requer o seguinte ensinamento:


É preciso mais que o reconhecimento das normas, das leis do pensamento, das prescrições metodológicas, das estratégias de controle do tempo e do espaço para entrar e sair das relações de produção dos saberes em campo. É preciso o reconhecimento dos saberes que atravessam nossos corpos e desenham sob a nossa pele a memória sublime das sensibilidades que aprendemos a cultivar vivendo as diferentes situações de estar com os outros (Pimentel, 2016, p.8).

 

Portanto, no decorrer da pesquisa, fomos estabelecendo diálogos, encontros, nos quais afloraram, dentre tantas histórias, aquelas relacionadas às aprendizagens com a produção do artesanato, que, segundo as artesãs, vão levar para a vida toda como denotam as falas a seguir:


O pouquinho que eu aprendi eu nunca vou esquecer, e, aqui é assim quando uma tá meio caída, as outras ajudam a gente, acaba saindo tudo igual, que a gente esquece daquilo que tava passando, uma passa força pra outra, assim que me sinto aqui dentro (Simplicidade, 2021).

 

O aprendizado que a gente tem, assim no artesanato, é muito importante, você aprende muita coisa, às vezes você aprende a conviver com as pessoas, muito importante eu acho. Muito importante. Isso aí eu não vou deixar por nada, só por Deus (Paciência, 2021).

 

A prática do artesanato, além de ser vista como uma atividade cultural e econômica pelo coletivo de mulheres artesãs desta pesquisa, se configura como uma atividade que tem  ajudado no processo de sociabilidade, de solidariedade entre as companheiras do grupo, como ressaltam Simplicidade e Paciência. Além disso, a artesã Decidida, ao falar sobre o que ela tem aprendido com a prática do artesanato, busca, nos “fios” da sua história pessoal, lembranças, recordações e percebe como estar inserida na produção do artesanato contribuiu para que ressignificasse sua vida.


Sim, porque eu recordo, eu me lembro bem, como que é, pelo fato de eu ser uma criança muito pirracenta, eu era muito rejeitada, então, o artesanato trouxe pra mim também uma forma de, traz uma forma de lembrar o quanto que eu evoluí através do artesanato e o quanto que eu venho evoluindo, sabe? E toda vez que eu lembro, vejo a agulha, eu lembro da agulha, eu vou e lembro o quanto que eu mudei, minha história mudou através do artesanato (Decidida, 2021).

 

Esses relatos são importantes para ressaltar que produzir artesanato, principalmente quando ele acontece em grupos comunitários, seja ele produzido de forma individual ou coletivamente, como é o caso da produção do grupo de mulheres artesãs deste estudo, articulado aos princípios da economia solidária, ou não, possibilita compreender as transformações ocorridas em suas vidas. Assim, não se pode refletir sobre a produção do artesanato apenas na perspectiva da dimensão econômica ou cultural, mas atentando, também, para outros fatores que estão entrelaçados nessa prática, a exemplo das relações humanas que se estabelecem no ato de produção.


A artesã Inspiração (2021) ressalta que da prática de fazer artesanato ela aprendeu a ter “concentração e disciplina”. Ela afirma que essa prática ajuda a melhorar em vários aspectos da vida, além de ser “uma alternativa de renda”.

No decorrer das entrevistas ou das conversas informais foi possível notar que, para as artesãs, as aprendizagens com o artesanato perpassam pelo significado que este tem para as elas. Então, ao serem questionadas sobre o significado do artesanato para elas, suas respostas apontaram elementos que vão da dimensão trabalho à vida pessoal. A partir das respostas das artesãs, elaboramos uma nuvem de palavras no EdWordle[2] apresentada na sequência.

 

Figura 1 – O que o artesanato significa para você?













Fonte: (Elaborado a partir das falas das participantes, 2021).

 

As narrativas dessas mulheres artesãs estão imbricadas de sentimentos, de histórias, de afetividades, reconhecimento do trabalho realizado por elas, pois, com suas produções, contribuem no complemento da renda da família, ajudam a contar a história da sua comunidade e a dar visibilidade.


Resistência, em sua fala, afirma que “artesanato é vida”. Ao recorrer ao Dicionário de Filosofia para verificar o significado de vida, dentre os significados encontrados, destaco aqui o que diz que vida “designa também as diversas formas de existência e de atividade humana, por exemplo.: vida social, vida espiritual, vida religiosa” (Japiassú; Marcondes, 2006, p.277). Desse modo, compreendemos que, quando Resistência diz que “artesanato é vida”, sua narrativa carrega sensações, emoções, lutas, dificuldades, sonhos, histórias constituídas nas múltiplas relações estabelecidas consigo mesma e com o mundo, logo, é uma fala enraizada na história.


Desse modo, entendemos que as narrativas desse coletivo de mulheres artesãs sobre a prática da produção de artesanato têm cumprido o papel de desvelar as trajetórias de vidas, ajudando a fortalecer laços de amizades, as relações de cuidado uma com a outra. Para além desses aspectos, o trabalho com artesanato tem funcionado como terapia para algumas das artesãs, de distração, de alívio dos estresses do cotidiano, pois, entre uma conversa e outra, vão compartilhando saberes e se ajudando entre si.


Durante a pesquisa foi possível perceber o quanto o artesanato faz parte da vida das artesãs. Nesse sentido, compreendemos que no “artesanato se cruzam e se encontram saberes diversos, diálogos são estabelecidos entre o conhecimento tradicional daqueles que, de geração em geração, vêm desenvolvendo práticas não apenas empíricas, mas também fruto de experimentação, de pesquisa” (Lima, 2016, p. 9) e de produção de existência. Pode-se dizer que o artesanato é um discurso sobre o mundo, é representação, (re)leitura e interpretação do real, munido de sentidos e significados para quem o produz.

 

3.CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Nesse sentido, o artesanato, para além de ser um complemento de renda, o processo, em sua totalidade, tem um significado maior, de vida, de luta, portanto compreender a prática de gestão das mulheres artesãs na perspectiva conceitual de prática social implica situá-la a partir de alguns fatores que se inter-relacionam, como o engajamento das artesãs no processo de produção de artesanatos; como os objetivos ou problemas do grupo são compartilhados; bem como as condições em que a prática social do artesanato acontece. Desse modo, a pesquisa possibilitou identificar e compreender que a prática social que o grupo de mulheres artesãs mobiliza no fazer artesanatos exige habilidades diversas que atravessam o simples ato da produção de artefatos.


São saberes e fazeres compartilhados, mobilizados no coletivo e no individual, os quais são passiveis de arranjos e rearranjos conforme as necessidades do grupo. As práticas artesanais mobilizadas por este grupo de mulheres artesãs têm contribuído não só para o compartilhamento de saberes e fazeres do próprio coletivo, mas para outras comunidades. É preciso marcar que a prática social do fazer artesanato se configura como um processo de produção de conhecimentos (re)elaborados por elas nas múltiplas interações sociais. Dessa forma, compreendemos que a produção artesanal é muito mais que um complemento de renda, é uma produção de valor simbólico que reafirma aspectos culturais (Canclini, 1983) e a relação com a história de luta e de resistência da comunidade. Assim, o trabalho artesanal “é produtor de cultura, de mercadoria em forma de economia que pode ser caracterizada como cultura, criativa e popular” (Keller, 2016, p.59).

 

4. REFERÊNCIAS

 

 

BORGES, Luciana. Métodos qualitativos e quantitativos: conceitos, aproximações e divergências. In: Pesquisa qualitativa para todos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2020. (p.49-75).

 

CANCLINI, Nestor Garcia. As culturas populares no capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1983.

 

CHARLOT, Bernard. Relação com o saber, Formação de Professores e Globalização:

questões para a educação hoje. 1ªed. Porto Alegre: ARTMED, 2005.

 

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução ao Planejamento e Controle de Produção. SP: McGraw Hill, 1990.

 

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria da Administração: abordagem normativa da administração. São Paulo: Mc Graw-Hill, 1993. v.1.

 

CUNHA, Ana Luiza Salgado. Extensão Universitária na Universidade Federal de São Carlos: (des)encontros com a Educação Popular. Tese (doutorado em educação) - Universidade Federal de São Carlos, campus São Carlos, São Carlos: 2018, 273f.

 

DRUCKER, Peter Ferdinand. Introdução à Administração. São Paulo: Pioneira, 1998

 

FAYOL, Henri. Administração industrial e geral. 8.ed. São Paulo: Atlas, 1970.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1994.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

 

GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: aval.pol.públ. Educ. [online]. 2006, vol.14, n.50, pp.27-38. ISSN 1809-4465. https://doi.org/10.1590/S0104-40362006000100003.

 

JAPIASSÚ; Hilton; MARCONDES, Danilo. Neutralidade. In: Dicionário Básico de Filosofia. [1934]. 4. ed. ver e ampl. Editor Jorge ZAHAR. Rio de Janeiro: 2006.

 

KELLER, Paulo Fernandes. O artesanato e a economia do artesanato. In. SANTOS, Denilson Moreira et al. (Orgs.). Artesanato no Maranhão: práticas e sentidos. São Luís: EDUFMA, 2016, p. 59 -87.

 

LIMA, Ricardo Gomes. Artesanato em debate: Paulo Keller entrevista Ricardo Gomes Lima. In: Revista Pós Ciências Sociais, v. 8, n. 15, jan./jun. 2011. Disponível em: http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/

rpcsoc/article/view/593. Acesso em: 25 ago. 2021.

 

LIMA, Ricardo Gomes. PREFÁCIO. In: SANTOS, Denilson Moreira et al. (Orgs.).

Artesanato no Maranhão: práticas e sentidos. São Luís: EDUFMA, 2016, p. 8-10

 

MAXIMINIANO, Antônio César Amaru. Teoria Geral da Administração: da escola científica à competitividade em economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2000.

 

MINAYO, Maria Cecilia de Souza. O desafio da pesquisa social. In: MINAYO, Maria Cecilia de Souza. (Org.) Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. 28 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. p.9- 29.

 

OLIVEIRA, et al. [s.d]. Processos educativos em práticas sociais: reflexões teóricas e metodológicas sobre pesquisa educacional em espaços sociais. Disponível em: https://www.anped.org.br/sites/default/files/gt06-5383-int.pdf. Acesso em: 07 de nov 2020.

 

SANTOS, Boaventura de Souza. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. – 2. ed. – São Paulo: Cortez, 2008.

 

VALLA, Victor Vicent. A crise de interpretação é nossa: procurando compreender a fala das classes subalternas. Revista Educação e Realidade. 21(2), jul/dez, 1996, p. 177-190.


[1] Inspiração se refere a ramo de plantas, pois gosta de pegar referências na natureza.

 

[2] http://www.edwordle.net/create.html#. EdWordle é uma ferramenta para editar “nuvens de palavras” baseada no Wordle. É gratuita e o usuário pode salvar as nuvens criadas em PNG, PDF e SVG.

 

 

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publicação de artigo científico

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Como citar esse artigo:


COSTA, Naydson Manoel Ataide. Práticas de gestão das mulheres artesãs: “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v. 2, n. 3, 2024; p. 257-274. ISSN: 2965-9760 | DOI: doi.org/10.59283/unisv.v2n3.018


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