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Joelton Enilson Dantas

O ENSINO DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA NAS ESCOLAS

Atualizado: 10 de dez. de 2023

STEACHING FINANCIAL EDUCATION IN SCHOOLS





Como citar esse artigo:


DANTAS, Joelton Enilson. O ensino de educação financeira nas escolas. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v.1, n. 3, 2023. p. 200-210. ISBN 978-65-85898-31-7 | D.O.I.: http://doi.org/10.59283/ebk-978-65-85898-31-7



Autor:



Joelton Enilson Dantas

Graduado em Pegagogia pelo Centro Universitário de Maringá, Especialista em Coordenação Pedagógica e Supervisão Escolar pela Faculdade Focus, Especialista em Educação Especial pela Faculdade Focus. Contato: joelton.jed@gmail.com


RESUMO


O artigo tem como objetivo principal enfatizar a importância do ensino de Educação Financeira nas escolas, alinhando-se às diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Busca-se fortalecer as habilidades matemáticas dos alunos e capacitá-los para tomadas de decisões éticas e responsáveis em contextos financeiros dinâmicos. A metodologia escolhida é descritiva com abordagem dissertativa de escrita livre, com base na análise da problemática levantada: Como a implementação da Educação Financeira nas escolas, alinhada às diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), pode fortalecer as habilidades matemáticas e a capacidade de tomada de decisão ética e responsável dos alunos em contextos financeiros dinâmicos, contribuindo para a formação de uma sociedade mais consciente, ética e financeiramente responsável? A necessidade de implementar a Educação Financeira nas escolas é justificada pela importância de formar estudantes integralmente, preparando-os para enfrentar desafios econômicos na vida adulta. Esta formação exige uma colaboração efetiva entre governos, escolas e comunidades para superar desafios práticos na implementação deste ensino. O artigo conclui que a Educação Financeira, além de fornecer ferramentas práticas para o sucesso financeiro individual, atua como um ato político e revolucionário, capacitando os alunos com uma compreensão crítica do sistema financeiro. Isso contribui para uma sociedade mais consciente, ética e responsável financeiramente. A implementação bem-sucedida da Educação Financeira nas escolas fortalecerá as habilidades dos alunos e os equipará com as competências necessárias para enfrentar desafios econômicos do mundo real.


Palavras-chave: Educação Financeira, Ensino, Abordagem, Habilidades.


ABSTRACT


The article's primary objective is to emphasize the importance of teaching Financial Education in schools, aligning with the guidelines of the National Common Curricular Base (BNCC). It seeks to strengthen students' mathematical skills and equip them for ethical and responsible decision-making in dynamic financial contexts. The chosen methodology is descriptive with a free-writing dissertation approach, based on the analysis of the raised issue: How can the implementation of Financial Education in schools, aligned with the guidelines of the National Common Curricular Base (BNCC), strengthen mathematical skills and the capacity for ethical and responsible decision-making among students in dynamic financial contexts, contributing to the formation of a more conscious, ethical, and financially responsible society? The need to implement Financial Education in schools is justified by the importance of holistically educating students, preparing them to face economic challenges in adult life. This education requires effective collaboration between governments, schools, and communities to overcome practical challenges in implementing this teaching. The article concludes that Financial Education, in addition to providing practical tools for individual financial success, acts as a political and revolutionary act, empowering students with a critical understanding of the financial system. This contributes to a more conscious, ethical, and financially responsible society. The successful implementation of Financial Education in schools will strengthen students' skills and equip them with the competencies necessary to face real-world economic challenges.


Keywords: Financial Education, Teaching, Approach, Skills.


1. INTRODUÇÃO


A Educação Financeira nas escolas tem emergido como uma necessidade em um mundo cada vez mais complexo e interconectado. Diante dos desafios financeiros que os indivíduos enfrentam ao longo de suas vidas, é imperativo que as instituições de ensino desempenhem um papel ativo no desenvolvimento de habilidades financeiras desde cedo. Este ensaio explora a importância do ensino de Educação Financeira nas escolas, os benefícios associados e as possíveis estratégias para implementar eficazmente esse componente no currículo escolar.


Este artigo propõe uma análise do papel essencial que a Educação Financeira desempenha no currículo educacional, especialmente em conformidade com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), destacando a necessidade de uma abordagem interdisciplinar para fortalecer não apenas as competências matemáticas, mas também para promover tomadas de decisões conscientes em relação ao dinheiro.


O ambiente econômico em constante transformação exige que os indivíduos não apenas adquiram conhecimentos teóricos, mas também desenvolvam habilidades práticas para gerir suas finanças de maneira eficaz. A Educação Financeira, nesse contexto, transcende a mera compreensão de conceitos matemáticos relacionados a dinheiro; ela se torna uma ferramenta vital para equipar os estudantes com uma compreensão crítica e prática do sistema financeiro, permitindo-lhes tomar decisões informadas e éticas ao longo de suas vidas.


Ao explorar a importância crescente da Educação Financeira nas escolas, este artigo busca não apenas identificar os benefícios intrínsecos desse ensino, mas também abordar os desafios práticos na implementação efetiva dessa disciplina. A integração da Educação Financeira no contexto educacional não é apenas uma medida reativa aos desafios financeiros que os indivíduos enfrentam, mas uma iniciativa proativa para moldar cidadãos conscientes, éticos e responsáveis financeiramente.


Diante desse panorama, examinaremos a fundamentação teórica que sustenta a inclusão da Educação Financeira nas escolas, destacando como a BNCC propõe uma abordagem interdisciplinar para desenvolver competências que vão além do domínio matemático. Além disso, exploraremos as implicações práticas da implementação da Educação Financeira, considerando os desafios enfrentados pelos educadores, a necessidade de material didático adequado e as estratégias pedagógicas que incentivam o engajamento dos alunos nesse tema crítico. Este artigo não apenas defende a relevância do ensino de Educação Financeira nas escolas, mas também oferece insights valiosos para informar práticas educacionais e políticas voltadas para o desenvolvimento integral dos estudantes em um mundo financeiramente variável.


2. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO


2.1 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA


A Educação Financeira proporciona aos alunos a tomada de decisões orientada sobre suas finanças pessoais. Isso inclui saber o valor do próprio dinheiro e desenvolver capacidade para administrar dívidas, fazer investimentos, elaborar orçamentos. O que contribui significativamente para que possam ter uma vida financeira saudável.


É importante destacar que a Educação Financeira não garante que os indivíduos sempre tomarão decisões corretas e nunca se endividarão afinal, vivemos em um país no qual o sonho de alguns é possuir uma casa própria ou mesmo fazer 3 refeições ao dia. Então podemos perceber que a questão social, a oferta de emprego, as condições mínimas para sobrevivência. Não podemos cair no pensamento do senso comum de culpabilizar unicamente os cidadãos por suas decisões financeiras.


O Serasa realizou um levantamento que apresentou dados sobre o endividamento dos brasileiros no ano de 2023, a pesquisa intitulada “Perfil e Comportamento do Endividamento Brasileiro 2023” revelou que 59% das dívidas dos por brasileiros no cartão de crédito representam gastos com alimentos em supermercado e que 53% dos entrevistados relevaram que gastos com água e luz são a maior parcela do seu orçamento mensal. É impossível que nessa conjuntura as pessoas consigam se manter sem dívidas.


Feitas essas afirmativas, devemos considerar que, mesmo em meio a cenários desfavoráveis para que se tenha equilíbrio financeiro, é extremamente importante que possamos trabalhar a Educação Financeira nas escolas e demais espaços, não só para que as pessoas possuam ter subsídios para tomar as melhores decisões, como também para que consigam perceber o todo, quais são os seus direitos e o quão injustas e equivocadas estão as bases que sustentam a sociedade. Educação financeira é também um ato político e revolucionário.


Segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que é um organismo formado por 37 nações, que dialogam e trocam experiências relacionadas a áreas que correspondem a economia mundial, a Educação Financeira deveria ser obrigatória na escola, já que é um instrumento essencial para termos uma sociedade igualitária.


No feito rancking por uma pesquisa realizada pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), de 2018, os países que mais investem em Educação Financeira são Noruega, Dinamarca, Suécia, Israel e Canadá. Demonstrando que os chamados países de primeiro mundo, estão investindo amplamente no ensino de Educação Financeira na escola pois perceberam a importância de moldar o conhecimento das crianças sobre o dinheiro e possibilitar que tomem melhores decisões futuramente.


No mesmo rancking, o Brasil ocupa a 17ª posição, 39% dos brasileiros afirmaram que assuntos financeiros não são relevantes para eles naquele determinado momento e 90% do total de entrevistados disseram aprender sobre finanças apenas no meio doméstico. O que revela a quase inexistência da abordagem do tema nas escolas.


A pesquisa também revelou que o Banco Central tem investido em um projeto chamado “Aprender Valor” que tem como objetivo a capacitação dos professores através de uma plataforma digital para que escolas públicas coloquem em prática o ensino da Educação Financeira. Sabemos que essas são iniciativas iniciais e que para que, e fato, a Educação Financeira seja implementada nas escolas, é necessário que haja maiores e mais eficazes projetos voltados a iniciativa.


A Educação Financeira capacita os alunos a tomar decisões informadas sobre suas finanças pessoais. Isso inclui compreender o valor do dinheiro, elaborar orçamentos, economizar, investir e gerenciar dívidas. Essas habilidades são essenciais para uma vida financeiramente saudável. Ao introduzir conceitos financeiros desde cedo, as escolas preparam os alunos para os desafios econômicos do mundo real. Isso inclui a transição para a vida adulta, a gestão de salários, a compra de habitação e o planejamento para a aposentadoria.


2.2 BNCC E EDUCAÇÃO FINANCEIRA


A Base Nacional Comum Curricular – BNCC, estabelece Educação Financeira como o desenvolvimento de habilidades relacionadas ao entendimento do funcionamento do mundo financeiro, formação de valores e atitudes responsáveis em relação ao dinheiro. Educação Financeira é determinada como um dos temas transversais a serem trabalhados nas diferentes disciplinas.


Os temas transversais na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) são abordagens interdisciplinares que permeiam o currículo escolar, sendo incorporados em diferentes disciplinas e áreas de conhecimento. Esses temas visam integrar aspectos sociais, éticos, culturais e ambientais ao processo educativo, promovendo uma formação mais abrangente e contextualizada para os estudantes. A inclusão de temas transversais na BNCC reconhece a importância de desenvolver habilidades e valores que vão além do conhecimento técnico.


Assim como os temas transversais incluem: Educação Ambiental: promovendo a compreensão e valorização do meio ambiente, promovendo atitudes sustentáveis e responsáveis em relação aos recursos naturais. Ética e Cidadania: enfatizando a formação de valores éticos, o respeito aos direitos humanos, a consciência política e a participação ativa na sociedade. Diversidade e Inclusão: abordando a valorização da diversidade étnica, cultural, social, de gênero e outras, promovendo a inclusão e o respeito à pluralidade. Saúde: englobando aspectos relacionados à promoção da saúde, prevenção de doenças, hábitos saudáveis e cuidados com o corpo e a mente. Trabalho e Consumo: discutindo questões relacionadas ao mundo do trabalho, direitos trabalhistas, responsabilidade social e o papel do consumo na sociedade contemporânea. Orientação Sexual e Identidade de Gênero: abordando temas relacionados à sexualidade, diversidade de gênero e respeito à identidade de cada indivíduo. Cultura Digital: tratando da utilização ética e responsável das tecnologias da informação e comunicação, promovendo a compreensão do papel das mídias na sociedade. A Educação Financeira também é considerada como um dos temas contemporâneos que devem ser trabalhados de forma transversal e integradora:


Cabe aos sistemas e redes de ensino, assim como às escolas, em suas respectivas esferas de autonomia e competência, incorporar aos currículos e às propostas pedagógicas a abordagem de temas contemporâneos que afetam a vida humana em escala local, regional e global, preferencialmente de forma transversal e integradora. Na BNCC, essas temáticas são contempladas em habilidades dos componentes curriculares, cabendo aos sistemas de ensino e escolas, de acordo com suas especificidades, tratá-las de forma contextualizada. MEC, BNCC (2018).

Há a preocupação para que os estudantes sejam capazes de interagir com as diversas questões pertinentes da vida em sociedade, mudanças econômicas e pertinentes ao mundo do trabalho. Nesse aspecto, a BNCC cita a Educação Financeira no campo da Matemática, sendo relacionada à competência específica de "Construir noções de variação de magnitudes nas ciências naturais e sociais, especialmente as financeiras". Isso significa que a Educação Financeira é integrada ao desenvolvimento das habilidades matemáticas dos estudantes.

Outro aspecto a ser considerado é:


[...] o estudo de conceitos básicos de economia e finanças, visando à educação financeira dos alunos. Assim, podem ser discutidos assuntos como taxas de juros, inflação, aplicações financeiras (rentabilidade e liquidez de um investimento) e impostos. Essa unidade temática favorece um estudo interdisciplinar envolvendo as dimensões culturais, sociais, políticas e psicológicas, além da econômica, sobre as questões do consumo, trabalho e dinheiro. É possível, por exemplo, desenvolver um projeto com a História, visando ao estudo do dinheiro e sua função na sociedade, da relação entre dinheiro e tempo, dos impostos em sociedades diversas, do consumo em diferentes momentos históricos, incluindo estratégias atuais de marketing. Essas questões, além de promover o desenvolvimento de competências pessoais e sociais dos alunos, podem se constituir em excelentes contextos para as aplicações dos conceitos da Matemática Financeira e também proporcionar contextos para ampliar e aprofundar esses conceitos (BNCC p.269).

É nítida a importância fundamental da escola como um espaço não apenas para a transmissão de conhecimentos acadêmicos, mas também como um celeiro para o desenvolvimento de habilidades sociais e a formação de cidadãos conscientes. O papel da escola vai além do ensino de disciplinas específicas, englobando a preparação de crianças e jovens para a vida em sociedade, onde suas escolhas e atitudes moldarão não apenas seus destinos individuais, mas também influenciarão a comunidade ao seu redor e a Educação Financeira é um exemplo claro disso.


Concebida como um tema transversal, a abordagem dessa temática emerge como uma ferramenta essencial para capacitar os estudantes a compreenderem como concretizar seus objetivos e aspirações ao longo da vida. Ao ser integrada de maneira interdisciplinar nos currículos do ensino fundamental e médio, a Educação Financeira transcende os limites de uma disciplina específica, dialogando com diversas áreas de conhecimento. Essa abordagem visa fornecer aos estudantes as habilidades necessárias para enfrentar os desafios financeiros e tomar decisões conscientes em diferentes fases de suas vidas.


Ao promover a Educação Financeira de forma transversal, a escola proporciona aos estudantes uma compreensão mais fiel de como suas escolhas financeiras podem impactar não apenas suas trajetórias individuais, mas também a sociedade como um todo. Essa perspectiva vai ao encontro da ideia de que a educação não é apenas um meio para adquirir conhecimentos teóricos, mas sim uma ferramenta para capacitar os indivíduos a se tornarem membros ativos e responsáveis de uma comunidade.


Portanto, ao incorporar essa temática nos currículos escolares, a escola se posiciona como um agente vital para a formação de cidadãos financeiramente conscientes, capazes de tomar decisões informadas e contribuir para uma sociedade mais equitativa e sustentável. Essa abordagem alinha-se à compreensão de que a educação não apenas capacita os estudantes a alcançarem seus sonhos, mas também os prepara para desempenhar papéis significativos e responsáveis na construção do tecido social.


2.2 DESAFIOS NA IMPLEMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA NAS SALAS DE AULA


A implementação da Educação Financeira nas salas de aula enfrenta diversos desafios que abrangem desde a definição de estratégias pedagógicas até questões mais amplas relacionadas à estrutura educacional e social. Alguns desses desafios incluem: oferta de material didático adequado, a formação de professores e o tempo para que os mesmos possam planejar e executar esse projeto, são alguns dos desafios encontrados na prática para a plena implementação desse projeto de Educação Financeira nas escolas. Os municípios são responsáveis pelas matrículas do ensino infantil e fundamental, então é a partir desse órgão que deve haver maior inciativa, contando com o apoio de Estados e do Distrito Federal.


Existe o desafio profissional, muitos professores podem não se sentir plenamente preparados para abordar temas complexos de Educação Financeira. A necessidade de capacitação docente para transmitir conceitos financeiros de forma acessível e interessante é urgente. Além do fato de que integrar a Educação Financeira de maneira efetiva nas disciplinas tradicionais pode ser desafiador. É preciso superar barreiras entre diferentes áreas de conhecimento para oferecer uma abordagem transversal que conecte aspectos financeiros a diversas disciplinas. O currículo já pode estar sobrecarregado, e os professores podem sentir dificuldades em encontrar tempo suficiente para incluir a Educação Financeira de maneira consistente e abrangente.


Segundo estudo do Instituto XP e da Nova Escola publicado pela revista Valor Investe, que entrevistou 1.000 profissionais de escolas públicas, a maioria dos professores acha que a Educação Financeira deve ser debatida nas escolas (74%) e que é para todos (53%), mas cerca de metade afirma que falta formação específica na área (59%) não possui acesso a um bom material didático (49%). Somente 23% desses profissionais entrevistados usam a Educação Financeira no contexto das aulas.


Outro aspecto é o de que a diversidade socioeconômica dos estudantes pode dificultar a aplicação de conceitos financeiros universais. É essencial adaptar o ensino para contemplar as diferentes realidades e necessidades dos alunos. Algumas instituições e pais podem resistir à inclusão da Educação Financeira, seja por falta de compreensão de sua importância ou preocupações sobre a adequação do conteúdo para diferentes idades. Abordar temas financeiros sensíveis, como endividamento, desigualdade econômica e acesso a recursos, requer sensibilidade e cuidado para evitar estigmatização e garantir um ambiente de aprendizado seguro.


Desenvolver métodos de avaliação que capturem de maneira abrangente o entendimento dos alunos sobre conceitos financeiros é um desafio. A avaliação deve ir além de testes tradicionais e incluir aspectos práticos e aplicados. Dada a natureza dinâmica do cenário financeiro, é necessário manter os conteúdos atualizados. Os currículos devem refletir mudanças nas tendências econômicas, tecnológicas e sociais. Manter o interesse dos alunos em assuntos financeiros pode ser desafiador. Estratégias pedagógicas que estimulem o engajamento e a aplicação prática dos conceitos são necessárias para garantir a eficácia do ensino.


A superação desses desafios demanda esforços coordenados entre educadores, gestores escolares, órgãos governamentais e a sociedade em geral. A conscientização sobre a importância da Educação Financeira e o desenvolvimento de estratégias colaborativas são passos cruciais para a integração bem-sucedida dessa temática no contexto educacional.


3. RESULTADOS


O artigo ressalta a importância fundamental do ensino de Educação Financeira nas escolas, destacando sua relevância no contexto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A abordagem interdisciplinar proposta pela BNCC visa não apenas fortalecer as habilidades matemáticas dos alunos, mas também capacitá-los para tomadas de decisões éticas e responsáveis em um cenário financeiro dinâmico.


Os resultados obtidos a partir das observações realizadas através desse artigo incluem a BNCC reconhecer a Educação Financeira como um tema transversal, integrando-a de forma interdisciplinar em diferentes áreas de conhecimento. Esse enfoque permite uma compreensão mais abrangente dos conceitos financeiros, conectando aspectos econômicos a diversas disciplinas. Além de considerar que a Educação Financeira não se limita ao fortalecimento de habilidades matemáticas, mas abrange a preparação dos estudantes para enfrentar desafios econômicos ao longo de suas vidas. Isso inclui questões como administração de dívidas, investimentos e elaboração de orçamentos, essenciais para promover uma vida financeira saudável.


O compromisso com a formação integral dos estudantes destaca a necessidade de superar desafios práticos na implementação da Educação Financeira. Isso demanda colaboração efetiva entre diferentes instâncias, como governos, escolas e comunidades, para garantir o sucesso da integração desse componente no ambiente educacional.


O artigo destaca que a Educação Financeira não é apenas uma ferramenta prática para o sucesso financeiro individual, mas também se apresenta como um ato político e revolucionário. Capacitar os alunos com uma compreensão crítica do sistema financeiro contribui para uma sociedade mais consciente e capacitada.

A escola, ao reconhecer a Educação Financeira como um elemento transversal nos currículos, se posiciona a favor da formação de cidadãos financeiramente conscientes. Isso não apenas fortalece as habilidades dos estudantes, mas os prepara para desempenhar papéis significativos e responsáveis na construção do tecido social.


A discussão da temática identifica desafios práticos na implementação, como falta de material didático, formação insuficiente de professores e resistência de algumas instituições. A superação desses desafios exige esforços coordenados entre educadores, gestores escolares, órgãos governamentais e a sociedade em geral.


A pesquisa destaca a posição do Brasil em relação a outros países no ensino de Educação Financeira. A inclusão da temática no ranking internacional ressalta a necessidade de investimentos e iniciativas mais eficazes para garantir o pleno desenvolvimento desse campo educacional no país. A menção ao projeto "Aprender Valor" do Banco Central, voltado para capacitar professores por meio de uma plataforma digital, revela iniciativas em andamento para fortalecer a Educação Financeira nas escolas.


Em síntese, os resultados obtidos indicam avanços significativos na compreensão e integração da Educação Financeira nas escolas, mas também destacam desafios a serem superados para uma implementação mais ampla e eficaz desse componente essencial no ambiente educacional. O compromisso com a formação integral dos estudantes e a abordagem interdisciplinar emergem como elementos-chave para o sucesso dessa empreitada.


4. CONCLUSÃO


O presente artigo ressalta a relevância da Educação Financeira na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que a posiciona como uma disciplina essencial para o desenvolvimento integral dos estudantes. A BNCC estabelece a Educação Financeira como um tema transversal, incorporando-a de forma interdisciplinar em diferentes áreas de conhecimento. Este enfoque abrangente visa não apenas fortalecer as habilidades matemáticas dos alunos, mas também capacitá-los para tomadas de decisões éticas e responsáveis no inconstante cenário financeiro.


Assim como outros temas transversais, a Educação Financeira é concebida como uma ferramenta para promover uma formação contextualizada e abrangente. A BNCC ressalta a necessidade dos estudantes interagirem com diversas questões que refletem a vida em sociedade, às mudanças econômicas e ao mundo do trabalho. Ao integrar a Educação Financeira no campo da Matemática, a BNCC busca desenvolver as habilidades matemáticas dos alunos, relacionando-as ao entendimento de conceitos básicos de economia e finanças.


A interdisciplinaridade oferece oportunidades de estudo que envolvem não apenas a dimensão econômica, mas também as esferas cultural, social, política e psicológica. Projetos interdisciplinares, como os propostos pela BNCC, podem explorar a história do dinheiro, sua função na sociedade, a relação entre dinheiro e tempo, impostos em diferentes sociedades e estratégias de consumo ao longo da história.


Contudo, desafios práticos, como a oferta de material didático adequado, a formação de professores e a gestão do tempo para a execução de projetos de Educação Financeira, são obstáculos que demandam atenção e esforços conjuntos. Neste contexto, os municípios, responsáveis pelas matrículas no ensino infantil e fundamental, desempenham um papel central, necessitando de iniciativas efetivas com o apoio dos Estados e do Distrito Federal.


A plena implementação da Educação Financeira nas escolas não apenas fortalecerá as competências dos estudantes no campo matemático, mas também os equipará com as habilidades necessárias para enfrentar os desafios econômicos da vida cotidiana, contribuindo assim para uma sociedade mais consciente, ética e financeiramente responsável.


5. REFERÊNCIAS


BRASIL. Base Nacional Comum Curricular - Educação é a Base. Brasília, MEC/SEB, 2018.


BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.


Compra de alimentos é a principal causa de endividamento do brasileiro, aponta Serasa, 2023.



Educação financeira infantil: como o Brasil está frente a outros países ?



 

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Esse artigo pode ser utilizado parcialmente em livros ou trabalhos acadêmicos, desde que citado a fonte e autor(es).



Como citar esse artigo:


DANTAS, Joelton Enilson. O ensino de educação financeira nas escolas. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v.1, n. 3, 2023. p. 200-210. ISBN 978-65-85898-31-7 | D.O.I.: http://doi.org/10.59283/ebk-978-65-85898-31-7


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