FRACTURE OF BOTH BONES OF THE LEFT FOREARM AFTER A DOMESTIC ACCIDENT - CASE REPORT
Informações Básicas
Revista Qualyacademics v.2, n.6
ISSN: 2965976-0
Tipo de Licença: Creative Commons, com atribuição e direitos não comerciais (BY, NC).
Recebido em: 14/11/2024
Aceito em: 18/11/2024
Revisado em: 20/12/2024
Processado em: 21/12/2024
Publicado em: 24/12/2024
Categoria: Estudo de Caso
Como citar esse material:
LIMA, Alcilene Fiesca de; AD-VÍNCULA, Luana Alves Costa. Fratura de ambos os ossos do antebraço esquerdo após acidente doméstico - Relato de caso. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v.2, n.6, 2024; p. 232-239. ISSN 2965976-0 | D.O.I.:
Autoras:
Alcilene Fiesca de Lima
Acadêmica de Medicina-SOCIEMED (Sociedade Científica de Estudantes de Medicina) UNITEPC. Orcid: 0000-0002-7404-6103. - Contato: alcivitruviano@gmail.com
Luana Alves Costa Ad-Víncula
Acadêmica de Medicina - UNITEPC. Contato: luanaalves.costa2023@gmail.com.a.
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RESUMO
As fraturas do antebraço são umas das mais comuns, independentemente da idade do paciente. A fratura mais comum no antebraço é aquela que ocorre em ambos os ossos, produzida por um mecanismo indireto. O objetivo deste artigo é apresentar o caso de uma jovem paciente que sofreu um acidente doméstico quando certa manhã estava a caminho de retirar o lixo de sua residência. Apresenta-se o caso de uma paciente do sexo feminino, com 31 anos de idade, que sofreu uma queda da própria altura, após se desequilibrar em um declive no chão de sua morada sofrendo impacto direto em uma parede antes de colidir com o solo. Destarte, em termos de idade no momento do acidente, uma vez que se trata de uma adulta jovem, bem como o mecanismo causador do trauma, uma queda da própria altura, e o lado afetado, o lado esquerdo, a paciente estudada se enquadra nos dados verificados nas diversas investigações pesquisadas.
Palavras-Chave: Fratura; Antebraço; Cair.
ABSTRACT
Forearm fractures are one of the most common, regardless of the patient's age. The most common fracture in the forearm is the one that occurs in both bones, produced by an indirect mechanism. The objective of this article is to present the case of a young patient who suffered a domestic accident when one morning she was on her way to remove the garbage from her home. We present the case of a 31-year-old female patient who suffered a fall from her own height, after losing her balance on a slope on the floor of her home, suffering a direct impact on a wall before colliding with the ground. In conclusion, in terms of age at the time of the accident, since she is a young adult, as well as the mechanism that caused the trauma, a fall from her own height, and the affected side, the left side, the patient studied fits the data verified in the various investigations researched.
Keywords: Fracture; Forearm; Fall.
1. INTRODUÇÃO
Sabe-se que o corpo humano possui 206 ossos, dos quais dois compõem o antebraço: ulna e rádio. São ossos paralelos, o rádio é lateral à ulna. Anatomicamente, quando a palma da mão está voltada para trás, o antebraço está em pronação e, quando está voltada para a frente, o antebraço está em supinação. Na posição de pronação, o rádio passa pela ulna e é lateral a ela no cotovelo, mas medial ao punho. A ulna é importante na articulação do cotovelo e o rádio é importante para a articulação do punho (MALO, 2023).
Uma fratura é considerada a descontinuidade dos ossos, resultante de golpes, forças ou tração com intensidades maiores que a elasticidade do osso. Essas lesões ocorrem com mais facilidade e cicatrizam mais lentamente, podendo impor um longo período de imobilidade ao membro da pessoa (ANCHUNDIA, 2021).
Existem dois tipos de fratura dependendo da violência da força que as gera. As fraturas de alta energia ocorrem porque o osso foi submetido a uma força intensa e momentânea, podem causar uma grande fragmentação do osso e geralmente são fraturas expostas. As fraturas de baixa energia ocorrem devido a quedas espontâneas, movimentos inadequados ou atos repetitivos, e são fraturas fechadas (ANCHUNDIA, 2021).
As fraturas do antebraço são uma das mais comuns, independentemente da idade do paciente. Ainda assim, a fratura mais comum no antebraço é a que ocorre em ambos os ossos, produzida por um mecanismo indireto (ANCHUNDIA, 2021).
Em adultos, a fratura da diáfise de ambos os ossos do antebraço é uma forma cirúrgica. Se a forma curva bilateral de ambos os ossos não for restaurada anatomicamente, a pronossupinação não pode ser resgatada. A osteossíntese de ambas as hastes é realizada colocando uma placa com parafusos em cada uma delas (VÁSQUEZ, 2018).
Portanto, o objetivo deste artigo é apresentar o caso de uma jovem paciente que sofreu um acidente doméstico com queda da própria altura quando estava a caminho de retirar o lixo de sua casa em uma manhã comum.
2. RELATO DO CASO
Paciente do sexo feminino, L. A. C. A., 31 anos, sofreu queda da própria altura, após desequilíbrio em um declive no piso de sua residência, sofrendo impacto direto em uma parede/muro antes de colidir com o solo, fato ocorrido no dia 10 de outubro de 2023 às 7 horas da manhã.
A paciente relatou não sentir muita dor no momento do impacto, mas ao se levantar percebeu seu membro superior esquerdo com deformidade em "S" e impotência funcional. Prontamente, ela procurou atendimento médico de emergência em um hospital de primeiro nível de atenção, onde foi temporariamente imobilizada, além de receber analgesia intravenosa.
A avaliação diagnóstica foi realizada por meio de estudo radiológico com projeções anteroposterior e perfil, que confirmou o diagnóstico de fraturas diafisárias dos ossos rádio e ulna esquerdos (Figura 1).
Figura 1. Radiografias pré-operatórias do antebraço esquerdo.
Posteriormente, a paciente foi encaminhada ao serviço de pronto atendimento em ortopedia e traumatologia. Em consulta com o médico ortopedista/traumatologista Dr. Sosa, professor do curso de Medicina das Universidades UNITEPC e UAP, após exame físico e a visualização dos exames, fechado o diagnóstico, o procedimento cirúrgico foi programado. A cirurgia, bem-sucedida, ocorreu em 04 de outubro de 2023 no Hospital Caja de Caminos.
A paciente foi internada no hospital às 9 horas para realizar todos os procedimentos pré-operatórios. Ela foi levada para a sala de cirurgia às 15 horas, com o procedimento cirúrgico durando 2 horas, sem intercorrências. Durante a cirurgia a paciente foi submetida à osteossíntese com placa de compressão dinâmica no local da fratura da ulna e do rádio, com a evolução transcorrendo sem irregularidades.
No pós-operatório, foi recomendada à paciente a imobilização do membro operado por 2 meses. A paciente recebeu alta hospitalar no dia 05 de outubro de 2023, em estabilidade do quadro.
Após 44 dias da cirurgia, a paciente realizou nova radiografia para acompanhamento da evolução, que confirmou o sucesso do procedimento (Figura 2).
Figura 2. Radiografias pós-operatórias aos 44 dias.
Atualmente, decorrido pouco mais de um ano do acidente, a paciente encontra-se com boa saúde e plena recuperação, sem qualquer comprometimento funcional, o que comprova a eficiência do tratamento a ela prestado.
3. DISCUSSÃO
As fraturas envolvendo os ossos do antebraço, rádio e ulna, podem afetar somente a um deles ou a ambos. Em ambos os casos, a lesão geralmente é causada por um golpe direto no antebraço ou uma queda com o braço estendido (VÁSQUEZ, 2018).
Acredita-se que, na maioria das vezes, as fraturas nos membros superiores ocorram devidas a traumas de alta energia, entretanto essas fraturas comumente podem ser causadas por uma queda casual da própria altura do paciente (LÓPEZ, GARCÍA-GERMÁN, & EGEA, 2014).
Uma pesquisa realizada no serviço de traumatologia do Hospital Julius Doepfner na cidade de Zamora, com 73 pacientes com fraturas de rádio e ulna entre os anos de 2016 e 2017, determinou uma baixa frequência de fraturas de rádio e ulna com prevalência em 2016 por 100 pessoas de 0,13% e em 2017 de 0,10%. Tais fraturas foram mais frequentes na faixa etária de 20 a 29 anos e no sexo masculino. Elas também são os mais frequentes em agricultores, seguidos por estudantes e donas de casa. O mecanismo que mais as causou foi a queda da própria altura, seguida de golpes diretos e, finalmente, acidentes de trânsito (VÁSQUEZ, 2018).
Em um estudo realizado com 67 pacientes, com idade igual ou superior a 18 anos, internados com fratura do antebraço, ulna e rádio, no hospital III Goyeneche durante o período da COVID 19 entre os anos de 2020 e 2021, observou-se que a média de idade foi de 44,66 anos e a maioria dos pacientes era constituída por trabalhadores do sexo masculino em áreas rurais, seguidos por profissionais com trabalho de escritório, donas de casa e em menor percentual pedreiros. Na população estudada, 44,07% apresentavam sobrepeso, 22,03% sofriam de obesidade e suas comorbidades mais frequentes eram hipertensão, diabetes e osteoporose. De acordo com o mecanismo causal, a maioria foi decorrente de quedas de altura, seguidas em menor número por pequenas quedas e acidentes de trânsito. Pode-se observar que 98,31% dos pacientes relataram dor como sintoma, seguida de impotência funcional, deformidade óssea e edema local (COANQUI, 2022).
Realizou-se um estudo com 28 pacientes diagnosticados com fratura diafisária da ulna e rádio, submetidos à cirurgia, que compareceram ao Serviço de Cirurgia do Membro Superior do Hospital Ortopédico Universitário "Fructuoso Rodríguez" no período de 2016 a 2020. A faixa etária predominante foi entre 31 e 40 anos, com média de idade de 38 anos. Foi estabelecida uma proporção de homens para mulheres de 2,1:1. Quanto ao membro acometido, o esquerdo, com 17 casos, predominou sobre o direito. Do total, 21 pacientes obtiveram excelentes resultados com a cirurgia; para 06 casos, o resultado foi bom e aceitável para 01 (BRAVO, PRIETO, SOTO, REYES, & FERNÁNDEZ, 2023).
Em um estudo retrospectivo que avaliou 275 pacientes do serviço de ortopedia do Centro Nacional de Referência da Costa Rica entre 2008 e 2016, destes, 36 pacientes apresentaram nova fratura no mesmo local. Entre os que não refraturaram, houve predomínio do sexo masculino sobre o feminino, na proporção de 4:1. O mecanismo de trauma mais comum foi a queda simples, acometendo principalmente o lado esquerdo (MESÉN, 2017).
Em um hospital de urgência e emergência da cidade de Porto Velho, foram avaliados 65 pacientes, com predominância da maioria do sexo masculino em relação ao feminino, com a faixa etária variando de 31 a 40 anos. Quanto ao mecanismo do trauma, observou-se que a maioria das lesões foi decorrente de acidente de trânsito ou queda de altura. Do total de fraturas do antebraço, o lado mais acometido da extremidade superior foi o esquerdo. Dentre as principais medidas adotadas, predominou o tratamento cirúrgico (GUTZEIT, et al., 2021).
Em um estudo, foram realizadas 1.068 consultas e 140 cirurgias no Hospital e Pronto Socorro Platão Araújo. Entre os primeiros, a maioria era do sexo feminino, com idade entre 15 e 94 anos e média de 36,7 anos. Em relação à lateralidade da fratura, observou-se que 53,5% acometeram o lado esquerdo do corpo. Para o segundo grupo, 86,4% eram homens e a idade variou de 18 a 78 anos, sendo a faixa etária mais frequente de 30 a 39 anos. A causa do trauma foi registrada em 50 casos, dos quais 25 foram por acidentes de motocicleta, 12 por ferimentos por arma de fogo, 7 por quedas da própria altura e 5 por acidentes automobilísticos (GUTIERREZ, et al., 2022).
As fraturas diafisárias dos dois ossos do antebraço não descrevem dificuldades diagnósticas. O tratamento cirúrgico, na maioria dos casos, é bem regulado e deve ser realizado de forma a evitar complicações. Após uma fratura dos ossos do antebraço, a taxa de cicatrização é próxima de 95%. A pronossupinação é eficaz na maioria dos casos. A depreciação da força é significativa, todavia com consequências funcionais irrisórias (WEPPE & GUIGNAND, 2015).
4. CONCLUSÕES
Destarte, em termos de idade no momento do acidente, uma vez que se trata de uma adulta jovem, bem como o mecanismo causador do trauma, uma queda da própria altura, e o lado afetado, o lado esquerdo, a paciente estudada se enquadra e corrobora os dados verificados nas diversas investigações referenciadas nesta pesquisa.
Desse modo, conclui-se que a condução adequada para a lesão e em menor tempo foram essenciais para o sucesso do quadro clínico, permitindo à paciente uma recuperação de sucesso, conforme esperado pela equipe médica responsável e por ela própria.
Por fim, recomendamos que haja maior educação aos pacientes sobre os cuidados necessários para o cuidado destas fraturas, para que busquem o atendimento médico oportunamente.
5. REFERÊNCIAS
ANCHUNDIA, J. D. (2021). Projeto e simulação de protótipo de tala para tratamento de fraturas de baixa energia nos ossos do antebraço através de impressão 3D. Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Mecânica. Los Ríos, Equador: Universidad Técnica Estatal de Quevedo.
BRAVO, R. P., PRIETO, G. B., SOTO, J. B., REYES, L. A., & FERNÁNDEZ, N. M. (2023). Tratamento das fraturas de antebraço con placas de compresãon dinâmica. Revista Cubana de Ortopedia y Traumatología, 37, p. 388.
COANQUI, Y. O. (2022). Epidemiologia e características clínicas de pacientes adultos hospitalizados com fraturas de ulna e rádio no Hospital III Goyeneche durante o período COVID-19, 2020–2021. Trabalho de Conclusão de Curso em Medicina . Arequipa, Peru: Universidade Nacional de San Augustín de Arequipa.
GUTIERREZ, E. A., PULNER, J. G., WESTPHAL, F. L., ROSA, R. D., LEÃO, M. G., & OLIVEIRA, M. C. (Janeiro de 2022). Caracterização dos atendimentos de um serviço de ortopedia y traumatologia em urgência y emergência da cidade de Manaus - Amazonas. Brazilian Journal of Health Review, 5(2595-6825), pp. 702-714.
GUTZEIT, E. M., CAMPOS, S. C., BARRETO, B. O., WEHBE, C., LOPES, I. V., SILVA, J. N., . . . MUNIZ, I. M. (2021). Estudo epidemiológico das fraturas de antebraço em um serviço de urgência e emergência de Rondônia. Research, Society and Development, 10(2525-3409), pp. 1-10.
LÓPEZ, D., GARCÍA-GERMÁN, D., & EGEA, R. (Jan-Fev de 2014). Fratura múltipla em membro superior. Caso clínico. Acta Ortopédica Mexicana, 28, pp. 54-56.
MALO, T. I. (2023). Relato de caso de reabilitação de fratura de rádio ulnar distal com neuropraxia ulnar esquerda. Especialização em Terapia da mão baseada em evidências e raciocínio clínico. Sevilha, Espanha : Universidad Internacional de Andalucía.
MESÉN, L. S. (2017). Analisis de los factores de riesgo para re frectura en el antebrazo durante la edad pediatrica. Revisión de los casos atendidos en el servicio de ortopedia del Hospital Nacional de Niños, período 2008-2016. Especialização em Traumatologia e Ortopedia Infantil. San José , Costa Rica: Universidade de Costa Rica.
VÁSQUEZ, J. O. (2018). Prevalência de fraturas de rádio e ulna no Hospital Julius Doepfner da cidade de Zamora. Trabalho de Conclusão de Curso em Medicina. Loja, Equador : Universidad Nacional de Loja.
WEPPE, F., & GUIGNAND, D. (Junho de 2015). Fraturas diafisárias dos dois ossos do antebraço do adulto. EMC - Aparato locomotor, 48, pp. 14-28.
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Como citar esse artigo:
LIMA, Alcilene Fiesca de; AD-VÍNCULA, Luana Alves Costa. Fratura de ambos os ossos do antebraço esquerdo após acidente doméstico - Relato de caso. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v.2, n.6, 2024; p. 232-239. ISSN 2965976-0 | D.O.I.:
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