HEALTH NEEDS AND VULNERABILITY OF QUILOMBOLA COMMUNITIES: A CASE REPORT
Como citar esse artigo:
Oliveira, K. J. S; Queiroz, P. S. S; Sousa, H. R; et al. Necessidades em saúde e vulnerabilidade das comunidades quilombolas: Um relato de caso. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; n.1, v.1, 2023; p. 47-57. ISBN 978-65-89844-48-8 - D.O.I.: doi.org/10.59283/ebk-978-65-89844-48-8
Autores:
Karen Jayane Dos Santos De Oliveira
ORCID: https://orcid.org/0009-0009-9763-693X. Discente da Universidade Ceuma, Imperatriz, Brasil. Ligante da liga acadêmica de oncologia (LAONCO) Monitora de Centro cirúrgico. Vice Presidente da Liga acadêmica de Anatomia Humana (LAAH) – contato: E-mail: karenjayane14@gmail.com
Patrícia dos Santos Silva Queiroz
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9587-1786. Especialista em Saúde da Família e especialista em Psiquiatria – UFMA. Especialista em Saúde Pública- UEMA. Especialista em Gestão e Serviços de Saúde- CEUMA. Mestre em Ciências Ambientais. Docente universitária/ Universidade Ceuma, Imperatriz, Brasil. Doutoranda em enfermagem – UNESP – Contato: E-mail: patriciasqueiroz@gmail.com
Haigle Reckziegel de Sousa
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5803-2289. Enfermeira. Docente, coordenadora da Universidade Ceuma, Imperatriz. Especialista em saúde pública e saúde da familia (UFMA). Especialista em educação profissional na área de saúde (ENSP). Mestre em doenças tropicais pela Universidade federal do Pará (UFPA). Contato - E-mail: haiglereck3@gmail.com
Cristina Limeira Leite
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7321-1496. Enfermeira. Docente da Universidade Ceuma, Imperatriz, Brasil. Mestre em Ciências Ambientais e Saúde- PUC-GO. Doutora em Ciências - UFRJ/UNIRIO – Contato: E-mail: crislimeira@gmail.com
Érika Ferreira Tourinho
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2167-930X. Docente, coordenadora da Universidade Ceuma, Imperatriz, Brasil. Bacharel em enfermagem. Bacharel em pedagogia. Mestre em ciências ambientais e saúde (PUC-GO). Doutoranda em (PUC-GO) – Contato: E-mail: tourinhoerika@gmail.com
Raquel Guimarães dos Santos
ORCID: https://orcid.org/0009-0001-3916-4198. Discente da Unidade de Ensino Superior do maranhão-Unisulma, Brasil – Contato: E-mail: raquelcosmeticos@gmail.com
Pauline Santos Franco
ORCID: https://orcid.org/0009-0004-2999. Discente da Unidade de Ensino Superior do maranhão-Unisulma, Brasil. Contato: E-mail: paulinefranco.adonai@gmail.com
Geracy Kayã Melo de Carvalho
ORCID: https://orcid.org/0009-0001-0697-272x. Discente da Universidade Ceuma, Imperatriz, Brasil – Contato: E-mail: geracykaya@hotmail.com
Warleson Silva do Vale
ORCID: https://orcid.org/0009-0000-9170-2363. Farmacêutico e bioquímico pela Universidade federal do Pará (UFPA). – Contato: E-mail: warlesonfarmaceutico@hotmail.com
Robert Cruz Paz
ORCID: https://orcid.org/0009-0004-5320-9315. Discente da Universidade Ceuma, Imperatriz, Brasil – Contato: E-mail: robertcruzpaz07@gmail.com
Gessica Nogueira Rocha
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5507-0207. Discente da Universidade Ceuma, Imperatriz, Brasil. Ligante da Liga acadêmica de anatomia humana (LAAH) – Contato: E-mail: gessicanog.rocha@hotmail.com
Jocinaria Moreira da Conceição
ORCID: https://orcid.org/0009-0008-4384-1340. Discente da Universidade Ceuma, Imperatriz, Brasil. Diretora de marketing da Liga acadêmica de oncologia (LAONCO) – Contato: E-mail: joycinaraconcei@gmail.com
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RESUMO
Introdução: O acesso à saúde é um direito fundamental para que todas as comunidades brasileiras possam desfrutar plenamente. No entanto, as comunidades quilombolas no Brasil enfrentam desafios significativos ao acesso a serviços de saúde de qualidade. Objetivo: Este artigo analisa os obstáculos que essas comunidades enfrentam em relação à saúde, incluindo barreiras, discriminação geográfica, falta de recursos e outras questões, bem como as medidas para superar esses desafios e garantir um atendimento de saúde justo e adequado. Métodos: O relato de experiência foi logrado com base em visitas domiciliares a comunidades quilombolas no Sertão, com atividades no período de 17 a 22 de julho de 2022. O cenário da experiência correspondeu ao Sertão do Piauí localizado na cidade de São Raimundo Nonato. Resultados: Um dos desafios mais prementes é o acesso limitado à água potável, o que expõe os quilombolas a doenças transmitidas pela água. Além disso, a insegurança alimentar devido à falta de chuvas regulares que contribui para a desnutrição e deficiências nutricionais. As condições habitacionais precárias, saúde mental, a falta de medicamentos e a falta de saneamento básico agravam ainda mais as condições de vida e suas necessidades de saúde.
Palavras-chave: Acesso à saúde, Comunidades quilombolas, Equidade em saúde.
ABSTRACT
Introduction: Access to health is a fundamental right that all communities can fully enjoy. However, quilombola communities in Brazil face significant challenges in accessing quality health services. Objective: This article reviews the obstacles these communities face in relation to health, including barriers, geographic discrimination, lack of resources and other issues, as well as measures to overcome these challenges and ensure fair and adequate health care. Methods: the experience report was based on home visits to quilombola communities in the Sertão, with activities from 17 to July 22, 2022. The scenario of the experience corresponded to the Sertão do Píaui located in the city of São Raimundo Nonato. Results: One of the most pressing challenges is limited access to drinking water, which exposes quilombolas to waterborne diseases. Furthermore, food insecurity due to lack of regular rainfall contributes to malnutrition and nutritional deficiencies. Precarious housing conditions, mental health, lack of medicines and lack of basic sanitation further aggravated living conditions and health needs.
Keywords: Access to health, Quilombola communities, Equity in health.
INTRODUÇÃO
Ao longo de séculos, as comunidades negras rurais estabeleceram processos que deram origem a uma rede significativa de relações socioculturais, econômicas e políticas. Embora a formação dos quilombos não seja o foco central desses acontecimentos, desempenha um papel relevante na compreensão da história dessas comunidades (DUTRA, 2023).
A partir do reconhecimento oficial pelo Estado brasileiro em 1988, especialmente por meio da afirmação de seus direitos territoriais conforme o Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição (ADCT), as comunidades quilombolas têm sido objeto de discussão abrangente sobre questões socioeconômicas, espaciais, jurídicas e culturais. Essas discussões são essenciais para compreender o significado atual dos quilombos e sua integração efetiva na cidadania contemporânea (MELLO, 2019).
De acordo com Silva (2022), os quilombolas são povos historicamente associados à resistência e são frequentemente caracterizados como os descendentes de escravos rebeldes que estabeleceram comunidades à margem da sociedade. Essas comunidades enfrentam desafios persistentes relacionados à discriminação, à luta por seus direitos territoriais e ao acesso a recursos básicos. Apesar dos avanços legais e políticos para a proteção dos quilombolas, infelizmente eles ainda lutam para alcançar o reconhecimento de suas terras tradicionais e para preservar suas culturas e modos de vida.
Os quilombolas modernos vão além da simples preservação histórica; eles englobam uma profunda busca por autonomia, identidade e expressão cultural dentro do contexto brasileiro. É evidente que nas comunidades remanescentes de quilombos, especialmente a partir da década de 1990, não encontramos apenas indivíduos negros que se estabeleceram em terras adquiridas ou doadas por antigos senhores. A essência contemporânea dos quilombolas não se limita apenas às suas raízes históricas, mas também se manifesta através de um projeto de autodefinição e da articulação cultural das comunidades negras. Essas comunidades se uniram de várias maneiras para preservar suas identidades culturais e suas conexões com a rica herança afro-brasileira (BATISTA, 2020).
A herança das comunidades quilombolas é profundamente enraizada na cultura afro-brasileira, abrangendo tradições, danças, músicas e práticas religiosas que são tesouros culturais únicos. No entanto, essa riqueza cultural coexiste com uma realidade na qual o acesso à saúde continua a ser um desafio persistente. Muitas comunidades quilombolas estão localizadas em regiões remotas, distantes de instalações médicas adequadas, tornando o acesso a cuidados de saúde básicos uma jornada difícil e, em alguns casos, impossível (MORAES, 2021; NEVES, 2021).
Estudos recentes em várias regiões do Brasil destacaram a necessidade pública de políticas que abordem questões de saúde da população negra, incluindo os quilombolas. Esses estudos não apenas evidenciaram as desigualdades sociais existentes, mas também destacam a necessidade de compreender o processo de saúde e doença em um contexto mais amplo. A substituição do termo “determinante” por "determinação social" ressalta a complexidade das influências sociais, econômicas e culturais que afetam a saúde mental dessas comunidades (MACHADO, 2023).Este artigo abordará os problemas enfrentados pelos quilombolas no Brasil, analisando questões relacionadas à saúde, educação, acesso a terra, e o impacto do racismo e da discriminação na vida dessas comunidades. A compreensão desses problemas é fundamental para promover políticas públicas mais inclusivas e ações que visem à melhoria das condições de vida e à promoção da igualdade para essas populações historicamente marginalizadas.
Devido à ausência de estudos, este presente artigo tem como objetivo identificar pesquisas relevantes nesse campo e analisar a falta de acessibilidade à saúde das comunidades quilombolas e os desafios por elas enfrentados. Dessa forma, a questão norteadora do estudo resume-se a: Quais as principais dificuldades e fatores que levam à falta de acesso à saúde dos povos quilombolas?
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NECESSIDADES EM SAÚDE E VULNERABILIDADE DAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS: UM RELATO DE CASO
REFERÊNCIAS
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Como citar esse artigo:
Oliveira, K. J. S; Queiroz, P. S. S; Sousa, H. R; et al. Necessidades em saúde e vulnerabilidade das comunidades quilombolas: Um relato de caso. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; n.1, v.1, 2023; p. 47-57. ISBN 978-65-89844-48-8 - D.O.I.: doi.org/10.59283/ebk-978-65-89844-48-8
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