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Alfredo Henrique Castro Santana

METODOLOGIAS INOVADORAS NO ENSINO DE ARTES VISUAIS

Atualizado: 12 de mai.

INNOVATIVE METHODOLOGIES IN VISUAL ARTS EDUCATION





Como referenciar esse artigo Santana, Lima e Silva (2024):


SANTANA, Alfredo Henrique Castro; LIMA, Maria Helena da Silva; SILVA, Edileuza Castro da. Metodologias inovadoras no ensino de artes visuais. Editora UNISV; v. 2, n. 3, 2024; p. 92-104. ISSN: 2965-9760 | DOI: doi.org/10.59283/unisv.v2n3.006



Autores:


Alfredo Henrique Castro Santana

Licenciado em Artes Visuais pelo Centro universitário UNIFAVENI. – Contato: alfredovascaino100@gmail.com


Maria Helena da Silva Lima

Graduada em Pedagogia, pela Faculdade de Educação Regional Serrana, Funpac. – Contato: mariahelenadasilvalima7@gmail.com


Edileuza Castro da Silva

Graduado com Licenciatura em Pedagogia pelo Centro Universitário Clarentiano. Pós-graduado, "Latus Sensu" em Psicopedagogia Educacional e Alfabetização e Letramento pela Faveni. – Contato: e-mail edileuzacastro1234@gmail.com.




RESUMO


Este texto científico analisa métodos pedagógicos inovadores que incentivam a criatividade, a autoexpressão e o pensamento crítico por meio do ensino de artes visuais. A metodologia empregada incluiu uma revisão bibliográfica e análise qualitativa de práticas pedagógicas inovadoras identificadas em diferentes contextos educacionais. A fundamentação para este estudo está na necessidade de desenvolver abordagens que promovam a individualidade e a expressão criativa dos estudantes, ajudando-os a enfrentar os desafios da sociedade contemporânea. As metodologias investigadas incluem o aprendizado baseado em projetos, que incentiva a autonomia e a colaboração, além da integração interdisciplinar, que envolve a arte no contexto de outras disciplinas, como história e ciências. O uso de tecnologias digitais, como aplicativos de design e animação, também oferece oportunidades para a exploração de novas formas de expressão artística. A arteterapia e o ensino inclusivo permitem que a arte se torne uma ferramenta para promover o bem-estar emocional e social dos estudantes, especialmente daqueles em situação de vulnerabilidade. Os principais resultados evidenciam que essas metodologias inovadoras estimulam a criatividade, a autoexpressão e o pensamento crítico, ao mesmo tempo em que melhoram a capacidade de resolução de problemas e o trabalho colaborativo entre os alunos. Conclui-se que a implementação dessas práticas pedagógicas pode transformar o ensino de artes visuais em um espaço mais inclusivo e dinâmico, incentivando os estudantes a desenvolver seu potencial artístico e humano.

 

Palavras-chave: Aprendizado baseado em projetos; Arteterapia; Artes visuais; Criatividade; Educação.

 

ABSTRACT


This scientific text analyzes innovative pedagogical methods that foster creativity, self-expression, and critical thinking through the teaching of visual arts. The methodology employed included a literature review and qualitative analysis of innovative pedagogical practices identified in different educational contexts. The rationale for this study lies in the need to develop approaches that promote individuality and creative expression among students, helping them to face the challenges of contemporary society. The methodologies investigated include project-based learning, which encourages autonomy and collaboration, as well as interdisciplinary integration, involving art in the context of other disciplines, such as history and science. The use of digital technologies, such as design and animation apps, also provides opportunities for exploring new forms of artistic expression. Art therapy and inclusive teaching allow art to become a tool for promoting the emotional and social well-being of students, especially those in vulnerable situations. The main results show that these innovative methodologies stimulate creativity, self-expression, and critical thinking, while also improving problem-solving abilities and collaborative work among students. It is concluded that the implementation of these pedagogical practices can transform visual arts education into a more inclusive and dynamic space, encouraging students to develop their artistic and human potential.

 

Keywords: Project-based learning; Art therapy; Visual arts; Creativity; Education.

 

 

1. INTRODUÇÃO

 

No panorama educacional contemporâneo, as Artes Visuais desempenham um papel crucial no desenvolvimento dos alunos, estimulando não apenas a expressão criativa, mas também o pensamento crítico e reflexivo. Neste contexto, a implementação de abordagens inovadoras no ensino de Artes Visuais emerge como uma necessidade premente, visando enriquecer a experiência educacional dos estudantes e prepará-los para os desafios do século XXI.


O ensino de Artes Visuais é uma área fundamental para o desenvolvimento integral dos estudantes, promovendo a expressão criativa, a apreciação estética e o pensamento crítico. No entanto, muitas vezes, os métodos tradicionais de ensino podem limitar o potencial dos alunos, restringindo sua imaginação e inibindo sua autoexpressão.


Diante desse desafio, surge a necessidade de explorar metodologias inovadoras que estimulem a criatividade, a autoexpressão e o pensamento crítico dos estudantes por meio da arte., segundo Ana Mae Barbosa (2010, p. 2) “A arte na educação afeta a invenção, inovação e difusão de novas ideias e tecnologias, encorajando um meio ambiente institucional inovado e inovador” (FAVENI).


A educação em Artes visuais desempenha um papel crucial no desenvolvimento cognitivo, emocional e social dos alunos. No entanto, as abordagens convencionais muitas vezes não conseguem atender às necessidades diversificadas dos estudantes, deixando de lado aqueles que possuem habilidades artísticas distintas ou que enfrentam dificuldades em se expressar por meio da arte.


Portanto, a implementação de metodologias inovadoras no ensino de educação artística, se faz necessária para promover uma educação mais inclusiva, que valorize a singularidade de cada aluno e estimule seu potencial criativo.

A dedução, por sua vez, consiste em um processo semelhante ao da indução: é baseada em premissas com a intenção de promover uma conclusão geral. Porém, há uma diferença importante no caso da dedução: ela leva a uma conclusão verdadeira, enquanto a indução conduz a uma conclusão provável (MARCONI; LAKATOS, 2017).


A pesquisa é norteada em investigar e apresentar metodologias inovadoras no ensino de Artes Visuais que promovam a criatividade, a autoexpressão e o pensamento crítico dos alunos.


Ao identificar as principais características das metodologias tradicionais de ensino de Artes Visuais; Explorar as limitações dessas abordagens em relação ao estímulo da criatividade e autoexpressão dos alunos; Apresentar exemplos de metodologias inovadoras que têm sido utilizadas com sucesso no ensino de Artes Visuais; Analisar os impactos positivos dessas metodologias na aprendizagem e no desenvolvimento dos estudantes; Propor diretrizes para a implementação eficaz de metodologias inovadoras no contexto escolar. Como podemos promover a criatividade, a autoexpressão e o pensamento crítico dos alunos por meio de metodologias inovadoras no ensino de Artes Visuais?

 

2. ARTES VISUAIS EM EVOLUÇÃO: ABORDAGENS INOVADORAS PARA INSPIRAR A CRIATIVIDADE E REFLEXÃO

 

As metodologias tradicionais de ensino de Artes visuais têm sido historicamente marcadas por certas características que, embora tenham desempenhado um papel importante na transmissão de conhecimentos artísticos, podem apresentar limitações quando se trata de promover a criatividade, a autoexpressão e o pensamento crítico dos alunos.


Um dos principais aspectos das metodologias tradicionais é a ênfase na técnica e na reprodução. Muitas vezes, o ensino de Artes visuais se concentra na transmissão de habilidades específicas, como desenho, pintura e escultura, seguindo modelos pré-estabelecidos e técnicas consagradas. Essa abordagem valoriza a precisão e a fidelidade à forma, privilegiando a reprodução da realidade em detrimento da expressão pessoal e da experimentação artística.


Além disso, as metodologias tradicionais tendem a ser orientadas pelo professor, com pouca participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem. O professor assume o papel de autoridade e detentor do conhecimento, enquanto os alunos são vistos como receptores passivos das informações.


Isso pode resultar em uma abordagem centrada no ensino, em vez de uma abordagem centrada na aprendizagem, limitando as oportunidades dos alunos de explorar sua própria criatividade e desenvolver seu próprio estilo artístico.


Outra característica das metodologias tradicionais é a ênfase na avaliação quantitativa em detrimento da avaliação qualitativa. Muitas vezes, os trabalhos dos alunos são avaliados com base em critérios objetivos, como técnica, precisão e conformidade com os modelos estabelecidos, deixando de lado aspectos subjetivos, como originalidade, expressão pessoal e inovação. Isso pode criar uma cultura de conformidade e uniformidade, inibindo a diversidade de expressões artísticas e limitando o potencial criativo dos alunos.


Embora as metodologias tradicionais de ensino de Artes Visuais possam oferecer uma base sólida de conhecimentos técnicos e históricos, elas também apresentam limitações significativas quando se trata de promover a criatividade, a autoexpressão e o pensamento crítico dos alunos.


Diante desse cenário, surge a necessidade de explorar abordagens pedagógicas mais inovadoras e centradas no aluno, que valorizem a diversidade de expressões artísticas e incentivem os estudantes a se tornarem agentes ativos na construção do conhecimento.


“Além disso, encarar a arte como produção de significações que se transformam no tempo e no espaço permite contextualizar a época em que se vive na sua relação com as demais” (IBIDEM, p.33).   


Uma das características marcantes das metodologias inovadoras é sua capacidade de romper com os paradigmas tradicionais, promovendo uma abordagem mais centrada no aluno e na sua singularidade criativa. Ao invés de seguir um currículo rígido e pré-estabelecido, essas abordagens valorizam a autonomia do estudante, incentivando-o a explorar diferentes técnicas, materiais e conceitos artísticos de forma livre e autêntica.


A imaginação criadora permite ao ser humano conceber situações, fatos, ideias e sentimentos que se realizam como imagens internas, a partir da manipulação da linguagem. É essa capacidade de formar imagens que torna possível a evolução do homem e o desenvolvimento da criança; visualizar situações que não existem, mas que podem vir a existir, abre o acesso a possibilidades que estão além da experiência imediata (FAVENI).


Essa liberdade criativa não apenas estimula a imaginação dos alunos, mas também os desafia a desenvolver habilidades de resolução de problemas e pensamento crítico. Ao se depararem com desafios artísticos diversos, os estudantes são incentivados a experimentar, errar e aprender com seus próprios processos criativos, desenvolvendo assim uma postura investigativa e reflexiva diante da arte e do mundo que os cerca.


Além disso, as abordagens inovadoras no ensino de Artes Visuais frequentemente incorporam elementos interdisciplinares, conectando a prática artística com outras áreas do conhecimento, como ciências, história, literatura e tecnologia.

Essa integração proporciona aos alunos uma compreensão mais ampla e contextualizada da arte, permitindo-lhes explorar questões complexas e interconexões entre diferentes domínios do saber.


Como menciona John Dewey (1859-1952), filósofo e pedagogo, revolucionou o sistema educacional norte-americano, que utilizava métodos educacionais com técnicas de memorização e transferência de conhecimento.


É importante ressaltar que as abordagens inovadoras no ensino de Artes Visuais não apenas visam o desenvolvimento de habilidades técnicas e estéticas, mas também têm como objetivo promover valores como empatia, diversidade e inclusão.


Ao engajar os alunos em projetos artísticos que abordam questões sociais e culturais pertinentes, essas abordagens estimulam a reflexão crítica sobre o mundo e incentivam os estudantes a se tornarem agentes de mudança em suas comunidades.


As Artes visuais estão em constante evolução, impulsionadas pela busca por metodologias inovadoras que possam inspirar a criatividade e a reflexão dos alunos. Ao adotarmos abordagens pedagógicas que valorizem a autonomia, a interdisciplinaridade e o engajamento social, podemos transformar o ensino de Artes Visuais em uma experiência verdadeiramente enriquecedora e transformadora para todos os envolvidos.


Segundo Pereira et al. (2009, p. 158), Dewey propôs que:


[...] a aprendizagem seja instigada através de problemas ou situações que procuram de uma forma intencional gerar dúvidas, desequilíbrios ou perturbações intelectuais. O método “dos problemas” valoriza experiências concretas e problematizadoras, com forte motivação prática e estímulo cognitivo para possibilitar escolhas e soluções criativas. Que neste caso leva o aluno a uma aprendizagem significativa, pois o mesmo utiliza diferentes processos mentais (capacidade de levantar hipóteses, comparar, analisar, interpretar, avaliar), de desenvolver a capacidade de assumir responsabilidade por sua formação [...] A problematização requer do professor uma mudança de postura para o exercício de um trabalho reflexivo com o aluno, exigindo a disponibilidade do professor de pesquisar, de acompanhar e colaborar no aprendizado crítico do estudante, o que frequentemente coloca o professor diante de situações imprevistas, novas e desconhecidas, exigindo que professores e alunos compartilhem de fato o processo de construção e não apenas o de reconstrução e reelaboração do conhecimento.

 

A aprendizagem significativa em Artes Visuais é um processo no qual os alunos constroem ativamente o conhecimento, atribuindo significado às experiências artísticas e relacionando-as com seus conhecimentos prévios e vivências pessoais. Nesse contexto, a aprendizagem não se limita à mera reprodução de técnicas ou estilos artísticos, mas sim à compreensão profunda e contextualizada da arte e do mundo ao seu redor.


A arte como um produto social parte de um processo baseado em determinantes históricos e situacionais, exercendo direta e indiretamente influência na vida cotidiana dos homens, transformando seu modo de ver, pensar, agir e se relacionar no mundo, ou seja, a arte é tida como um produto da evolução social do homem que se faz mediante seu trabalho (LIMA, SILVA, 2017).


Uma das características essenciais da aprendizagem significativa em Artes Visuais é a conexão entre a teoria e a prática. Os alunos não apenas aprendem sobre conceitos artísticos, como composição, cor e forma, mas também os aplicam em suas próprias produções artísticas. Essa interação entre a teoria e a prática permite que os alunos internalizem os conceitos de forma mais profunda, transformando-os em conhecimento significativo.


Além disso, a aprendizagem significativa em Artes Visuais valoriza a expressão pessoal e a autonomia do aluno. Os estudantes são encorajados a explorar sua criatividade, experimentar diferentes técnicas e materiais, e expressar suas ideias e emoções de forma autêntica. Dessa forma, a arte se torna um meio de autoexpressão e desenvolvimento pessoal, permitindo que os alunos se conectem com sua própria identidade e narrativa.


Você pode colaborar com o processo criativo de seus educandos oferecendo um ambiente de aceitação, integração e liberdade, deixando-os realizar livremente suas atividades e brincadeiras e permitindo que eles sempre expressem sua imaginação e o seu próprio mundo de faz de conta. (Ibidem, p.137).


Outro aspecto importante da aprendizagem significativa em Artes Visuais é a valorização da diversidade e da pluralidade de expressões artísticas. Os alunos são expostos a uma ampla variedade de obras de arte, de diferentes épocas, culturas e contextos sociais, o que amplia sua visão de mundo e enriquece sua compreensão da arte como uma forma de expressão humana universal.


A aprendizagem significativa em Artes Visuais não se limita ao contexto escolar, mas se estende para além dos muros da sala de aula. Os alunos são incentivados a explorar espaços artísticos diversos, como museus, galerias e ateliês, e a participar de experiências artísticas fora do ambiente escolar. Essas vivências complementares enriquecem sua formação artística e contribuem para uma compreensão mais ampla e profunda da arte.


É um processo dinâmico e multifacetado, que valoriza a experiência pessoal, a expressão criativa e a conexão com o mundo ao nosso redor. Ao promover uma abordagem centrada no aluno, contextualizada e diversificada, podemos proporcionar uma educação em artística que seja verdadeiramente significativa e transformadora para os estudantes.


Tem vantagens notáveis no desenvolvimento do aluno, tanto do ponto de vista da lembrança posterior e a utilização do enriquecimento da estrutura cognitiva do aluno como ponto de vista da lembrança posterior e a utilização para experimentar novas aprendizagens, fatores que a delimitam como a aprendizagem mais adequada para ser promovida entre os alunos, podendo deste modo, conseguir a aprendizagem significativa tanto por meio da descoberta como por meio da recepção (FAVENI).


 “Aos educadores cabe lembrar: a criança não aprende nem cria por imitação”. (Ibidem, p.137). Promover práticas criativas não significa estabelecer regras para a realização de brincadeiras ou tarefas.


“Começamos a entender o conceito de arte-educação como epistemologia da arte e/ou arte-educação como intermediário entre arte e público” (Barbosa, 1991, p.17).


Segundo Ferraz e Fusari (1993):


O estético em arte diz respeito, dentre outros aspectos, à compreensão sensível-cognitiva do objeto artístico inserido em um determinado tempo – espaço sociocultural. Todavia a experiência estética pode ser mais ampla e não necessariamente deriva da arte, embora a arte seja uma das principais fontes de aplicação […] A concepção do artístico relaciona-se diretamente com o ato de criação da obra de arte, desde as primeiras elaborações de formalização dessas obras até em seu contato com o público. O fazer artístico (a criação) é a mobilização de ações que resultam em construções de formas novas a partir da natureza e da cultura; é ainda o resultado de expressões imaginativas provenientes de sínteses emocionais e cognitivas (FERRAZ & FUSARI 1993, p. 53 -54)

 

O educando deve aprender a significação do silêncio, do vazio, do espaço, usando a sua sensibilidade para conseguir ver mediante posturas e atuações, compreendendo melhor sua própria existência e relação com as coisas que o cercam, sejam objetos, pessoas ou situações (PETRAUSKI, DIAZ, p.15, 2008).

Apud et al PETRAUSKI, DIAZ (p.09, 2008) O professor é um mediador da aprendizagem, um incentivador, e, num ambiente de cooperação com outras interações positivas, a ação individual deste será mais eficaz.


Segundo FERRAZ e FUSARI (1993), considera-se importante a inclusão do brinquedo e da brincadeira como parte integrante dos métodos e procedimentos, incorporadas às aulas de Arte, pois as experiências com brincadeiras, quando estruturadas adequadamente, podem motivar processos construtivos e expressivos dentro dos conteúdos da disciplina.


Jogos podem trazer reflexão, ordem, desordem, construção e desconstrução de ideais, de mundo, de ideias, de experiências ou das mais variadas relações. Possibilitam uma abertura para o novo, tornando possível que as pessoas se expressem de forma diferenciada. (...) Acontece neste momento uma comunicação profunda, sem medos, nem ameaças, onde cada um se expressa livremente no lúdico. O jogo é ficção e ao mesmo tempo realidade. (HOLZMANN, 1998, p.19).


Quando se propõe trabalhar conteúdos de Arte por meio de jogos, é preciso dominar a função e o desenvolvimento dos jogos e brincadeiras no mundo infantil, interligando-os à sala de aula (PETRAUSKI, DIAZ, p.17, 2008).


As metodologias tradicionais de ensino de Artes Visuais, embora possuam méritos no que diz respeito à transmissão de conhecimentos técnicos e históricos, apresentam limitações significativas quando se trata de estimular a criatividade e a autoexpressão dos alunos.


Essas limitações são resultado, em grande parte, de uma abordagem centrada na reprodução e na conformidade, que pode inibir o potencial criativo dos estudantes e restringir sua liberdade de expressão artística.


Uma das principais limitações das abordagens tradicionais é a ênfase na reprodução de modelos e na conformidade com padrões estéticos pré-estabelecidos. Os alunos são frequentemente encorajados a seguir técnicas e estilos específicos, em vez de desenvolverem sua própria voz criativa. Isso pode resultar em uma uniformidade de expressão artística, onde todos os trabalhos se assemelham e a originalidade é suprimida em prol da reprodução fiel da realidade ou dos modelos fornecidos pelo professor.


Além disso, a avaliação quantitativa predominante nas metodologias tradicionais muitas vezes não valoriza aspectos subjetivos da produção artística, como originalidade, expressão pessoal e inovação.


Para Fusari (2007), “A arte é um dos modos de conhecimento ao qual os estudantes devem também ter acesso, assumindo-se como sujeitos capazes de apreciação estética e criação artística, articuladas aos processos e mediações da cultura contemporâneas. ”


Os alunos são avaliados com base em critérios objetivos, como técnica e precisão, o que pode desencorajar a experimentação e a busca por formas de expressão não convencionais. Isso cria um ambiente onde a criatividade é desestimulada e a autoexpressão é limitada, pois os alunos se sentem pressionados a se conformarem com padrões estabelecidos em vez de explorarem livremente suas próprias ideias e emoções.


Além disso, a abordagem centrada no professor nas metodologias tradicionais muitas vezes não oferece espaço para a colaboração, o diálogo e a troca de ideias entre os alunos. A aprendizagem se torna um processo passivo, onde os estudantes recebem conhecimento de forma unidirecional, sem oportunidades para compartilhar suas próprias experiências, perspectivas e insights.


 Isso pode limitar a diversidade de expressões artísticas presentes na sala de aula e impedir que os alunos desenvolvam habilidades de comunicação e trabalho em equipe que são essenciais para sua formação integral.


As abordagens tradicionais de ensino de Artes Visuais apresentam limitações significativas no que diz respeito ao estímulo da criatividade e autoexpressão dos alunos. Para superar essas limitações, é necessário adotar uma abordagem mais flexível, centrada no aluno e na valorização da diversidade de expressões artísticas.


Isso requer uma mudança de paradigma no ensino de Artes Visuais, onde os alunos sejam encorajados a explorar livremente sua criatividade, expressar suas próprias ideias e emoções, e colaborar uns com os outros para construir conhecimento de forma coletiva. O jovem criativo que tenha verdadeiramente desenvolvido o seu senso crítico poderá manter sua criatividade crescendo mesmo na idade adulta (HAETINGER, 2005, p. 15).


3. CONCLUSÃO


A pesquisa bibliográfica realizada proporcionou momentos valiosos sobre as metodologias inovadoras no ensino de Artes visuais e seus impactos na promoção da criatividade, autoexpressão e pensamento crítico dos alunos. Com base nos objetivos estabelecidos e na solução da questão problema, podemos destacar alguns resultados alcançados:


A pesquisa permitiu uma análise detalhada das abordagens tradicionais, evidenciando sua ênfase na reprodução, conformidade e avaliação quantitativa, em detrimento da criatividade, autoexpressão e pensamento crítico dos alunos.

Haetinger (2005), ao focar seu trabalho no universo criativo infantil, identifica que, o caráter questionador que marca a nova geração demonstra muita criatividade que norteia o seu senso crítico e aproveita essa colocação para ressaltar a importância da criatividade ao longo da vida humana.


Foi possível identificar e discutir as limitações das metodologias tradicionais em relação ao estímulo da criatividade e autoexpressão dos alunos, destacando como a ênfase na reprodução e na conformidade pode inibir o potencial criativo dos estudantes e restringir sua liberdade de expressão artística.


A pesquisa proporcionou uma análise de diversas abordagens inovadoras no ensino de Artes Visuais, demonstrando como essas metodologias priorizam a autonomia do aluno, a experimentação, a expressão pessoal e o pensamento crítico, promovendo uma aprendizagem mais significativa e transformadora.


Foi possível discutir os impactos positivos das metodologias inovadoras na aprendizagem e no desenvolvimento dos alunos, evidenciando como essas abordagens estimulam a criatividade, autoexpressão e pensamento crítico, além de promoverem uma maior inclusão e diversidade de expressões artísticas na sala de aula.


Com base nos resultados da pesquisa, foram propostas diretrizes para a implementação eficaz de metodologias inovadoras no ensino de Artes Visuais, visando criar um ambiente de aprendizagem dinâmico, inclusivo e estimulante, onde os alunos possam desenvolver todo o seu potencial criativo e se tornarem agentes ativos na construção do conhecimento.


A pesquisa proporcionou uma base sólida para compreender as metodologias inovadoras no ensino de Artes Visuais e seus benefícios para a promoção da criatividade, autoexpressão e pensamento crítico dos alunos. Os resultados obtidos contribuem para uma reflexão crítica sobre as práticas pedagógicas existentes e fornecem subsídios para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes e inclusivas no ensino de Artes Visuais.


Como profissionais da área de educação somos apaixonados por Artes Visuais, as reflexões proporcionadas pela pesquisa bibliográfica são extremamente relevantes para minha prática pedagógica. Ao longo da minha carreira, tenho buscado constantemente maneiras de inovar e aprimorar minhas abordagens de ensino, visando criar um ambiente de aprendizagem estimulante e inclusivo para meus alunos.


A pesquisa reforçou minha convicção de que as metodologias tradicionais no ensino de Artes Visuais podem ser limitantes para os alunos, especialmente no que diz respeito à promoção da criatividade e autoexpressão.


Como educadores, nós reconhecemos a importância de oferecer aos alunos oportunidades significativas de explorar sua própria voz artística, experimentar novas técnicas e materiais, e expressar suas ideias e emoções de forma autêntica.

Além disso, os conhecimentos obtidos com a pesquisa me inspiraram a buscar novas estratégias e recursos para enriquecer minha prática pedagógica. Estou motivado a explorar metodologias inovadoras, como a aprendizagem baseada em projetos, o ensino colaborativo e a integração de tecnologias digitais, que possam estimular ainda mais a criatividade, o pensamento crítico e a participação ativa dos meus alunos no processo de aprendizagem.


Como profissionais comprometidos com a educação, estamos cientes dos desafios que enfrentamos no campo educacional, especialmente diante das demandas da sociedade contemporânea.


No entanto, estou otimista quanto ao potencial transformador da educação em Artes Visuais e determinado a continuar buscando maneiras de inspirar e capacitar meus alunos a se tornarem artistas criativos, críticos e reflexivos. “A Arte é fonte de humanização, pois possibilita ao homem tornar-se consciente de sua existência individual e social, questionando, interpretando o mundo e a si mesmo”.

 

4. REFERÊNCIAS


BARBOSA, A. M. T. B. Arte: educação: leitura no subsolo. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2013.

 

BARRET, T. A crítica de arte: como entender o contemporâneo. 3. ed. [recurso eletrônico]. Porto Alegre: AMGH, 2014.

 

ESCOSTEGUY, C. C.; CORRÊA, R. Metodologia do ensino de artes. [recurso eletrônico]. Porto Alegre: SAGAH, 2017.

 

FERRAZ, M. H. C. T; FUSARI, M. F. R. Metodologia do ensino de arte. 2.ed. São Paulo: Cortez, 2001.

 

FERRAZ, Heloisa & FUSARI Maria F. Resende de. Arte na educação escolar. São Paulo: Cortez, 1993.

FERREIRA, S. O ensino das artes: construindo caminhos. Papirus, 2015.

 

FUSARI, M.F.R.; FERRAZ, M. H. C. T. Arte na educação escolar. São Paulo: Editora Cortez, 2001.

FUSARI, M. F. R.; FERRAZ, M. H. C. T. Arte na educação escolar. 2. ed. rev. São Paulo: Cortez, 2010.

 

GÜNTHER, H. Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão? Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 22, n. 2, p. 201-210, mai. ago. 2006.

 

HAETINGER, M. G. O universo criativo da criança na educação. [s.l.]: Instituto Criar, 2005. MARQUES, I. A. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003.

 

LIMA, Cristiana Ana; SILVA, Lucilene Paulino de Amorim. As Diferentes Formas de Ver a Arte na Educação. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 05. Ano 02, Vol. 01. pp 867-895, julho de 2017. ISSN:2448-0959.

 

PETRAUSKI, Jozane Maciel. DIAZ, Marília. O Lúdico Como Recurso Metodológico Para O Ensino De Arte. 2008, Departamento de Artes da UFPR.

 

 

 

 

 

 

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publicação de artigo científico

Esse artigo pode ser utilizado parcialmente em livros ou trabalhos acadêmicos, desde que citado a fonte e autor(es).



Como citar esse artigo:


SANTANA, Alfredo Henrique Castro; LIMA, Maria Helena da Silva; SILVA, Edileuza Castro da. Metodologias inovadoras no ensino de artes visuais. Editora UNISV; v. 2, n. 3, 2024; p. 92-104. ISSN: 2965-9760 | DOI: doi.org/10.59283/unisv.v2n3.006



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