THE RELEVANCE OF STREET MARKETS IN THE LOCAL ECONOMY OF PALMAS (TO)
Informações Básicas
Revista Qualyacademics v.2, n.6
ISSN: 2965976-0
Tipo de Licença: Creative Commons, com atribuição e direitos não comerciais (BY, NC).
Recebido em: 11/11/2024
Aceito em: 11/11/2024
Revisado em: 12/11/2024
Processado em: 13/11/2024
Publicado em: 14/11/2024
Categoria: Estudo de Caso
Como citar esse material:
PONTES, Joyce Karoline Pinto Oliveira; MARTINS, Miguel Rodrigues de Sousa; BEPPLER, Daniela. O Papel das feiras livres na economia local do município de Palmas (TO). Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v.2, n.6, 2024; p. 18-30-. ISSN 2965976-0 | D.O.I.: doi.org/10.59283/unisv.v2n6.002
Autores:
Joyce Karoline Pinto Oliveira Pontes
Dra em Sociedade e Cultura na Amazônia (UFAM). Especialista em Gestão Contábil pela Faculdade Metropolitana (São Paulo). MBA Executivo em Gerenciamento de Projetos pela Faculdade Arthur Thomas (Londrina - PR). E-mail:joycekarolinepontes@gmail.com
Miguel Rodrigues de Sousa Martins
Acadêmico do Curso de Gestão Pública da UNITINS, Bolsista do PIICT-EaD/UNITINS; E-mail: miguelrodrigues@unitins.br.
Daniela Beppler
Acadêmica do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Católica do Tocantins, Bolsista do PIBIC/FAPT.
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RESUMO
Este estudo tem como objetivo analisar o papel das feiras livres na economia local de Palmas (TO), destacando sua relevância para o fortalecimento do comércio local, a sustentabilidade financeira e o desenvolvimento de cadeias produtivas curtas. A pesquisa é justificada pela importância dessas feiras como espaços de comercialização direta, que promovem o escoamento de produtos agrícolas e artesanais, favorecendo a circulação de recursos dentro da comunidade e apoiando pequenos produtores. Para alcançar os objetivos, foi utilizada uma metodologia de pesquisa de campo, de caráter exploratório e qualitativo, realizada em três feiras da cidade, onde foram aplicados questionários e realizadas entrevistas com feirantes, consumidores e produtores. Os principais resultados indicam que as feiras contribuem significativamente para a economia local, oferecendo aos pequenos comerciantes uma oportunidade de venda direta, mas também revelam desafios, como a falta de infraestrutura adequada e altos custos de produção. Constatou-se que a maioria dos feirantes opera de forma individual e informal, sem funcionários, o que reforça a necessidade de políticas públicas voltadas para o apoio a esses empreendedores, especialmente no que se refere à melhoria de infraestrutura e à redução de custos. Apesar das dificuldades, as feiras livres representam um ponto de conexão vital entre produtores e consumidores, promovendo a sustentabilidade econômica, social e ambiental na região.
Palavras-Chaves: Feiras Livres; Economia Local; Sustentabilidade Financeira; Palmas.
ABSTRACT
This study aims to analyze the role of street markets in the local economy of Palmas (TO), highlighting their relevance in strengthening local commerce, financial sustainability, and the development of short supply chains. The research is justified by the importance of these markets as spaces for direct commercialization, which promote the flow of agricultural and artisanal products, enhance the circulation of resources within the community, and support small producers. To achieve these objectives, a field research methodology with an exploratory and qualitative approach was employed, conducted in three markets in the city, where questionnaires were administered and interviews were carried out with vendors, consumers, and producers. The main results indicate that these markets significantly contribute to the local economy, providing small merchants with opportunities for direct sales, while also revealing challenges such as inadequate infrastructure and high production costs. It was found that most vendors operate individually and informally, without employees, highlighting the need for public policies aimed at supporting these entrepreneurs, particularly in improving infrastructure and reducing costs. Despite these challenges, street markets serve as vital connections between producers and consumers, promoting economic, social, and environmental sustainability in the region.
Keywords: Street Markets; Local Economy; Financial Sustainability; Palmas.
1. INTRODUÇÃO
As feiras livres desempenham um papel de considerável relevância na economia de Palmas, contribuindo significativamente para o fortalecimento do comércio local e para o apoio aos pequenos produtores. Essas feiras se destacam como centros dinâmicos de comercialização, permitindo que agricultores familiares, artesãos e pequenos empreendedores tenham acesso direto ao mercado consumidor. Com a crescente urbanização, a necessidade de promover a integração entre o campo e a cidade se torna essencial, e as feiras livres cumprem essa função de maneira exemplar. O município de Palmas possui atualmente oito feiras livres ativas, estrategicamente distribuídas de norte a sul, que atraem um grande fluxo de consumidores e escoam uma ampla gama de produtos. Essas feiras não apenas fortalecem a economia local, mas também promovem um ambiente de interação social, preservando tradições culturais que são parte do patrimônio imaterial da cidade.
Nesse contexto, a contabilidade pública surge como um instrumento essencial para a gestão eficiente e transparente dos recursos aplicados no desenvolvimento das feiras livres. A boa governança financeira garante que os investimentos destinados a esses mercados sejam realizados de maneira eficaz, maximizando seus impactos socioeconômicos. Como Ferreira e Lima (2021) apontam, a contabilidade pública é fundamental na administração de fundos voltados para o desenvolvimento sustentável e para projetos de inclusão social, áreas que demandam uma análise minuciosa para garantir que os objetivos propostos sejam alcançados. A aplicação adequada dos recursos públicos nessas feiras é crucial para a continuidade das políticas de incentivo, uma vez que a transparência e o controle orçamentário são fatores que influenciam diretamente a confiança da população nas iniciativas governamentais.
Além de funcionarem como pontos de venda para produtos frescos e artesanais, as feiras livres de Palmas desempenham um papel estratégico na economia regional ao promover a circulação de recursos dentro da comunidade. Ao oferecer um canal direto de venda, elas permitem que os produtores obtenham um retorno mais justo pelo seu trabalho, eliminando intermediários e reduzindo custos. Isso, por sua vez, estimula o fortalecimento das cadeias produtivas curtas, que são vitais para a sustentabilidade econômica e ambiental. Segundo Carvalho e Grossi (2019), a Feira do Produtor Familiar, também conhecida como Feira da Agricultura Familiar, exemplifica essa função, proporcionando um espaço para que pequenos produtores comercializem não apenas produtos frescos como hortaliças e legumes, mas também itens processados, como compotas, queijos e artesanatos. Essas atividades contribuem para diversificar a economia local e oferecem aos consumidores acesso a produtos mais saudáveis e sustentáveis.
No entanto, para que essas feiras continuem a desempenhar um papel de destaque no desenvolvimento econômico, é necessário que haja um investimento contínuo em infraestrutura e em políticas de apoio ao setor. Muitos feirantes enfrentam desafios como a falta de espaço adequado, problemas de logística e dificuldades para competir com grandes redes de supermercados. Nesse sentido, a gestão pública pode desempenhar um papel crucial ao fornecer suporte técnico, incentivos fiscais e programas de capacitação para os feirantes. A implementação de políticas que visem a melhoria da infraestrutura das feiras, como a construção de estacionamentos, melhoria da acessibilidade e expansão das áreas de comercialização, pode aumentar significativamente a eficiência desses espaços e atrair um número maior de consumidores.
A transparência na aplicação de fundos públicos em projetos sustentáveis, como a valorização da agricultura familiar e o fortalecimento das feiras livres, é essencial para garantir que esses recursos sejam utilizados de forma eficiente. Segundo Ferreira e Lima (2021), o controle rigoroso dos gastos públicos em projetos voltados para a inclusão social não apenas assegura a continuidade das iniciativas, mas também amplia sua aceitação pela população, que vê nos resultados um reflexo direto do bom uso dos impostos pagos. Quando o governo investe em feiras livres, ele está, em última análise, investindo no desenvolvimento local, na redução da desigualdade e na promoção de um sistema econômico mais justo e inclusivo.
Ao promover o escoamento da produção agrícola local, as feiras livres de Palmas tornam-se espaços cruciais para a geração de renda e para o estímulo ao empreendedorismo. O contato direto entre produtores e consumidores cria um ambiente propício para a construção de relações de confiança, o que é fundamental para a fidelização do público e para o crescimento sustentável desses mercados. Além disso, ao incentivar a produção e o consumo de produtos locais, essas feiras ajudam a reduzir a pegada ecológica associada ao transporte de alimentos e outros bens de consumo. Isso está alinhado com os princípios de sustentabilidade que buscam integrar questões sociais, econômicas e ambientais.
O presente trabalho analisa o tema, buscando entender sua relevância para o fortalecimento do comércio e da cadeia produtiva no município de Palmas – TO.
2. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
Com o intuito em trazer estratégias de fomento público e melhoramento técnico das cadeias produtivas, esta pesquisa realizada in loco no ano de 2024 em três feiras livres da cidade de Palmas, traz uma reflexão cuja economia no Tocantins é fortemente dependente da agricultura e dos recursos naturais, no qual os objetos de pesquisa desempenham papéis fundamentais como agentes de desenvolvimento sustentável e fortalecimento das cadeias produtivas.
Markoni e Lakatos (2022), ao disporem sobre a ciência como uma das modalidades de conhecimento, apontam que ela não se constitui como um mero levantamento de dados, mas apontou que esta etapa precisa ser articulada logicamente com o que é real. Complementam mencionando que “se apenas a teoria pode elevar os dados empíricos à condição de ciência, é condição indispensável para produzir ciência que a teoria esteja articulada a dados empíricos” (Markoni; Lakatos, 2022, p. 295).
Carvalho et.al (2019) reforçam a temática arguindo que uma das formas de classificação das pesquisas parte da observação dos seus objetivos. Em relação a esse critério, as pesquisas podem ser classificadas como descritivas, explicativas e exploratórias.
A pesquisa também pode ser classificada segundo o método empregado em quantitativa ou qualitativa. Marconi e Lakatos (2022) explicam que, nessa divisão, a preocupação gira em torno da qualidade dos resultados que se visa alcançar na pesquisa, na maneira em que eles foram obtidos, os procedimentos adotados para a sua análise e interpretação, o grau de controle das variáveis utilizadas e o ambiente da coleta dos dados.
Para a consecução dos objetivos propostos para esta pesquisa, foi realizada uma pesquisa exploratória, pois se fazia necessária uma melhor compreensão da temática de pesquisa, possibilitando a sua delimitação, a identificação do seu universo e dos objetivos que nortearam o trabalho.
A técnica de pesquisa qualitativa adotada foi a pesquisa bibliográfica, com estudos já publicados acerca das cadeias produtivas, sobretudo seu conceito, suas características e tipos. Foram utilizados como materiais além de livros, artigos científicos e periódicos. A partir da definição dos conceitos de cadeias produtivas e feiras livres, foi possível uma melhor delimitação acerca do tema da pesquisa, orientando os objetivos e as hipóteses formuladas.
O universo de pesquisa foi delimitado às cadeias produtivas do Município de Palmas, com enfoque nas cadeias produtivas curtas e as feiras livres. Acerca das feiras livres, em que pese existência de oito feiras ativas, foram objetos da pesquisa as feiras do Município de Palmas que funcionam nas quadras 307 Norte, situada no Plano Diretor Norte de Palmas; 304 Sul, situada na parte centralizada do Plano Diretor Sul de Palmas e 1.106 Sul, situada na parte sul do Plano Diretor Sul de Palmas. No levantamento realizado foram considerados os produtores, os feirantes e os consumidores, com enfoque naqueles que se localizavam nas feiras livres visitadas.
Além disso, foram formulados e aplicados questionários aos usuários da feira, tanto os feirantes quanto os consumidores e produtores, cujo objetivo principal era retratar as formas de organização das cadeias produtivas (curtas) do município de Palmas. Buscou-se também abordar como questões centrais do questionário os dados socioeconômicos daqueles que se propuseram a responder a pesquisa, além da especificação dos produtos ofertados nas feiras e os dados da produção. Ademais, foi objeto do questionário a capacidade organizacional e financeira dos respondentes, e informações sobre o mercado atingido, o que possibilitou uma melhor abordagem acerca das feiras livres e sua importância para a economia local.
3. RESULTADOS
A coleta de dados realizada em três feiras livres do Município de Palmas foi de grande relevância para a pesquisa, pois os agentes envolvidos nos processos da cadeia produtiva e os consumidores finais dos produtos comercializados tiveram a oportunidade de destacar os pontos de relevância e as necessidades de melhoria da feira.
Os questionários foram distribuídos nas feiras da 307 Norte, 304 Sul e 1.106 Sul, todas situadas na capital Palmas (TO). Entre os entrevistados/respondentes, foram ouvidos 25 comerciantes, 28 consumidores e 07 produtores. Entre os comerciantes, foram consultados dez comerciantes do sexo masculino, e 15 comerciantes do sexo feminino, com idades entre 21 e 89 anos. Destaca-se ainda que 89,5% dos entrevistados não possuem empregados, o que demonstra o exercício de uma atividade de maneira coletiva.
Gráfico 1: Entrevistados das Feiras
Fonte: Elaborado pelos autores (2024)
Gráfico 2: Questiona a existência de empregados
Fonte: Elaborado pelos autores (2024)
Quanto à caracterização da cadeia produtiva e da feira, apurou-se que 73,7% dos entrevistados comercializam produtos que não decorrem de produção própria, tendo sido adquiridos para revenda. Entre os produtos comercializados, foram mencionados com mais recorrência a farinha de puba, o feijão, além de frutas como mamão, banana, abacaxi, legumes como abóbora e fava, e produtos como rapaduras e cosméticos. Destes, 26,3 % responderam que os produtos não são orgânicos agroecológicos, e 36% (trinta e seis por cento) indicaram que os produtos não são sustentáveis (Gráfico 3).
Gráfico 3: Questiona a origem dos produtos comercializados
Fonte: Elaborado pelos autores (2024)
Em relação ao faturamento auferido pelos comerciantes, entre as respostas obtidas, o menor faturamento declarado foi de R$600,00 (seiscentos reais) e o maior valor recebido foi indicado como R$12.000,00 (doze mil reais). Em complemento ao questionamento acerca da renda, foram questionadas as maiores dificuldades vivenciadas no momento, e, entre as respostas, podem-se destacar o preço dos produtos adquiridos, a recessão econômica, problemas com a safra, além da má gestão da feira e problemas de infraestrutura.
Ademais, 68% (sessenta e oito por cento) desses comerciantes apontaram acreditar que algumas das dificuldades relatadas poderiam ser minimizadas com o auxílio da gestão e das políticas públicas, indicando entre as políticas públicas a serem adotadas, a necessidade de um investimento na infraestrutura da feira, além de programas de incentivo aos feirantes (Gráfico 4).
Sobre as barreiras para a comercialização dos produtos nas feiras-livres, vantagens e desvantagens, os respondentes indicaram o alto custo da produção e transporte dos produtos além da falta infraestrutura da feira. Entre as vantagens apontadas, citaram as interações sociais possibilitadas pelo contato com os clientes, além do fomento à economia local.
Em contrapartida, indicaram como maiores desvantagens de comercialização dos produtos nas feiras a ausência de infraestrutura e o alto custo da produção e dos produtos comercializados.
Gráfico 4: Impacto das políticas públicas diante da vivência
Fonte: Elaborado pelos autores (2024)
Passando à análise da visão do consumidor acerca das feiras livres, foram ouvidos 28 (vinte e oito) consumidores distribuídos entre as três feiras mencionadas algures, sendo 18 (dezoito) mulheres e 10 (dez) homens, de idade entre 19 (dezenove) e 70 (setenta) anos.
Sobre o perfil de consumo nas feiras, aproximadamente 96% (noventa e seis por cento) dos entrevistados apontaram consumirem produtos da própria localidade, especificando, entre eles, o consumo de frutas como morango, abacaxi, maracujá; verduras do tipo alface, cheiro verde, abobrinhas; além de farinhas de puba, e refeições. Destes, aproximadamente 71% (sessenta e um por cento) apontaram que os produtos consumidos são orgânicos, e 75% (sessenta e cinco por cento) entendem se tratarem de produtos sustentáveis.
Em relação ao valor empregado no consumo dos produtos das feiras livres, os entrevistados apontaram que investem mensalmente na aquisição de produtos entre R$50,00 (cinquenta reais) e R$1.800,00 (mil e oitocentos reais).
Quanto à caracterização das necessidades dos consumidores, foram mencionadas entre as maiores dificuldades para o consumo dos produtos locais os problemas na infraestrutura do local, com destaque para o estacionamento, bem como o alto custo dos produtos.
Das dificuldades mencionadas, aproximadamente 79% (setenta e nove por cento) dos entrevistados apontaram acreditar que as dificuldades referidas poderiam ser minimizadas com o auxílio da gestão pública, indicando, entre as formas, a revitalização da feira, a diminuição dos impostos e a melhoria dos valores.
As questões de infraestrutura e preço dos produtos também foram indicadas quando do questionamento acerca das barreiras para a compra de produtos da feira. Por outro lado, foram indicadas como vantagens o acesso a produtos naturais, frescos e variados.
De acordo com dados da FIETO (2018), constituem as principais cadeias produtivas do estado do Tocantins a cadeias produtivas do Arroz, da Carne Bovina, Piscicultura, Silvicultura, Soja e Milho, Avicultura, Lácteos e Suinocultura.
A partir da bibliografia consultada, associada aos dados colhidos nos questionários com os agentes das feiras livres, é possível concluir que as feiras livres não apenas desempenham um papel crucial na dinâmica econômica de Palmas, fortalecendo o comércio local e apoiando os pequenos produtores, mas também estabelecem uma ponte vital entre a cidade e o campo.
Esse ambiente comercial torna-se um ponto de encontro para produtos agrícolas provenientes de zonas rurais locais ou de outras regiões, promovendo um intercâmbio socioeconômico que estabelece conexões significativas entre os habitantes urbanos e rurais. Esse elo é essencial para a circulação de recursos na comunidade, impulsionando a economia regional e fortalecendo os laços entre produtores e consumidores na capital.
Todavia, não se pode olvidar a necessidade de melhor investimento na infraestrutura das feiras, com a realização de revitalização do espaço público e expansão dos estacionamentos, além da adoção de uma política de fomento à comercialização e ao consumo, visando à redução dos custos da produção e da revenda, viabilizando o acesso da população aos produtos com preços mais justos.
4. CONCLUSÃO
A análise dos agentes na cadeia de produção destaca a interdependência e complexidade das relações entre eles. Os fornecedores de matéria-prima, essenciais no início da cadeia, enfatizam a importância da seleção criteriosa para garantir a qualidade dos insumos. O fabricante, como ponto central, coordena o fluxo de informações, recursos e materiais, sendo crucial para o sucesso geral da cadeia. Os distribuidores atuam como ponte estratégica, influenciando a disponibilidade de produtos e a satisfação do cliente.
A venda de produtos sustentáveis nas feiras é de extrema importância por várias razões, tanto para a saúde pública quanto para o meio ambiente e a economia local. Conforme Silva e Martins (2021, p.75), “as feiras livres permitem que pequenos produtores tenham acesso direto ao mercado, fortalecendo a agricultura familiar e reduzindo o desperdício”.
Este fato ocorre principalmente quando os comerciantes vendem seus produtos diretamente aos consumidores, promovendo a economia local. Produtos sustentáveis e orgânicos são os mais procurados, aumentando a conscientização sobre consumo responsável e com isso, cabe aos comerciantes adquirirem hortaliças, verduras e frutas para a promoção desta revenda, ocasionando em uma integração eficiente entre gestão pública e feiras livres além de criar um ambiente propício para o desenvolvimento sustentável, o que se difere muitas das vezes dos grandes supermercados.
Além de sua importância econômica, as feiras livres desempenham um papel significativo na preservação das tradições culturais e no fortalecimento dos laços entre produtores e consumidores. As feiras livres no Tocantins, especificamente as três analisadas na cidade de Palmas, refletem o desenvolvimento das comunidades locais e representam um ponto de convergência entre a produção rural e o consumo urbano.
Ao longo do tempo, esse espaço passou por diversas adaptações, tanto em termos de governança quanto na ampliação do número de feirantes, consolidando-se como um elemento chave para o crescimento econômico regional.
Foi observado ainda que a maioria dos feirantes na faixa etária de 26 a 89 anos, possuem uma significativa experiência no campo, e que a escolaridade dos participantes é um fator importante na continuidade das atividades agrícolas e na gestão das feiras.
Deste modo, verificou-se que o objetivo geral deste estudo foi atingido, no qual se propôs analisar como as cadeias curtas de produção representadas pelas feiras livres no Tocantins, contribuem para o desenvolvimento econômico e social das comunidades locais. As informações aqui apresentadas demonstram que as feiras livres são um espaço crucial para a comercialização dos produtos regionais, promovendo a autonomia dos pequenos produtores e fortalecendo as economias locais.
5. REFERÊNCIAS
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MARCONI, Marina de A.; LAKATOS, Eva M. Metodologia Científica. Grupo GEN, 2022. E-book. ISBN 9786559770670. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559770670/. Acesso em: 02 jun. 2024.
MASCARENHAS G. Feiras livres: Informalidade e espaços de sociabilidade. In: Colóquio Internacional: comércio, culturas e políticas públicas em tempos de globalização; Rio de Janeiro, (BR). Rio de Janeiro. 2005.
MELLO, Ana. A Sustentabilidade das Feiras Livres e a Gestão Contábil no Brasil. São Paulo: Editora Atlas, 2019.
SILVA, R.; MARTINS, J.. Feiras Livres e Desenvolvimento Econômico. Editora Local, 2021.
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