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Nelson João de Siqueira Neto

PERSPECTIVAS DO USO DO CANABIDIOL NA ODONTOLOGIA: UMA REVISÃO NARRATIVA DE LITERATURA

Atualizado: 11 de jan.

PERSPECTIVES ON THE USE OF CANNABIDIOL IN DENTISTRY: A NARRATIVE LITERATURE REVIEW





Como citar esse artigo:


SIQUEIRA NETO, Nelson João de; LUNA, Carla Carolline Santos de; ARAÚJO, Ozanna Soares Medeiros de; ROSENDO Rosana Araújo. Perspectivas do uso do canabidiol na odontologia: Uma revisão narrativa de literatura. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v.3, n.1. 2023 p. 153-169. ISBN | D.O.I.: doi.org/10.59283/ebk-978-65-85898-08-9


Autores:


Nelson João de Siqueira Neto

Discente em Odontologia pela Universidade Federal de Campina Grande. Contato: nelson.joao@estudante.ufcg.edu.br


Carla Carolline Santos de Luna

Discente em Odontologia pela Universidade Federal de Campina Grande. Contato:carla.carolline@estudante.ufcg.edu.br


Ozanna Soares Medeiros de Araújo

Discente em Odontologia pela Universidade Federal de Campina Grande. Contato: Ozanna.soares@estudante.ufcg.edu.br


Rosana Araújo Rosendo

Doutora em Ciência e Engenharia de Materiais com Área de Concentração em Biomateriais, mestre em Odontologia com Área de Concentração em Diagnóstico Bucal, graduada em Odontologia, especialista em Programa de Saúde da Família e pós-graduada em nível de aperfeiçoamento em Endodontia, Prótese Fixa, Removível, Oclusão e Prótese sobre Implante. Contato: rosana.araujo@professor.ufcg.edu.br


RESUMO


O canabidiol (CBD) é um canabinóide natural derivado da Cannabis sativa, sendo conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e antioxidantes. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão de literatura acerca das perspectivas de uso do canabidiol (CBD) na odontologia e sua relação com a saúde bucal que foi conduzida entre os meses de fevereiro a setembro de 2023, com artigos publicados nos últimos quinze anos, abrangendo estudos que exploraram o potencial terapêutico do CBD para condições odontologicas, consultando-se os bancos de dados online PubMed/Medline e CAPES, via Portal regional da BVS. A estratégia de busca foi conduzida mediante o cruzamento de termos-chave específicos, a saber: "Cannabis", "Odontologia", "Regeneração óssea", "Canabidiol" e "Periodontite". A pesquisa foi feita nos idiomas português e inglês, sendo incluídos estudos clínicos originais, estudos originais, modelos animais e estudos in vivo em células, com a exclusão dos artigos que fugiram da temática central deste estudo, além de relatos de casos, artigos de opinião, cartas e resumos de conferências. As informações coletadas foram agrupadas e organizadas de forma descritiva. A literatura pesquisada revelou que o CBD pode desempenhar um papel importante na regeneração óssea, redução da inflamação e tratamento de doenças gengivais, como a periodontite. Além disso, destaca-se o interesse crescente da indústria em incorporar o CBD em produtos de higiene oral. No entanto, é crucial enfatizar que a pesquisa nesta área está em sua infância, e mais estudos clínicos são necessários para validar os resultados. Esta investigação abre portas para novas abordagens terapêuticas e inovações na odontologia


Palavras-chave: Canabidiol; Odontologia; Regeneração óssea; Periodontite.



ABSTRACT


Cannabidiol (CBD) is a natural cannabinoid derived from Cannabis sativa and is known for its anti-inflammatory, analgesic and antioxidant properties. The aim of this study was to carry out a literature review on the prospects for the use of cannabidiol (CBD) in dentistry and its relationship with oral health, which was conducted between February and September 2023, with articles published in the last fifteen years, covering studies that explored the therapeutic potential of CBD for dental conditions, consulting the PubMed/Medline and CAPES online databases, via the VHL regional portal. The search strategy was conducted by crossing specific key terms, namely: "Cannabis", "Dentistry", "Bone regeneration", "Cannabidiol" and "Periodontitis". The search was carried out in Portuguese and English, and included original clinical studies, original studies, animal models and in vivo studies in cells, excluding articles that fell outside the central theme of this study, as well as case reports, opinion articles, letters and conference abstracts. The information collected was grouped and organized descriptively. The literature researched revealed that CBD can play an important role in bone regeneration, reducing inflammation and treating gum diseases such as periodontitis. In addition, the industry's growing interest in incorporating CBD into oral hygiene products stands out. However, it is crucial to emphasize that research in this area is in its infancy, and more clinical studies are needed to validate the results. This research opens doors to new therapeutic approaches and innovations in dentistry.


Keywords: Cannabidiol; Dentistry; Bone regeneration; Periodontitis.



1. INTRODUÇÃO


Os endocanabinóides são moléculas de ocorrência natural em mamíferos produzidas no sistema endocanabinóide (Pisanti et al., 2017; Rossi, 2009), que interagem com substâncias endógenas (por exemplo, anandamida e 2-araquidonoil glicerol), fitocanabinóides (por exemplo, canabidiol, tetrahidrocanabinol) ou análogos de canabinóides sintéticos.


Durante grande parte do século XIX e início do século XX, os ingredientes ativos da cannabis eram desconhecidos, sendo introduzidos posteriormente por O'Shaughnessy, um médico irlandês e Moreau, um psiquiatra francês, na segunda metade do século XIX (Aldrich, 1997; Mechoulam e Carlini, 1978).


Como nos assegura Hanus et al. (2016), a Cannabis sativa possui aproximadamente 540 compostos naturais, dos quais 100 deles foram identificados como fitocanabinóides devido a sua estrutura química compartilhada, podendo ser classificados em várias subclasses, incluindo o tipo tetrahidrocanabinol, o tipo ÿ9 - tetrahidrocanabivarina, o tipo canabidiol, o tipo canabinol e vários outros. Destes, o trans-ÿ9 - tetrahidrocanabinol (ÿ9 -THC) e o CBD têm sido investigados em um grau maior, porém o (THC) possui compostos psicoativos.


O canabidiol (CBD) é um composto sem atividade psicoativa derivado da planta Cannabis sativa, tendo sido investigado com mais frequência e em maior extensão quando comparado com outros canabinóides na literatura contemporânea, e tem mostrado potencial como agente terapêutico em várias condições fisiopatológicas ou estados de doença (Amin e Ali, 2019).


A humanidade usa compostos naturais para a cura de enfermidades há milênios de anos; desde pelo menos 2700 a.c. As medicinas tradicionais asiática, africana e indiana utilizaram os compostos da Cannabis Sativa L. para a terapêutica de diversas doenças, entre elas as de origem bucais e dentárias, ganhando destaque o emprego para o controle da odontalgia, assim como a redução da inflamação do tecido gengival (Lowe et al., 2021).


Por volta da década de 1970, foi listada como uma droga ilícita devido a preocupações sobre seus agentes com propriedades psicoativas, porém, houve nos últimos 15 a 20 anos a descriminalização e legalização, assim retomando o interesse pelos pesquisadores, na utilização da Cannabis sativa L. e seus derivados para o desenvolvimento de novas terapêuticas para diversas doenças. Em 2014, no Brasil, a paciente Anny Fischer conseguiu o óleo de CBD através do poder judiciário e, em 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) colocou o CBD como substância controlada na Lista C1 da Portaria 344/98 (Pinheiro, Moraes e Fattori, 2021).


Com base no exposto, esse trabalho tem o objetivo de desenvolver uma revisão narrativa da literatura sobre as perspectivas do uso do canabidiol na odontologia.

Uma planta que apresenta grande potencial terapêutico, apesar de suas propriedades psicotrópicas, é a Cannabis sativa L., esta planta vem sendo utilizada, há séculos, pela humanidade para diversos fins, tais como, alimentação, rituais religiosos e práticas medicinais (Mechoulam, 1973).


2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


Uma planta que apresenta grande potencial terapêutico, apesar de suas propriedades psicotrópicas, é a Cannabis sativa L., esta planta vem sendo utilizada, há séculos, pela humanidade para diversos fins, tais como, alimentação, rituais religiosos e práticas medicinais (Mechoulam, 1973).


2.1 FARMACOLOGIADA CANNABIS SATIVA


Os canabinóides são uma classe de compostos químicos que ativam os receptores canabinóides, proteínas que permitema interação dessassubstâncias com o metabolismo celular; mais especificamente com o sistema endocanabinóide, que atua na regulação e equilíbrio de uma série de processosfisiológicos de nosso corpo. O canabinóide predominante em C. sativaque induz efeitospsicotrópicos é o ÿ9- THC1. A clonagem do primeiro receptor canabinóide tipo (CB1) em 1990 iniciou a farmacodinâmica dos fitocanabinóides (Gerard, 1990; Matsuda, 1990). Três anos depois, o segundo receptor canabinóide tipo 2 (CB2) foi clonado (Munro, Thomas e Aabu-Shaar, 1993).


Atualmente, a comunidade científica designa com o termo 'canabinóide' esses terpenofenóis derivados da Cannabis sativa, mas também compostossintéticos capazes de atuar direta ou indiretamente nos receptores canabinóides (Appendino, Chianese e Taglialatela-Scafati, 2011).


Embora esses compostos tenham estruturas químicas semelhantes, eles podem desencadear diferentes ações farmacológicas, as quais dependem principalmente da interação com componentes da maquinaria do sistema endocanabinóide, como receptores canabinóides e enzimas de síntese e degradação endocanabinóides (Bisogno et al., 2001; Pertwee, 1999; Showalter et al., 1996; Thomas et al., 1998).


O sistemaendocanabinóide (ECS) é um sistemafisiológico presente em nosso corpo que é responsável pela regulação e equilíbrio de uma série de processos fisiológicos. Ele consisteem receptores cooperantes, seus ligantes, enzimasativas na síntese e/ou degradação de ligantes e algumas outras moléculas sinalizadoras. No tecido cerebral tem um efeito direto nos processos fisiológicos que regulam a percepção da dor, funções cognitivas, afetivas e motoras (Di Marzo, 2009).


O CBD e o ÿ9 -tetraidrocanabinol (THC) psicotrópico são os canabinóides mais abundantes do gênero Cannabis (Izzo et al., 2009). Em mamíferos, a atividade biológica dos fitocanabinóides está ligada a sua interação com os dois subtipos de receptores canabinóides acoplados às proteínas G, CB1 e CB2 (Ye et al., 2009).


Esses receptores estão localizados na superfície das estruturas da membrana celular de todos os tecidosdos mamíferos (Silver,2019). O CBD é um agonista parcial que se liga ao sítio ortostérico do receptor CB2, ao passoque é um antagonista direto do sítio de ligação do receptor CB1; sendo um modulador alostériconegativo de ambos os receptores (Navarro et al., 2021).


O CBD mostra menor afinidade dos receptores CB1 e CB2 em relação ao ÿ9- THC. Na presença de ÿ9-THC, é capaz de antagonizar CB1 em baixasconcentrações nanomolares, constatando que sustenta suas propriedades reguladoras sobre efeitos adversos relacionados ao ÿ9-THC como taquicardia, ansiedade, sedação e fome em humanos e ratos (MurilloRodriguez et al., 2006; Nicholson et al., 2004; Russo e Guy, 2006).


Os receptores CB1 ocorrem principalmente no tecido cerebral e regulam as atividades neuronais. Os receptores CB2 estão localizados em células do sistema imune inato e do tecido nervoso periférico e estão envolvidos na regulação da atividade anti-inflamatória e imunomoduladora. A interação de ligantes exógenos (fitocanabinóides, canabinóides sintéticos) e endógenos (endocanabinóides como amidas e ésteres do ácido araquidônico) com os receptores CB1 e CB2 ativam o sistema endocanabinóide (ECS) (Devane et al.,1992).


Análises préviasressaltaram que o CBD tem a capacidade de inibir a produção de um amplo leque de citocinas pró-inflamatórias, a exemplo do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) (Ribeiro et al.,2015) e da interleucina-1 beta (IL-1β) (Pan et al., 2009), bem como quimiocinas e fatores de crescimento; podendo ainda deter a proliferação, ativação, maturação e migraçãodas células imunológicas, além de influir na apresentação de antígenos (Booz, 2011; Burstein, 2015). Além disso, revisões da literatura apontam que o CBD possui um perfil de efeitos adversos baixos, mesmo quando administrado a longo prazo, e seu uso é seguro e bem tolerado tanto por animais quanto por seres humanos (Iffland e Grotenhermen, 2017; Machado Bergamaschi et al., 2011). Recentemente, têm ocorrido avanços significativos na elucidaçãode seu mecanismo de ação preciso. No entanto, sua farmacocinética ainda não foi completamente esclarecida.


2.1 APLICAÇÃO DA CANNABIS SATIVANA ODONTOLOGIA

2.1.1 Cannabis sativano tratamento periodontal


A doença periodontal é uma doença inflamatória gengival causada pelo acúmulo de biofilme bacteriano, caracterizada por inflamação e até sangramento da gengiva. Pode ser considerado o estágio intermediário na progressão geral da doença gengival. As doenças periodontais incluem gengivite (doença da gengiva em estágio inicial) e periodontite (doença da gengiva em estágio avançado e grave), ambas caracterizadas por irritação e inflamação da gengiva. Se não for tratada, a doença leva à perda progressiva do osso alveolar e, eventualmente, à perda óssea, e por conseguinte a perda dental. Além disso, esses efeitos não são apenas localizados, mas se manifestam sistemicamente (Lowe et al., 2021).


A saúde dos tecidos duros e moles bucais é afetada pela diversidade genética de bactérias no biofilme supra e subgengival, sistema imunológico da mucosa, fatores salivares protetores, predisposição genética e status socioeconômico (Guggenhein e Shapiro, 1998).


As citocinas são proteínas solúveis produzidas por uma ou mais células, capazes de alterar o comportamento das próprias células que as produziram ou até mesmo de outras, sendo secretadas por células residentes e inflamatórias (Lins et al., 2010). As citocinas pró-inflamatórias produzidas pelas células do sistema imunológico iniciam a destruição das bactérias patogênicas e dos tecidos periodontais, especialmente fibroblastos do ligamento periodontal e osteoblastos do osso alveolar (Pihlstrom, Michalowicz e Johnson, 2005).


Quanto à saúde periodontal, Konermann et al. (2017) demonstraram a presença dos receptores CB1 e CB2 e alterações na expressão em fibroblastos do ligamento periodontal humano(HPLFs) in vitro e in vivo. In vivo, a expressão de CB1 foi significativamente maior em células saudáveis do ligamento periodontal (PDL) em comparação com CB2. A inflamação bacteriana produziu uma diminuição em CB1 e um aumento em CB2, enquanto a inflamação estéril causou extenso acúmulo de CB1 e CB2. Em condições in vitro, o CB2 foi expresso nos níveis de gene e proteína, enquanto o CB1 foi indetectável no nível de proteína.


Após esse estudo, HPLFs estressados mecanicamente foram incubados com os endocanabinóides anandamida (AEA) e palmitoil etanolamina (PEA) por 6 e 10 h. A AEA sub-regulou significativamente a transcrição das citocinas inflamatórias IL-1ÿ, IL-6 e TNFÿ, enquanto aPEA sub-regulou acessoriamente essas citocinas. Assim, o ECS pode desempenhar uma função reguladora nas células periodontais sob condições de estresse (Jäger et al., 2020).


As citocinas são proteínas solúveis produzidas por uma ou mais células, capazes de alterar o comportamento das próprias células que as produziram ou até mesmo de outras, sendo secretadas por células residentes e inflamatórias (Lins et al., 2010). As citocinas pró-inflamatórias produzidas pelas células do sistema imunológico iniciam a destruição das bactérias patogênicas e dos tecidos periodontais, especialmente fibroblastos do ligamento periodontal e osteoblastos do osso alveolar (Pihlstrom, Michalowicz e Johnson, 2005).


Quanto à saúde periodontal, Konermann et al. (2017) demonstraram a presença dos receptores CB1 e CB2 e alterações na expressão em fibroblastos do ligamento periodontal humano(HPLFs) in vitro e in vivo. In vivo, a expressão de CB1 foi significativamente maior em células saudáveis do ligamento periodontal (PDL) em comparação com CB2. A inflamação bacteriana produziu uma diminuição em CB1 e um aumento em CB2, enquanto a inflamação estéril causou extenso acúmulo de CB1 e CB2. Em condições in vitro, o CB2 foi expresso nos níveis de gene e proteína, enquanto o CB1 foi indetectável no nível de proteína.


Após esse estudo, HPLFs estressados mecanicamente foram incubados com os endocanabinóides anandamida (AEA) e palmitoil etanolamina (PEA) por 6 e 10 h. A AEA sub-regulou significativamente a transcrição das citocinas inflamatórias IL-1ÿ, IL-6 e TNFÿ, enquanto aPEA sub-regulou acessoriamente essas citocinas. Assim, o ECS pode desempenhar uma função reguladora nas células periodontais sob condições de estresse (Jäger et al., 2020).


O CBD tem propriedades anti-inflamatórias e demonstrou ser capaz de reduzir a perda óssea alveolarna periodontite induzida(Napimoga, 2009; Stahl e Vasudevan, 2020). Farmacologicamente, a ativaçãoseletiva do CBD nos receptores CB2 permite efeitos terapêuticos, analgésicos ou anti-inflamatórios, enquanto previne os efeitos secundários resultantes da ativação dos receptores CB1 (Burstein et al., 2015).


Estas propriedades anti-inflamatórias manifestaram-se de forma semelhante a de outros canabinóides endógenos, incluindo a anandamida. Especificamente, os estudos demonstraram que a anandamida está presente e regulada durante a progressão da doençaperiodontal e está envolvida na supressão de mediadores pró- inflamatórios. Além disso, possivelmente está fisiologicamente envolvida na proteção dos tecidos periodontais contra o excesso de inflamação (Napimoga, 2009).


A anandamida pode bloquear o NF-kB, um regulador da resposta imune e inflamatória, normalmente ativado por endotoxinas de lipopolissacarídeos bacterianos, sendo também capaz de reduzir a produção de mediadores inflamatórios como as interleucinas (Burstein et al., 2015).


Os efeitos também demonstraram envolver a inibição ou modulação da produção de citocinas, quimiocinas e fatores de crescimento pró-inflamatórios, juntamente com a interferência na migração de macrófagos e neutrófilos e redução do estresse oxidativo e nitrosativo (Pisanti et al., 2017).


No entanto, os resultados de outro estudo sugeriram que o CBD pode promover aumento da fibrose gengival,aumentando assim a produção de fibroblastos gengivais, fator de crescimento transformativo b e fibronectina com diminuição da produção e atividade da metaloproteinase da matriz (Rawal, Dabbous e Tipton, 2012).

Esses autores ainda afirmaram que as baixas concentrações de CBD aumentaram os níveis do fator de crescimento transformador beta em até 40% em 24 horas, sugerindo que o CBD pode promover a fibrose dessa maneira. Além disso, o CBD pode aumentar os níveis de anandamida, o que pode promover fibrose via CB1 ou outros receptores a assim atuar na regeneração do tecido gengival.


3.1.1 Cannabis sativa x Regeneração Óssea


A regeneração óssea é um processo que resulta na formação de osso novo. Este complexo processo consiste em duas etapas principais: formação óssea e reabsorção óssea. A formação óssea é realizada por osteoblastos, enquanto a reabsorção óssea é realizada por osteoclastos, que removem o osso necrótico e moldam a massa óssea recém-formada em sua forma anterior (Raggatt e Partridge, 2010).


O processo de regeneração óssea ocorre tanto em ambientes fisiológicos quanto patológicos. Em ambientes fisiológicos, esse processo é chamado de remodelação e é mais ativo durante o crescimento. Durante a idade adulta, a remodelação óssea substitui o esqueleto adulto aproximadamente a cada 10 anos (Langdahl et al., 2016).


Em cenários patológicos, a regeneração óssea ocorre na consolidação de fraturas, no reparo de defeitos ósseos após infecções e ressecções de tumores ósseos, na patologia maxilofacial, na osseointegração de implantes ortopédicos e dentários, bem como na doença periodontal. Devido ao processo de regeneração óssea, se as condições adequadas forem satisfeitas, os defeitos ósseos cicatrizam completamente, sem qualquer diferença entre o osso recém-formado e o anterior à lesão (Dimitriou et al., 2011).


No entanto,existem casos em que a regeneração óssea é inadequada, levando a falhas que requerem múltiplas intervenções cirúrgicas, longa hospitalização, baixos índices de satisfação e importantes consequências socioeconômicas (Dragos et al., 2017).


Essas situações mais frequentemente incluem a fratura não consolidada, bem como o afrouxamento de implantes dentários e ortopédicos. Fatores exógenos que possam melhorar o processo de regeneração óssea são necessários nesses casos, consistindo em técnicas locais e sistêmicas (Dragos et al., 2019).


As técnicas locais atuais para melhorar o processo de regeneração óssea incluem: enxertosósseos autólogos, aloenxertos, andaimes osteocondutores, fatores de crescimento, células osteoprogenitoras e distração osteogênica, mas cada um tem suas limitações (Dimitriou et al., 2011).


A colheita de enxerto autólogo, um padrão-ouro em muitas situações, geralmente requer uma segunda incisão e leva a complicações como dor residual, limitações funcionais, aparência estética ou distúrbios sensoriais (Ahlmann et al., 2002; Dimitriou et al., 2011). Os aloenxertos possuem baixas propriedades osteoindutoras e estudos relataram reações imunogênicas, infecções e custo mais elevado (Dimitriou et al., 2011).


O CBD mostrou propriedades biológicas e osteoindutoras favoráveis. Quando usado sozinhoou em combinação com outrassubstâncias, o CBD foi suficientemente eficaz e confiável para produzir migraçãocelular e diferenciação óssea (Kamali et al., 2019; Pavanini et al., 2011; Petrescu et al., 2020) e exerceu um impactona atividade pró migratória das células microgliais através da ativaçãodo sistema endocanabinóide (Stahl e Vasudevan, 2020).


As células ósseas expressam receptores canabinóides e enzimas metabolizadoras endocanabinóides, e os receptores canabinóides são expressos especificamente nas terminações nervosassimpáticas esqueléticas, desempenhando ainda um papel importante na regulação e remodelação da massa óssea (Kamali et al., 2019).


Além disso, estudos mostraram que o CBD aumentou a expressão do gene PLOD1, que indiretamente aumenta a taxa de reticulação do colágeno, mostrando um indicador da maturidade do colágeno e potencial para induzir a expressão de proteínas ósseas, aumentando a mineralização. Ambas as ações podem melhorar a formação de neo-ossos e as propriedades biomecânicas do tecido ósseo (Kamali et al., 2019; Pavanini et al., 2011; Petrescu et al., 2020).


4. METODOLOGIA


4.2 TIPO DE ESTUDO


Trata-se de uma revisão narrativa da literatura.


A revisão narrativa em odontologia é uma abordagem essencial para consolidar o conhecimento científico e explorar as implicações de diversas pesquisas na área odontológica. Esta metodologia permite uma análise aprofundada de estudos experimentais e não experimentais, com o objetivo de obter uma compreensão holística dos fenômenos relevantes para a prática odontológica. Além disso, ela integra informações da literatura teórica e empírica, abrangendo uma variedade de propósitos, como a definição de conceitos, a revisão de teorias existentes, e a avaliação de desafios metodológicos específicos que permeiama odontologia. Neste contexto, é importante ressaltar a contribuição da revisão narrativa na construção de um panorama sólido e compreensível para a compreensão de complexos conceitos, teorias e problemas de saúde bucal (Whittemore e Knafl, 2005).


4.3 COLETA DE DADOS


Para a realização desta revisão narrativa em odontologia, foi conduzida uma busca criteriosa na literatura científica, com foco em estudos publicados e indexados em diversas bases de dados relacionadas à odontologia.


A estratégia de busca e inclusão adotada envolveu a exploração das seguintes bases de dados: PubMed/Medline (Biblioteca Nacional de Medicina), CAPES e BVS (Biblioteca Virtual de Saúde). A busca foi conduzida mediante o cruzamento de termos-chave específicos, a saber: "Cannabis", "Odontologia", "Regeneração óssea", "Canabidiol" e "Periodontite", juntamente com suas traduções correspondentes para o inglês: "Cannabis", "Dentistry", "Bone regeneration", "Cannabidiol", "Periodontitis", com restrição de quinze anos quanto ao período de publicação.


4.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO


A pesquisa bibliográfica foi realizada nos idiomas português e inglês, sendo incluídos estudos clínicos originais, estudos originais em seres humanos, modelos animais e estudos in vivo em células. Como critérios de exclusão destacam-se os relatos de casos, artigos de opinião, cartas e resumos de conferências, devido ao risco elevado de viés associado a esses tipos de publicações. Os títulos e resumos obtidos na busca inicial foram submetidos a uma análise criteriosa, eliminando-se todas as publicações que não atenderam aos critérios de inclusão.


5. DISCUSÃO


O levantamento bibliográfico acerca desse tema revela alguns aspectos promissores do uso do canabidiol (CBD) na odontologia, fornecendo uma compreensão mais profunda dos potenciais benefícios terapêuticos deste medicamento para a saúde bucal. As descobertas aqui apresentadas têm implicações importantes e oferecem informações valiosas que podem moldar o futuro da odontologia e dos produtos de higiene bucal.


Uma das descobertas mais notáveis é a possível contribuição do CBD para a regeneração óssea. Estudos como os de Kogan et al. (2015) e Rossi et al. (2009) sugerem que o CBD pode estimulara formação e reabsorção óssea, com implicações diretas nas estratégias dentárias relacionadas com a saúde e integridade do osso alveolar. Esta descoberta é particularmente relevante para implantes dentários, onde a qualidade e estabilidade óssea são fatores importantes para o sucesso a longo prazo.


A capacidade do CBD de afetar positivamente a regeneração óssea representa uma grande ajuda no campo da regeneração tecidual, abrindo caminho para tratamentos mais eficazes e menos invasivos. No entanto, é importante notarque esta área de investigação ainda está na sua infância, e são necessários mais estudos clínicos para validar estes resultados e determinar as doses e vias ideais de administração de CBD no ambiente dentário (Kogan et al., 2015; Rossi et al., 2009).


Outro fator relevante é a capacidade do CBD em reduzir a inflamação, conforme demonstrado por Burstein (2015).A inflamação é uma característica comum de muitas condições bucais, incluindo a periodontite, uma doença inflamatória que afeta os tecidos de suporte. As propriedades anti-inflamatórias do CBD podem ser uma alternativa promissora ao tratamento convencional da periodontite, que normalmente requer antibióticos e cirurgia.


Essa descoberta sugere que o CBD pode desempenhar um papel fundamental na gestão da inflamação oral e pode ser uma opção terapêutica bem vinda para pacientes que procuram abordagens menos invasivas e mais naturais para o tratamento de condições inflamatórias na cavidade oral (Burstein, 2015).


As conclusões do licenciamento neste estudo refletemo crescente interesseda indústria em incorporar o CBD em produtos de higiene oral. Esta tendência indica que as empresas reconhecem o potencial do CBD para melhorar a saúde oral e desenvolver novos produtos que satisfaçam as necessidades dos pacientes (Konermann et al., 2017; Petrescuet al., 2020; Rawal et al., 2012; Stahl e Vasudevan, 2020).


Produtos de higiene oral contendo CBD podem oferecer uma variedade de benefícios, como redução da inflamação gengival, suporte à regeneração óssea e potencial controle de microrganismos patogênicos na placa dental. No entanto, é fundamental que a pesquisa continue a investigar a eficácia e a segurança desses produtos, bem como suas aplicações específicas na prática odontológica.


Ao comparar os resultados aqui encontrados com estudos anteriores, esta revisão de narrativa de literatura contribui para uma maior compreensão do potencial do CBD em odontologia. Embora estudos anteriores possam ter examinado aspectos específicos do CBD, tais como os seus efeitos na regeneração óssea ou na redução da inflamação, o presente estudo abrange uma vasta gama de utilizações potenciais no tratamento dentário.


Além disso, a presente pesquisa fornece informações sobre o interesse da indústria na utilização de CBD em produtos de higiene oral. Isto destaca o potencial comercial destes produtos e a sua eventual disponibilidade para os pacientes.


A partir dos resultados aqui apresentados foi possível obter um novo entendimento sobre o uso do CBD em odontologia. O CBD demonstrou potencial para regeneração óssea e redução da inflamação, podendo ser empregado em produtos de higiene bucal. Essas descobertas abrem caminho para novas abordagens terapêuticas e inovações em odontologia.


No entanto, é importante reconhecer que a investigação nesta área ainda está numa fase inicial e são necessários mais estudos clínicos para validar estes resultados preliminares. Além disso, é importante compreender os mecanismos específicos pelos quais o CBD afeta os processos biológicos normais no tratamento dentário.


Quanto aos próximos passos da pesquisa, há várias direções promissoras. Primeiramente, estudos clínicos bem desenhados são essenciais para avaliar o uso do CBD em procedimentos odontológicos específicos, como implantes dentários ou tratamento de doenças periodontais. Além disso, a pesquisa básica pode se concentrar em desvendar os mecanismos moleculares subjacentes aos efeitos do CBD.


Além disso, o desenvolvimento de produtos de higiene oral contendo CBD é uma área interessante. Estas propriedades podem proporcionar aos pacientes benefícios adicionais, como a redução de doenças gengivais ou o apoio à regeneração óssea. A melhoria destes produtos e a sua disponibilização no mercado podem melhorar significativamente a saúde oral da população.


Esses estudos destacam o crescente interesse na aplicação do CBD e de compostos relacionados à odontologia. Eles podem proporcionar novas estratégias de tratamento e produtos de higiene oral mais eficazes, abrindo portas para avanços significativos na área da saúde bucal. No entanto, é importante ressaltar que pesquisas adicionais e estudos clínicos são necessários para validar totalmente esses achados e determinar as melhores práticas para sua implementação na prática odontológica.


Quanto às perspectivas futuras, são necessários estudos clínicos rigorosos para determinar a eficácia e segurança do CBD no tratamento dentário. Além disso, o desenvolvimento de produtos de higiene oral contendo CBD poderia melhorara saúde oral da população. Este estudo fornece insights promissores sobre o uso do CBD na odontologia e abre portas para melhorias clínicas e inovações na área.


6. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Em suma, esta revisão da literatura destaca o potencial do canabidiol (CBD) no tratamento odontológico. Os estudos revistos indicam que o CBD pode desempenhar um papel importante na regeneração óssea, reduzindo a inflamação e tratando doenças gengivais, como a periodontite. Além disso, estudos de licenciamento mostram interesse da indústria em incorporar o CBD em produtos de higiene oral.


No entanto, é importante enfatizar que a investigação nesta área está em fase inicial e são necessários mais estudos clínicos para validar estes resultados. A compreensão dos mecanismos específicos pelos quais o CBD afeta fatores biológicos relevantes para a odontologia também requer uma investigação mais aprofundada.


7. REFERÊNCIAS


AHLMANN, E. et al. Comparison of anterior and posterior iliac crest bone grafts in terms of harvest-site morbidity and functional outcomes. J Bone Joint Surg Am, v. 84-A, n. 5, p. 716-20, 2002.


ALDRICH, M. Cannabis in Medical Practice: A Legal, Historical and Pharmacological Overview of the Therapeutic Use of Marijuana (Chapter 3). McFarland & Co Inc, 1997.


AMIN, M. R.; ALI, D. W. Pharmacology of Medical Cannabis. Adv. Exp. Med. Biol, v. 1162, p. 151-165, 2019.


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Esse artigo pode ser utilizado parcialmente em livros ou trabalhos acadêmicos, desde que citado a fonte e autor(es).



Como citar esse artigo:


SIQUEIRA NETO, Nelson João de; LUNA, Carla Carolline Santos de; ARAÚJO, Ozanna Soares Medeiros de; ROSENDO Rosana Araújo. Perspectivas do uso do canabidiol na odontologia: Uma revisão narrativa de literatura. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v.3, n.1. 2023 p. 153-169. ISBN | D.O.I.: doi.org/10.59283/ebk-978-65-85898-08-9


Baixe o artigo científico completo em PDF Perspectivas do uso do canabidiol na odontologia: Uma revisão narrativa de literatura.



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