FAMILY AND SOCIAL CHANGE
Como citar esse artigo:
SILVA, Edileuza Castro da; SANTANA, Deuzirene Castro; LIMA, Maria Helena da Silva. Família e mudança social. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v. 2, n. 2, 2024; p. 371-382. ISSN: 2965-9760 | DOI: doi.org/10.59283/unisv.v2n2.020
Autoras:
Edileuza Castro da Silva
Graduação de Licenciatura em Pedagogia _Centro Universitário Claretiano . Pós-graduação: "Latus Sensu" em Psicopedagogia Educacional, Alfabetização e Letramento pela Faveni - Faculdade venda nova do imigrante. – Contato: edileuzacastro1234@gmail.com
Deuzirene Castro Santana
Graduação em Pedagogia -UEPA -Universidade do Estado do Pará; Pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional - Universidade Cândido Mendes. - Contato: deuzirenecastro67@gmail.com
Maria Helena da Silva Lima
Graduação em Pedagogia - Faculdade de Educação Regional Serrana, Funpac. - Contato: mariahelenadasilvalima7@gmail.com
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RESUMO
Este estudo analisou os novos arranjos familiares e o papel das políticas públicas na promoção da igualdade de gênero e na garantia dos direitos das crianças. Os novos arranjos familiares, como famílias monoparentais, recompostas e homoafetivas, desafiam os modelos tradicionais de família e demandam uma abordagem mais inclusiva e sensível à diversidade. Embora enfrentem desafios únicos, essas famílias demonstram resiliência e capacidade de proporcionar ambientes afetivos e estáveis para seus membros. No entanto, as políticas públicas enfrentam obstáculos na implementação efetiva, como falta de recursos e resistência cultural, destacando a necessidade de uma abordagem mais abrangente e comprometida para promover a equidade e o bem-estar de todas as famílias. Como áreas de pesquisa futura, sugere-se uma investigação mais aprofundada dos efeitos específicos dos novos arranjos familiares na saúde e no desenvolvimento das crianças, bem como o desenvolvimento de políticas públicas mais inclusivas e sensíveis à diversidade. Em suma, este estudo destaca a importância de reconhecer e valorizar a diversidade familiar, bem como a necessidade de políticas públicas que promovam a equidade e protejam os direitos de todas as famílias e seus membros. Através de uma abordagem colaborativa e comprometida, podemos trabalhar para construir sociedades mais justas, inclusivas e acolhedoras para todos.
PALAVRAS-CHAVE: Diversidade familiar; Igualdade de gênero; Políticas públicas; Direitos das crianças; Novos arranjos familiares.
ABSTRACT
This study examined new family arrangements and the role of public policies in promoting gender equality and ensuring children's rights. New family arrangements, such as single-parent, blended, and same-sex families, challenge traditional family models and require a more inclusive and diversity-sensitive approach. While facing unique challenges, these families demonstrate resilience and the ability to provide affectionate and stable environments for their members. However, public policies encounter obstacles in effective implementation, such as lack of resources and cultural resistance, highlighting the need for a more comprehensive and committed approach to promote equity and well-being for all families. As areas for future research, a deeper investigation into the specific effects of new family arrangements on children's health and development, as well as the development of more inclusive and diversity-sensitive public policies, is suggested. In summary, this study emphasizes the importance of recognizing and valuing family diversity, as well as the need for public policies that promote equity and protect the rights of all families and their members. Through a collaborative and committed approach, we can work to build societies that are fairer, more inclusive, and welcoming for everyone.
KEYWORDS: Family diversity; Gender equality; Public policies; Children's rights; New family arrangements.
1. INTRODUÇÃO
A instituição da família tem sido objeto de constante transformação ao longo da história, refletindo as mudanças sociais, econômicas, culturais e políticas que ocorrem nas sociedades.
Essas transformações têm impactos profundos não apenas nas dinâmicas familiares, mas também na estrutura social como um todo. A importância de investigar as mudanças na estrutura familiar e seu impacto na sociedade contemporânea reside na necessidade de compreendermos as dinâmicas sociais em constante evolução.
A família é uma instituição central para a organização social e para o desenvolvimento individual e coletivo, e entender suas transformações é essencial para a formulação de políticas públicas adequadas e para a promoção do bem-estar social.
O objetivo geral deste trabalho é analisar as transformações na estrutura familiar ao longo do tempo e seu impacto na sociedade contemporânea, com ênfase em questões como casamento, divórcio e parentalidade. Para alcançar esse objetivo, propomos:
Investigar as principais mudanças na estrutura familiar ao longo da história, desde modelos tradicionais até formas mais contemporâneas;
Compreender os fatores que contribuem para o aumento das taxas de divórcio e suas consequências para os indivíduos e para a sociedade;
Analisar os novos arranjos familiares surgidos da diversificação dos modelos de parentalidade, como famílias monoparentais, recompostas e homoafetivas;
Avaliar o papel das políticas públicas na promoção da igualdade de gênero e na garantia dos direitos das crianças em contextos familiares diversos.
Como as transformações na estrutura familiar, incluindo mudanças nos padrões de casamento, aumento das taxas de divórcio e diversificação dos modelos de parentalidade, impactam as relações sociais e a organização da sociedade contemporânea, e quais são os principais desafios e oportunidades associados a essas mudanças?
Essas questões fundamentais servem de base para uma análise aprofundada das dinâmicas familiares e de seu papel na sociedade atual. Entender como as mudanças na estrutura familiar impactam as relações sociais e a organização social é crucial para desenvolver estratégias eficazes de adaptação e intervenção. Além disso, examinar os desafios e oportunidades associados a essas mudanças nos permite identificar áreas onde políticas públicas e programas sociais podem ser implementados para promover a equidade, a justiça social e o bem-estar das famílias e dos indivíduos.
Ao longo deste trabalho, buscaremos abordar essas questões de forma abrangente e crítica, utilizando uma variedade de abordagens teóricas e metodológicas para oferecer uma visão multifacetada das transformações na estrutura familiar e de seu impacto na sociedade contemporânea.
2. Tendências contemporâneas na estrutura familiar: Impactos sociais e desafios para políticas públicas
No contexto atual, as dinâmicas familiares passam por profundas transformações, refletindo uma série de mudanças sociais, econômicas e culturais. Este artigo se propõe a analisar essas tendências contemporâneas na estrutura familiar e seus impactos sociais, bem como os desafios que apresentam para a formulação e implementação de políticas públicas.
No estudo da vida social, uma das preocupações de Durkheim era avaliar qual método permitiria fazê-lo de maneira científica, superando as deficiências do senso comum. Conclui que ele deveria assemelhar-se ao adotado pelas ciências naturais, mas nem por isso ser o seu decalque, porque os fatos que a Sociologia examina pertencem ao reino social e têm peculiaridades que os distinguem dos fenômenos da natureza. Tal método deveria ser estritamente sociológico. Com base nele, os cientistas sociais investigariam possíveis relações de causa e efeito e regularidades com vistas à descoberta de leis e mesmo de “regras de ação para o futuro”, observando fenômenos rigorosamente definidos (BARBOSA; OLIVEIRA; QUINTANEIRO, 2002, p. 65).
Ao longo do texto, serão examinadas questões como as transformações nos padrões de casamento, o aumento das taxas de divórcio e a diversificação dos modelos de parentalidade.
Também serão abordados temas relacionados à igualdade de gênero, aos direitos das crianças e ao papel das políticas sociais na promoção do bem-estar familiar. A análise dessas questões críticas visa oferecer insights relevantes para a compreensão das mudanças na estrutura familiar e para o desenvolvimento de abordagens mais eficazes na esfera das políticas públicas.
Explorar as tendências contemporâneas na estrutura familiar é essencial não apenas para entender as mudanças nas relações sociais e na organização da sociedade, mas também para identificar oportunidades de intervenção e melhoria nas políticas públicas.
Ao analisar os impactos sociais dessas transformações, este artigo busca contribuir para um debate informado e construtivo sobre o papel da família na sociedade contemporânea e sobre as medidas necessárias para promover a equidade, a justiça social e o bem-estar de todos os seus membros.
Ao longo do desenvolvimento, serão apresentadas evidências empíricas, teorias relevantes e análises críticas, a fim de oferecer uma visão abrangente e embasada das complexidades envolvidas nas dinâmicas familiares contemporâneas e nos desafios que elas representam para as políticas públicas.
Ao longo da história da humanidade, a estrutura familiar tem sido uma instituição fundamental que se adaptou e evoluiu em resposta às mudanças sociais, culturais, econômicas e políticas. Desde os modelos tradicionais até as formas mais contemporâneas, a família tem refletido e moldado as dinâmicas sociais de suas respectivas épocas.
No passado, os modelos familiares tendiam a seguir padrões mais rígidos e tradicionais, com a família nuclear - composta por pai, mãe e filhos - sendo amplamente considerada como a forma dominante de organização familiar. No entanto, ao longo do tempo, uma série de fatores, como industrialização, urbanização, migração, avanços tecnológicos e mudanças nas normas sociais, influenciaram significativamente a estrutura familiar.
Reconhecendo a superioridade da sociedade com relação ao indivíduo, e que as ciências sociais deveriam buscar desenvolver um método similar aos métodos das ciências da natureza, Durkheim se aproximou da biologia para pensar uma possibilidade de método para a Sociologia. Com isto ele se aproxima das ideias de Herbert Spencer, o qual afirmou que natureza e sociedade obedecem à mesma lei geral: a lei da evolução (SELL, 2002).
Um exemplo notável dessa mudança é a transição da família extensa para a família nuclear, que se tornou mais predominante em muitas sociedades ocidentais durante os séculos XIX e XX. Esse fenômeno foi impulsionado em parte pela urbanização e pela necessidade de mobilidade geográfica para oportunidades de trabalho, resultando em famílias menores e mais independentes.
Além disso, ao longo do século XX e início do século XXI, observamos um aumento na diversidade de arranjos familiares. Famílias monoparentais, famílias recompostas, famílias homoafetivas e outras formas não tradicionais de família se tornaram mais comuns e socialmente aceitas em muitas partes do mundo. Essa diversificação reflete mudanças nas atitudes sociais em relação ao casamento, à sexualidade, à parentalidade e ao papel de gênero.
Portanto, investigar as principais mudanças na estrutura familiar ao longo da história nos permite compreender não apenas como a família evoluiu, mas também as forças sociais, econômicas e culturais que impulsionaram essas mudanças.
Ao examinar os modelos familiares tradicionais e contemporâneos, podemos identificar padrões, tendências e desafios que ajudam a informar políticas e práticas destinadas a apoiar as famílias em todas as suas formas.
O aumento das taxas de divórcio ao longo das últimas décadas tem sido objeto de intensa análise e debate em diversas áreas do conhecimento, incluindo sociologia, psicologia e direito. Para compreender os fatores que contribuem para esse fenômeno e suas consequências para os indivíduos e para a sociedade, é necessário analisar uma série de aspectos inter-relacionados.
Em primeiro lugar, é importante considerar as mudanças nos valores culturais e nas normas sociais em relação ao casamento e ao divórcio. Nas sociedades contemporâneas, observa-se uma maior valorização da autonomia individual, da busca pela felicidade pessoal e da igualdade de gênero, o que pode levar a uma maior aceitação do divórcio como uma opção legítima para a resolução de conflitos conjugais e para a busca de novas oportunidades de realização pessoal.
Além disso, fatores econômicos desempenham um papel significativo no aumento das taxas de divórcio. A emancipação econômica das mulheres, por exemplo, tem possibilitado uma maior independência financeira e uma redução da dependência em relação aos parceiros, o que pode tornar o divórcio uma opção mais viável em casos de insatisfação conjugal ou de desigualdade de gênero.
Se, para Durkheim, a sociedade é superior ao indivíduo, poderíamos dizer que para Weber, o indivíduo é o fundamento da sociedade. Esta afirmação vai muito além do fato de que uma sociedade não existe sem indivíduos. A existência da sociedade somente se realiza pela ação e interação recíprocas entre as pessoas (SELL, 2002, p. 107).
Por outro lado, pressões econômicas, como o desemprego, a instabilidade financeira e o endividamento, podem aumentar o estresse nos relacionamentos e contribuir para o aumento das taxas de divórcio.
Além dos aspectos culturais e econômicos, fatores individuais, como a falta de habilidades de comunicação, a incompatibilidade de valores e expectativas, e a infidelidade, também podem desempenhar um papel importante no processo de divórcio. Conflitos não resolvidos, falta de comprometimento e mudanças na dinâmica familiar, como a chegada de filhos ou o envelhecimento dos cônjuges, também podem desencadear ou agravar a decisão de se divorciar.
As consequências do divórcio para os indivíduos e para a sociedade são diversas e multifacetadas. No nível individual, o divórcio pode ter impactos emocionais, psicológicos e financeiros significativos, incluindo estresse, depressão, ansiedade, perda de autoestima, dificuldades financeiras e instabilidade residencial.
Para as crianças, o divórcio dos pais pode representar um desafio emocional e psicológico, além de aumentar o risco de problemas comportamentais, baixo desempenho acadêmico e dificuldades de relacionamento.
No nível social, o aumento das taxas de divórcio pode influenciar a estrutura e a coesão familiar, bem como as redes de apoio social disponíveis para os indivíduos. Além disso, o divórcio pode ter implicações para a saúde pública, a economia e as políticas sociais, incluindo questões relacionadas à divisão de bens, pensões alimentícias, guarda dos filhos e prevenção do abandono social.
Em suma, compreender os fatores que contribuem para o aumento das taxas de divórcio e suas consequências para os indivíduos e para a sociedade é fundamental para desenvolver políticas e práticas que promovam relacionamentos saudáveis, apoio emocional e bem-estar familiar.
Embora o divórcio possa representar uma solução necessária em alguns casos, é importante reconhecer os desafios e as oportunidades associados a esse fenômeno e trabalhar para mitigar seus impactos negativos.
A diversificação dos modelos de parentalidade representa uma mudança significativa na estrutura familiar contemporânea, desafiando concepções tradicionais e estimulando debates sobre identidade, inclusão e igualdade. Ao analisar os novos arranjos familiares surgidos dessa diversificação, como famílias monoparentais, recompostas e homoafetivas, é possível compreender as dinâmicas sociais, os desafios e as oportunidades que essas famílias enfrentam.
Toda esta dinâmica de análise foi sintetizada por Tura (2006), na visão durkheimiana só se poderia pensar no estudo dos fenômenos sociais no campo da ciência se fosse possível concebê-los como algo de real e existente fora das consciências particulares, ou seja, como realidade coletiva, externa ao indivíduo, que o ultrapassa e se impõe sobre ele.
As famílias monoparentais, por exemplo, são formadas por um único pai ou mãe que assume a responsabilidade exclusiva pela criação dos filhos. Esses arranjos familiares podem surgir devido a divórcio, separação, viuvez ou escolha pessoal.
Embora as famílias monoparentais possam enfrentar desafios específicos, como sobrecarga emocional e financeira, muitas delas desenvolvem laços familiares fortes e resilientes, demonstrando a capacidade de adaptação e superação diante de adversidades.
As famílias recompostas, por sua vez, surgem quando pais ou mães solteiros se unem em novos relacionamentos, formando famílias estendidas com filhos de casamentos anteriores.
arranjos familiares podem trazer complexidades adicionais, como lidar com questões de lealdade, ciúmes e adaptação a diferentes dinâmicas familiares. No entanto, muitas famílias recompostas conseguem construir relações afetivas positivas e estabelecer um ambiente familiar saudável e acolhedor para todos os membros.
As famílias homoafetivas, por sua vez, desafiam as normas heteronormativas ao serem formadas por casais do mesmo sexo que assumem papéis parentais. Embora enfrentem discriminação e preconceito em muitas sociedades, as famílias homoafetivas demonstram a capacidade de oferecer cuidado, afeto e suporte emocional aos filhos, desmistificando estereótipos sobre parentalidade e gênero.
Estudos têm mostrado que o bem-estar das crianças em famílias homoafetivas não difere significativamente daquele observado em famílias heterossexuais, destacando a importância de reconhecer e valorizar a diversidade familiar.
Ao analisar esses novos arranjos familiares, é fundamental reconhecer e respeitar a diversidade de experiências e realidades familiares, bem como promover políticas e práticas inclusivas que atendam às necessidades de todas as famílias.
Garantir direitos legais e sociais igualitários, oferecer apoio psicossocial e combater a discriminação são passos essenciais para promover o bem-estar e a igualdade de oportunidades para todas as famílias, independentemente de sua composição ou orientação sexual. Em última análise, ao reconhecer e celebrar a diversidade familiar, podemos construir sociedades mais justas, inclusivas e resilientes para todos os seus membros.
A avaliação do papel das políticas públicas na promoção da igualdade de gênero e na garantia dos direitos das crianças em contextos familiares diversos é de extrema importância para o desenvolvimento de sociedades mais justas e igualitárias.
As políticas públicas desempenham um papel fundamental na definição de diretrizes e na implementação de medidas que visam combater a discriminação de gênero e garantir o bem-estar das crianças em todos os tipos de famílias.
Primeiramente, as políticas públicas podem desempenhar um papel crucial na promoção da igualdade de gênero ao abordar questões como a equidade salarial, o acesso à educação e oportunidades de emprego para mulheres.
Ao criar leis e programas que promovem a igualdade de oportunidades e combatem a discriminação de gênero no mercado de trabalho, as políticas públicas podem ajudar a reduzir disparidades econômicas entre homens e mulheres e a promover uma distribuição mais justa de recursos familiares.
Além disso, as políticas públicas podem desempenhar um papel importante na garantia dos direitos das crianças em contextos familiares diversos. Isso inclui a implementação de leis e programas que protegem as crianças contra abusos, negligência e violência doméstica, bem como garantem seu acesso a cuidados de saúde, educação e assistência social de qualidade.
As políticas públicas também podem promover a participação das crianças em processos decisórios que afetam suas vidas, garantindo seu direito à voz e à participação ativa na sociedade.
No entanto, é importante reconhecer que as políticas públicas nem sempre são eficazes na promoção da igualdade de gênero e na garantia dos direitos das crianças.
Os obstáculos como a falta de recursos, a resistência cultural e institucional, e a falta de vontade política podem dificultar a implementação e o impacto dessas políticas. Além disso, políticas que não levam em consideração as necessidades específicas de famílias diversas correm o risco de perpetuar desigualdades e marginalizar grupos vulneráveis.
Portanto, é essencial que as políticas públicas sejam desenvolvidas e implementadas de forma inclusiva, sensível ao gênero e às necessidades das crianças em todos os contextos familiares. Isso requer uma abordagem integrada que leve em consideração as múltiplas dimensões da desigualdade de gênero e da proteção infantil, bem como a colaboração entre diferentes setores da sociedade, incluindo governo, sociedade civil e setor privado.
Em suma, ao avaliar o papel das políticas públicas na promoção da igualdade de gênero e na garantia dos direitos das crianças em contextos familiares diversos, é fundamental reconhecer tanto os progressos alcançados quanto os desafios remanescentes.
Somente através de uma abordagem abrangente e colaborativa podemos garantir que todas as famílias e seus membros desfrutem de igualdade de oportunidades, justiça e bem-estar.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É possível destacar a complexidade e a importância dos novos arranjos familiares na sociedade contemporânea, bem como o papel fundamental das políticas públicas na promoção da igualdade de gênero e na proteção dos direitos das crianças.
Ao longo da análise dos diferentes tipos de arranjos familiares, como famílias monoparentais, recompostas e homoafetivas, ficou evidente que essas estruturas desafiam os modelos tradicionais de família e demandam uma compreensão mais ampla e inclusiva da diversidade familiar. Embora enfrentem desafios únicos, como lidar com questões legais, sociais e emocionais, essas famílias demonstram resiliência e capacidade de proporcionar ambientes afetivos e estáveis para seus membros.
No que diz respeito ao papel das políticas públicas, fica claro que estas desempenham um papel crucial na promoção da igualdade de gênero e na garantia dos direitos das crianças.
No entanto, é necessário reconhecer que existem lacunas e desafios na implementação efetiva dessas políticas, incluindo a falta de recursos, resistência cultural e institucional, e a falta de vontade política.
Portanto, é fundamental que as políticas públicas sejam desenvolvidas e implementadas de forma inclusiva e sensível às necessidades das famílias diversas, com o objetivo de promover a equidade e o bem-estar de todos os seus membros.
Como possíveis áreas de pesquisa futura, sugere-se uma investigação mais aprofundada dos efeitos específicos dos novos arranjos familiares na saúde e no desenvolvimento das crianças, bem como o desenvolvimento de políticas públicas mais abrangentes e eficazes que atendam às necessidades das famílias em contextos diversos.
Além disso, é importante explorar as experiências de famílias em diferentes contextos culturais e sociais, a fim de compreender melhor as dinâmicas familiares e promover uma abordagem mais inclusiva e sensível à diversidade.
Em suma, este estudo ressalta a importância de reconhecer e valorizar a diversidade familiar, bem como a necessidade de políticas públicas que promovam a equidade e protejam os direitos de todas as famílias e seus membros. Através de uma abordagem colaborativa e comprometida, podemos trabalhar para construir sociedades mais justas, inclusivas e acolhedoras para todos.
As conclusões deste estudo destacam a necessidade premente de políticas públicas que abordem de maneira eficaz as realidades das famílias contemporâneas. Reconhecendo a diversidade e a complexidade dos arranjos familiares, tais políticas devem ser sensíveis ao gênero, à orientação sexual, à etnia e à classe social, garantindo que todas as famílias tenham acesso igualitário a recursos e apoio.
Além disso, é fundamental promover uma cultura de respeito e inclusão, que reconheça e valorize a contribuição de todos os tipos de famílias para o tecido social. Isso requer a implementação de programas de conscientização e educação que combatam o estigma e a discriminação baseados na estrutura familiar.
No âmbito da pesquisa futura, é crucial aprofundar o entendimento sobre as experiências e necessidades específicas de diferentes tipos de famílias, especialmente em contextos culturais diversos.
Isso pode envolver estudos longitudinais que examinem os efeitos a longo prazo dos novos arranjos familiares na saúde, no desenvolvimento e no bem-estar das crianças, bem como pesquisas comparativas que investiguem as políticas e práticas mais eficazes em diferentes contextos nacionais e culturais.
Em última análise, o objetivo é construir sociedades mais justas e inclusivas, onde todas as famílias e seus membros sejam reconhecidos, respeitados e apoiados em sua jornada de crescimento e desenvolvimento. Isso requer um compromisso contínuo com a igualdade de gênero, os direitos das crianças e a valorização da diversidade familiar em todas as esferas da vida pública e privada.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, M. L.; OLIVEIRA, M. G.; QUINTANEIRO, T. Um toque de clássicos: Durkheim, Marx e Weber. 2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2003.
Freire, P. Educação como Prática da Liberdade. 1968.
SELL, C. E. Sociologia Clássica: Durkheim, Weber e Marx. 3. ed. Itajaí: UNIVALI, 2002.
TURA, M. L. (Org.). Durkheim e a Educação. In: TURA, M. L. et al. Sociologia para educadores. 4. ed. Rio de Janeiro: Quartet, 2006. p. 25-62.5-62.
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Como citar esse artigo:
SILVA, Edileuza Castro da; SANTANA, Deuzirene Castro; LIMA, Maria Helena da Silva. Família e mudança social. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v. 2, n. 2, 2024; p. 371-382. ISSN: 2965-9760 | DOI: doi.org/10.59283/unisv.v2n2.020
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