ETHICAL CHALLENGES IN CARING FOR PATIENTS WITH DISABILITIES
Informações Básicas
Revista Qualyacademics v.2, n.6
ISSN: 2965976-0
Tipo de Licença: Creative Commons, com atribuição e direitos não comerciais (BY, NC).
Recebido em: 29/11/2024
Aceito em: 29/11/2024
Revisado em: 30/11/2024
Processado em: 01/12/2024
Publicado em: 01/12/2024
Categoria: Estudo de Revisão
Como citar esse material:
VIDAL, Alice Lima; FARIAS Andreza Monique Queiroz; COSTA, Bianca Alves Lobão; et al. Desafios éticos no atendimento a pacientes com deficiência. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v.2, n.6, 2024; p. 174-180. ISSN 2965976-0 | D.O.I.: doi.org/10.59283/unisv.v2n6.013
Autores:
Alice Lima Vidal
Acadêmica em enfermagem pela Edufor. - Contato: alicelima229@gmail.com
Andreza Monique Queiroz Farias
Acadêmica em enfermagem pela Edufor. - Contato: otoniandreza51@gmail.com
Bianca Alves Lobão Costa
Acadêmica em enfermagem pela Edufor. - Contato: bianca.lobao.06@gmail.com
Brunna Carolina Guedelha Pinto
Acadêmica em enfermagem pela Edufor. - Contato: guedelhabrunnaguedeha@gmail.com
Emilly Ramos de Oliveira
Acadêmica em enfermagem pela Edufor. - Contato: oliveiraemilly686@gmail.com
Hynaira Bandeira Valério
Acadêmica em enfermagem pela Edufor. - Contato: hynairab@gmail.com
Isnara Éveny Primo da Silva
Acadêmica em enfermagem pela Edufor. - Contato: Isnaraprimo@gmail.com
Jean Marcos da Luz Lopes
Acadêmico em enfermagem pela Edufor. - Contato: raylsonreis2015@gmail.com
Laura Victoria Marinho Mesquita
Acadêmica em enfermagem pela Edufor. - Contato: lauravictoriamarinhomesquita@gmail.com
Lorena Rebeka Silva de Sousa
Acadêmica em enfermagem pela Edufor. - Contato: rebekasousa0207@gmail.com
Michelle Mikaela Ferreira Ramos
Acadêmica em enfermagem pela Edufor. - Contato: michellemikaela86@gmail.com
Daniel Ruan Alves Reis
Bacharel e Licenciado em Enfermagem – UFPA. Mestre em Saúde do Adulto – UFMA. Especialista em UTI e Centro Cirúrgico. Pós-Graduando em Saúde Pública – USP e Docente na Faculdade EDUFOR. - Contato: daniel.reis@edufor.edu.br
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RESUMO
O artigo aborda a importância de capacitar profissionais de saúde para enfrentar os desafios éticos, técnicos e humanísticos ao atender pessoas com deficiência. O objetivo é identificar e discutir os principais desafios enfrentados nesse contexto e propor soluções para um atendimento inclusivo e humanizado. A pesquisa utilizou a metodologia de revisão narrativa da literatura, analisando artigos científicos publicados entre 2017 e 2023 nas bases SciELO, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e LILACS. Foram incluídos estudos realizados no Brasil, com foco em desafios éticos no atendimento à saúde de pessoas com deficiência. Palavras-chave como "Ética", "Pessoas com Deficiência" e "Assistência Integral em Saúde" orientaram a busca. A justificativa para o estudo está na constatação de que muitos profissionais de saúde carecem de preparo adequado, enfrentando barreiras de comunicação, preconceitos e limitações estruturais, o que compromete a qualidade do atendimento e os princípios de integralidade e humanização. Os principais resultados apontam que a formação acadêmica atual apresenta lacunas significativas na preparação para o atendimento a pessoas com deficiência. Barreiras como falta de empatia, comunicação inadequada e insegurança técnica foram evidenciadas. Sugere-se a inclusão de disciplinas específicas e treinamentos práticos nos currículos dos cursos de saúde, visando desenvolver habilidades éticas e técnicas. Além disso, destaca-se a necessidade de educação continuada para reduzir preconceitos e promover inclusão. Conclui-se que a superação dos desafios éticos depende de mudanças nas diretrizes educacionais e do fortalecimento de uma abordagem humanística, garantindo um cuidado de qualidade e respeito aos direitos das pessoas com deficiência.
Palavras-chave: Ética; Pessoas com Deficiência; Atendimento Humanizado; Barreiras de Comunicação; Formação Profissional; Inclusão.
ABSTRACT
The article addresses the importance of training healthcare professionals to tackle the ethical, technical, and humanistic challenges in caring for people with disabilities. The objective is to identify and discuss the main challenges faced in this context and propose solutions for inclusive and humanized care. The research employed a narrative literature review methodology, analyzing scientific articles published between 2017 and 2023 in the SciELO, Virtual Health Library (BVS), and LILACS databases. Studies conducted in Brazil, focusing on ethical challenges in healthcare for people with disabilities, were included. Keywords such as "Ethics," "People with Disabilities," and "Comprehensive Healthcare" guided the search. The justification for the study lies in the observation that many healthcare professionals lack adequate preparation, encountering communication barriers, prejudices, and structural limitations that compromise the quality of care and the principles of comprehensiveness and humanization. The main findings indicate significant gaps in academic training regarding care for people with disabilities. Barriers such as lack of empathy, inadequate communication, and technical insecurity were identified. The inclusion of specific disciplines and practical training in health courses is suggested to develop ethical and technical skills. Additionally, the need for continuing education is highlighted to reduce biases and promote inclusion. The conclusion emphasizes that overcoming ethical challenges depends on changes in educational guidelines and the strengthening of a humanistic approach, ensuring quality care and respect for the rights of people with disabilities.
Keywords: Ethics; People with Disabilities; Humanized Care; Communication Barriers; Professional Training; Inclusion.
1. INTRODUÇÃO
A questão dos desafios éticos no atendimento a pacientes com deficiência é um tema relevante e de grande importância na área da saúde. Os profissionais que atuam diretamente no atendimento a esses pacientes enfrentam uma série de questões que vão além do aspecto técnico, envolvendo também aspectos éticos e humanísticos. O cuidado adequado e respeitoso com a pessoa com deficiência exige um conjunto de competências específicas, como empatia, compreensão das necessidades individuais, e uma formação sólida que inclua esses temas no currículo dos cursos de saúde (Assunção et al., 2020).
O atendimento a pacientes com deficiência ainda é permeado por desafios, como barreiras de comunicação, preconceito e falta de acessibilidade. Essas dificuldades são amplamente reconhecidas, e estudos apontam que muitos profissionais não estão adequadamente preparados para lidar com as demandas desses pacientes. O processo de formação desses profissionais muitas vezes deixa lacunas no que tange à capacitação para o atendimento de pessoas com necessidades especiais, o que pode gerar insegurança e medo durante o atendimento (Barros; Cunha, 2018).
Além disso, o atendimento humanizado é fundamental para promover a inclusão e o respeito aos direitos dessas pessoas. O Sistema Único de Saúde (SUS) tem como princípio a integralidade do cuidado, mas para que isso seja efetivo, é necessário que os profissionais sejam preparados não apenas tecnicamente, mas também eticamente, para garantir que todos os indivíduos, incluindo aqueles com deficiência, recebam um atendimento de qualidade (Assunção et al., 2020).
Portanto, os desafios éticos no atendimento a pacientes com deficiência envolvem não apenas as barreiras estruturais e tecnológicas, mas também a formação e a sensibilidade dos profissionais de saúde. Esses desafios exigem uma formação mais ampla, que considere as demandas específicas desses pacientes e promova uma atuação mais inclusiva e humana (Barros; Cunha, 2018).
A inclusão de disciplinas e treinamentos que abordem o cuidado com pacientes com deficiência é imprescindível para que os futuros profissionais possam atuar de forma competente e sensível. Isso reforça a importância de uma abordagem educativa que prepare os alunos para enfrentar as dificuldades que surgem durante o atendimento de pessoas com deficiência (Assunção et al., 2020).
Este estudo tem como objetivo realizar uma revisão de literatura sobre os desafios éticos enfrentados pelos profissionais de saúde no atendimento a pacientes com deficiência, considerando os aspectos técnicos e humanísticos envolvidos. A questão orientadora que norteia este trabalho é: Quais são os principais desafios éticos enfrentados pelos profissionais de saúde no atendimento a pacientes com deficiência e como eles podem ser superados para garantir um cuidado de qualidade, inclusivo e respeitoso?
2. MATERIAL E MÉTODOS
Este trabalho constitui uma revisão narrativa da literatura. Para a seleção dos estudos, foram consultadas as bases de dados SciELO, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e LILACS, focando em publicações que abordam os desafios éticos no atendimento a pacientes com deficiência. A questão orientadora do estudo foi definida como: Quais são os principais desafios éticos enfrentados pelos profissionais de saúde no atendimento a pacientes com deficiência e como esses desafios podem ser superados?
Foram incluídos artigos científicos publicados em português, disponíveis na íntegra e de forma gratuita, com publicação entre os anos de 2017 e 2023, e que tenham sido realizados no território brasileiro. Artigos de congressos, cartas ou notas do editor, artigos de opinião, dissertações de mestrado e teses de doutorado foram excluídos da análise.
As palavras chaves utilizadas na pesquisa foram: Ética, Pessoas com Deficiência, e Assistência Integral em Saúde.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A análise dos desafios éticos no atendimento a pacientes com deficiência evidencia a necessidade de uma formação mais adequada para os profissionais de saúde. Segundo Assunção et al. (2020), as barreiras enfrentadas por esses pacientes nos serviços de saúde incluem a falta de empatia e de comunicação eficaz, bem como obstáculos estruturais nos locais de atendimento. Essa lacuna na formação inicial compromete a capacidade dos profissionais de atender de maneira integral e humanizada, impactando a qualidade do atendimento e a percepção de cuidado desses pacientes.
Barros e Cunha (2018) identificaram que, no contexto da odontologia, os profissionais enfrentam dificuldades específicas ao atender pacientes com deficiência, tais como o medo de machucar o paciente e a insegurança no manejo de pacientes com necessidades especiais. Essas dificuldades revelam que, apesar de a odontologia para pacientes com necessidades especiais ter sido reconhecida como uma especialidade desde 2001, ainda há um grande número de profissionais e estudantes despreparados para lidar com as complexidades envolvidas no atendimento humanizado a esses indivíduos.
Por sua vez, Assunção et al. (2020) destacam que os projetos pedagógicos dos cursos de saúde não garantem uma formação que contemple adequadamente as necessidades de pacientes com deficiência. Essa falta de conteúdo específico nos currículos resulta em profissionais que desconhecem tanto os aspectos técnicos quanto os aspectos éticos envolvidos no atendimento a essa população. A formação, portanto, precisa ser revisada para incluir habilidades que permitam uma atuação empática e comunicativa, essenciais para a humanização do cuidado.
Os desafios relatados por Barros e Cunha (2018) apontam ainda que a insegurança e a falta de prática no atendimento a pacientes com deficiência podem gerar receios nos profissionais, como o medo de mordedura e a dificuldade em realizar contenções físicas quando necessário. Esses fatores dificultam a execução de um atendimento adequado e ressaltam a necessidade de experiências práticas durante a formação, que preparem os profissionais para lidar com situações complexas e promovam o desenvolvimento de uma abordagem mais ética e segura.
A inclusão de disciplinas específicas, como sugerido por Assunção et al. (2020), poderia mitigar essas dificuldades. Disciplinas que discutam diretamente a atenção à saúde de pessoas com deficiência e que ofereçam treinamento em habilidades comunicativas e técnicas apropriadas contribuiriam para uma formação mais completa. Esse tipo de abordagem pedagógica pode reduzir preconceitos e estigmas, melhorando a qualidade do atendimento e o relacionamento entre profissional e paciente.
Além disso, Barros e Cunha (2018) concluem que, para superar os desafios éticos no atendimento a pacientes com deficiência, é necessário um compromisso com a educação continuada e a especialização. Os profissionais que têm interesse em se aprofundar na área apresentam maior preparo e sensibilidade para atender pacientes com necessidades especiais. A formação de profissionais capacitados e éticos é fundamental para garantir que os pacientes com deficiência recebam o atendimento integral e humanizado que merecem, promovendo a inclusão e o respeito a esses indivíduos na sociedade.
4. CONCLUSÃO
O estudo sobre os desafios éticos no atendimento a pacientes com deficiência revelou a importância de uma formação sólida e humanizada para os profissionais de saúde. A análise evidenciou que a falta de preparo e de conteúdo específico nos currículos dos cursos de saúde compromete a qualidade do atendimento oferecido a essa população. Os profissionais, muitas vezes, encontram dificuldades de comunicação, empatia e manejo seguro, o que interfere diretamente na integralidade e humanização do cuidado prestado. Conforme apontado por Assunção et al. (2020) e Barros e Cunha (2018), esses obstáculos demonstram a necessidade urgente de reformulação pedagógica que inclua treinamentos práticos e disciplinas voltadas especificamente para o atendimento a pessoas com deficiência.
A insegurança e o medo de lidar com pacientes com necessidades especiais destacam-se como desafios comuns, que poderiam ser mitigados através de experiências práticas durante a formação acadêmica. A inserção de disciplinas focadas na comunicação e na empatia com pacientes com deficiência, conforme sugerido pelos autores, ajudaria a preparar profissionais mais competentes e sensíveis. Essas mudanças no currículo não apenas elevariam o padrão de atendimento, mas também contribuiriam para a redução de estigmas e preconceitos, fortalecendo uma cultura de respeito e inclusão no ambiente de saúde.
Portanto, para superar os desafios éticos no atendimento a pacientes com deficiência, é essencial uma mudança nas diretrizes educacionais e a implementação de uma abordagem mais humanística na prática profissional. Ao preparar futuros profissionais para enfrentar as complexidades do atendimento a essa população, o sistema de saúde pode avançar em direção a um cuidado mais inclusivo e de qualidade, que respeite a dignidade e os direitos de todos os cidadãos.
5. REFERÊNCIAS
ASSUNÇÃO, M. L. B. et al. Atendimento em saúde à pessoa com deficiência e a formação inicial do profissional de saúde: o que há entre nós? Revista Brasileira de Educação Especial, v. 26, n. 2, p. 327-342, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbee/a/Zm3VXJ4MWSbRW38ZN3wQDVM/. Acesso em: 13 out. 2024.
BARROS, B. C.; CUNHA, D. P. Desafios no atendimento ao paciente portador de necessidades especiais em uma clínica escola. Id on Line Revista Multidisciplinar e de Psicologia, v. 12, n. 42, p. 919-932, 2018. Disponível em: https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/download/1384/1972/4933. Acesso em: 11 out. 2024.
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Como citar esse artigo:
VIDAL, Alice Lima; FARIAS Andreza Monique Queiroz; COSTA, Bianca Alves Lobão; et al. Desafios éticos no atendimento a pacientes com deficiência. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v.2, n.6, 2024; p. 174-180. ISSN 2965976-0 | D.O.I.: doi.org/10.59283/unisv.v2n6.013
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