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Joelton Enilson Dantas

A EDUCAÇÃO E O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NO ÂMBITO ESCOLAR

EDUCATION AND THE ROLE OF THE PSYCHOPEDAGOGIST IN THE SCHOOL SCOPE





Como citar esse artigo:


DANTAS, Joelton Enilson. A educação e o papel do psicopedagogo no âmbito escolar. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v.1, n. 3, 2023. p. 175-186. ISBN 978-65-85898-29-4 | D.O.I.: doi.org/10.59283/ebk-978-65-85898-29-4



Autor:



Joelton Enilson Dantas

Graduado em Pegagogia pelo Centro Universitário de Maringá, Especialista em Coordenação Pedagógica e Supervisão Escolar pela Faculdade Focus, Especialista em Educação Especial pela Faculdade Focus. Contato: joelton.jed@gmail.com


RESUMO

 

O presente estudo tem como objetivo central enfatizar a relevância do psicopedagogo no contexto educacional, abordando tanto sua função crítica quanto os desafios enfrentados na prática. Especificamente, investiga-se a contribuição da Psicopedagogia na promoção de um ambiente de aprendizagem eficaz, evidenciando seu papel fundamental na superação de dificuldades que impactam diretamente no processo de aprendizagem dos estudantes. Adotou-se uma metodologia descritiva, consistindo em uma revisão bibliográfica focada no papel do psicopedagogo na educação. Esta revisão abrange aspectos como a identificação, avaliação e intervenção nas barreiras ao desenvolvimento acadêmico e socioemocional dos alunos. Além disso, o estudo destaca os desafios inerentes à profissão, tais como a sobrecarga de demandas e a resistência encontrada em alguns segmentos do corpo docente. A escolha do tema justifica-se pela importância de se reconhecer e valorizar a figura do psicopedagogo no ambiente escolar. Este profissional atua como um elo crucial entre as necessidades individuais dos alunos e o currículo escolar, desempenhando um papel chave na formulação de estratégias pedagógicas que aprimorem o aprendizado. Os resultados apontam para a essencialidade do psicopedagogo no sistema educativo. Esta figura profissional não somente auxilia na identificação e superação de desafios que obstaculizam a educação, mas também fomenta a implementação de práticas inclusivas e a colaboração interprofissional. O estudo salienta a necessidade de conscientização da comunidade escolar acerca da importância do psicopedagogo, propondo estratégias para otimizar sua atuação, enfatizando a colaboração entre diferentes profissionais da educação e a promoção de uma abordagem educativa inclusiva.

 

Palavras-chave: Psicopedagogia; Desenvolvimento Acadêmico e Socioemocional; Intervenção Educacional.

 

ABSTRACT

 

The central objective of this study is to emphasize the relevance of the educational psychologist in the educational context, addressing both their critical role and the challenges faced in practice. Specifically, it investigates the contribution of Educational Psychology in promoting an effective learning environment, highlighting its essential role in overcoming difficulties that directly impact the students' learning process. A descriptive methodology was adopted, consisting of a literature review focused on the role of the educational psychologist in education. This review covers aspects such as the identification, assessment, and intervention in barriers to the academic and socioemotional development of students. Additionally, the study highlights the inherent challenges of the profession, such as the overload of demands and resistance encountered in some segments of the teaching staff. The choice of this topic is justified by the importance of recognizing and valuing the figure of the educational psychologist in the school environment. This professional acts as a crucial link between the individual needs of the students and the school curriculum, playing a key role in formulating pedagogical strategies that enhance learning. The results point to the essentiality of the educational psychologist in the education system. This professional not only assists in identifying and overcoming challenges that hinder education but also fosters the implementation of inclusive practices and interprofessional collaboration. The study underscores the need to raise awareness within the school community about the importance of the educational psychologist, proposing strategies to optimize their role, emphasizing collaboration among different education professionals, and promoting an inclusive educational approach.

 

Keywords: Educational Psychology; Academic and Socioemotional Development; Educational Intervention.

 

1. INTRODUÇÃO

 

Compreender o conceito e a relevância da Psicopedagogia no contexto escolar é fundamental para abordar os desafios que permeiam a aprendizagem dos estudantes. A Psicopedagogia é uma disciplina que se dedica ao estudo dos processos de aprendizagem e suas dificuldades, desempenhando um papel crucial na escola. Neste cenário, o psicopedagogo atua como um profissional especializado na identificação, avaliação e intervenção nas barreiras que podem prejudicar o desenvolvimento acadêmico e socioemocional dos alunos. No entanto, é importante reconhecer as limitações dessa atuação, que muitas vezes se depara com a sobrecarga de demandas, a falta de tempo para um acompanhamento mais detalhado e, por vezes, a resistência por parte de alguns educadores em colaborar plenamente com o psicopedagogo. Segundo o código de ética da ABPp, capítulo I, artigo 1º:


A psicopedagogia é um campo de atuação e saúde que lida com o processo de aprendizagem humana; seus padrões normais e patológicos considerando a influência do meio – família, escola e sociedade – no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da Psicopedagogia. (Código de ética ABPp, capítulo I, Art. 1º)

Ou seja, o Psicopedagogo desempenha um papel de mediador entre as necessidades individuais dos estudantes e o currículo escolar, além de observar e considera, como citado, as influências da família, da escola e da sociedade, buscando estratégias que favoreçam o aprendizado. Este estudo pretende explorar como a intervenção psicopedagógica pode ser otimizada, destacando a colaboração entre profissionais da educação, a promoção de práticas inclusivas e a conscientização da comunidade escolar sobre a relevância desse trabalho.


O presente material será estruturado em quatro seções principais. Na primeira, será realizada uma revisão da literatura sobre a Psicopedagogia e seu contexto histórico, além de uma análise das teorias que embasam a atuação desse profissional. A segunda seção abordará as práticas e desafios enfrentados pelo psicopedagogo nas escolas, enfatizando a importância da interdisciplinaridade e da parceria com os demais profissionais da educação. A terceira seção se concentrará em estudos de casos e pesquisas que demonstram a eficácia das intervenções psicopedagógicas no melhoramento do desempenho acadêmico dos alunos. Por fim, a quarta seção apresentará conclusões e recomendações para fortalecer o papel do psicopedagogo no contexto escolar.


Este trabalho tem como objetivo principal investigar como a atuação do psicopedagogo pode contribuir para o sucesso dos estudantes, promovendo um ambiente escolar mais inclusivo e favorável ao aprendizado. As questões de pesquisa que orientarão esta pesquisa incluem: "Como o psicopedagogo pode atuar de maneira mais eficaz na identificação e intervenção nas dificuldades de aprendizagem dos alunos?" e "Quais estratégias podem ser implementadas para promover a colaboração entre os profissionais da educação e fortalecer o papel do psicopedagogo na escola?". Por meio dessas questões, buscaremos contribuir para o avanço do conhecimento e práticas na área da Psicopedagogia, com o objetivo de melhorar o desenvolvimento acadêmico e emocional dos estudantes.

 

2.  DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

 

2.2 A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO

 

A atuação do Psicopedagogo no ambiente escolar desempenha um papel crucial na promoção do desenvolvimento acadêmico e socioemocional dos alunos. Para compreender em profundidade a vastidão dessa atuação, é imperativo explorar exemplos concretos que são amplamente documentados na literatura especializada. Um dos papéis centrais do psicopedagogo na escola é a identificação e a intervenção nas dificuldades de aprendizagem. Esse processo começa com a realização de avaliações diagnósticas criteriosas, nas quais o profissional emprega uma variedade de instrumentos, como testes psicométricos, entrevistas detalhadas e observações minuciosas, a fim de identificar as necessidades específicas de cada aluno.


Essa definição ressalta a ideia de que a avaliação não se limita a uma simples atribuição de notas ou classificações, mas envolve uma análise mais ampla do desempenho do aluno, levando em consideração as condições em que ele aprendeu e os critérios estabelecidos para a avaliação. Além disso, Luckesi enfatiza que a avaliação deve ser contínua, ao longo de todo o processo de ensino e aprendizagem, com o objetivo de orientar e melhorar o aprendizado do aluno, em vez de apenas julgar seu desempenho. Mas sem deixar que a avaliação seja a protagonista desse processo, usando-a como meio e não como fim. “A característica que de imediato se evidencia na nossa prática educativa é a de que a avaliação da aprendizagem ganha um espaço tão amplo nos processos de ensino que nossa prática educativa escolar passou a ser direcionada por uma pedagogia do exame” (LUCKESI, 2003).


Para ilustrar, considere o caso de um aluno que apresenta sintomas de dislexia, um transtorno de leitura que afeta a habilidade de decodificar palavras. Um psicopedagogo, após uma avaliação detalhada, pode identificar essa condição, compreendendo as dificuldades cognitivas, emocionais e sociais que estão afetando o desempenho do aluno. Essa identificação precoce é crucial, pois permite a implementação de estratégias de intervenção personalizadas. No caso da dislexia, o psicopedagogo pode desenvolver planos de ação que incluam técnicas específicas para melhorar as habilidades de leitura e escrita do aluno, proporcionando um ambiente de aprendizado mais acessível e eficaz. É por meio de exemplos como esse que a atuação do psicopedagogo demonstra seu valor inestimável no contexto escolar, capacitando os alunos a superar as barreiras que podem comprometer seu progresso educacional e emocional.


O psicopedagogo pode atuar de maneira mais eficaz na identificação e intervenção nas dificuldades de aprendizagem dos alunos por meio da implementação de várias estratégias e práticas:


  1. Avaliação abrangente: Realizar avaliações diagnósticas abrangentes é o primeiro passo para identificar as dificuldades de aprendizagem. Isso envolve o uso de uma variedade de instrumentos, como testes psicométricos, entrevistas detalhadas, observações em sala de aula e análise do histórico educacional do aluno.

  2. Intervenção personalizada: Com base na avaliação, o psicopedagogo pode desenvolver planos de intervenção personalizados para cada aluno. Esses planos devem ser adaptados às necessidades específicas de cada estudante e podem incluir estratégias de ensino diferenciadas, recursos educacionais especializados e apoio emocional.

  3. Colaboração com professores: Uma colaboração estreita com os professores é essencial. O psicopedagogo pode trabalhar em conjunto com os educadores para adaptar o currículo, desenvolver estratégias de ensino inclusivas e compartilhar conhecimentos sobre as necessidades individuais dos alunos.

  4. Capacitação e formação contínua: O psicopedagogo deve manter-se atualizado sobre as mais recentes abordagens e métodos de avaliação e intervenção. A formação contínua é fundamental para garantir que eles possam oferecer suporte de alta qualidade aos alunos.

  5. Comunicação eficaz: Estabelecer uma comunicação aberta e eficaz com os pais ou responsáveis é crucial. O psicopedagogo deve compartilhar informações sobre o progresso dos alunos e orientar os pais sobre como apoiar seus filhos em casa.

  6. Participação em equipes multidisciplinares: O psicopedagogo pode fazer parte de equipes multidisciplinares que incluem outros profissionais, como psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Isso permite uma abordagem mais abrangente para lidar com as dificuldades de aprendizagem.

Para promover a colaboração entre os profissionais da educação e fortalecer o papel do psicopedagogo na escola, as seguintes estratégias podem ser implementadas:


  1. Reuniões regulares: Realizar reuniões periódicas entre psicopedagogos, professores e outros membros da equipe escolar para discutir casos, compartilhar informações e planejar estratégias de apoio.

  2. Discussão de casos: Estabelecer um fórum dedicado à discussão de casos individuais, permitindo que os profissionais compartilhem insights e experiências para encontrar soluções eficazes.

  3. Formação conjunta: Promover sessões de formação conjunta em que psicopedagogos e professores aprendam juntos sobre as melhores práticas em educação inclusiva e estratégias de ensino diferenciado.

  4. Desenvolvimento de planos de intervenção colaborativos: Criar planos de intervenção que envolvam a contribuição de psicopedagogos, professores e outros especialistas, garantindo uma abordagem coordenada e abrangente.

  5. Promover a conscientização: Realizar sessões de conscientização sobre o papel do psicopedagogo na escola para educadores, pais e alunos, para que todos compreendam a importância desse profissional.

  6. Fomentar uma cultura de colaboração: Estabelecer uma cultura na escola que valorize e incentive a colaboração entre os profissionais da educação, reconhecendo que cada um desempenha um papel único na promoção do sucesso dos alunos.


Essas estratégias não apenas fortalecem o papel do psicopedagogo na escola, mas também contribuem para a criação de um ambiente educacional mais inclusivo e eficaz, onde todos os alunos têm a oportunidade de aprender e prosperar.

 

2.3 O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO

 

Além do papel central na identificação e intervenção nas dificuldades de aprendizagem, o psicopedagogo desempenha um papel igualmente importante na promoção de estratégias pedagógicas inclusivas no ambiente escolar. Em um cenário educacional cada vez mais diversificado, onde alunos com uma ampla gama de perfis de aprendizagem compartilham a sala de aula, a atuação do psicopedagogo se torna ainda mais essencial. Essa dimensão do trabalho do psicopedagogo visa garantir que todos os alunos tenham a oportunidade de aprender e se desenvolver de acordo com suas capacidades individuais, independentemente de suas diferenças e desafios.


Uma das maneiras pelas quais o psicopedagogo contribui para a promoção da inclusão é através do desenvolvimento de adaptações curriculares. Isso implica na modificação do currículo e das estratégias de ensino para atender às necessidades específicas de cada aluno. Por exemplo, um aluno com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) pode apresentar dificuldades de concentração e impulsividade, o que pode afetar seu desempenho acadêmico.


Nesse contexto, o psicopedagogo pode colaborar com o professor para criar adaptações que envolvam maior interatividade, uso de estímulos visuais e atividades práticas. Essas adaptações não apenas tornam o aprendizado mais acessível para o aluno com TDAH, mas também podem enriquecer a experiência de aprendizagem de toda a turma, criando um ambiente mais dinâmico e envolvente.


Outra maneira pela qual o psicopedagogo promove a inclusão é através do planejamento de aulas que sejam flexíveis e atendam às necessidades específicas de cada estudante. Isso requer um entendimento profundo das características individuais de cada aluno, bem como a identificação de estratégias pedagógicas que sejam eficazes para eles. Por exemplo, para um aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que pode ser sensível a estímulos sensoriais, o psicopedagogo pode colaborar com o professor para criar um ambiente de aprendizado que minimize estímulos sensoriais aversivos e forneça suporte emocional quando necessário.


Segundo Oliveira (2018):


São múltiplas as dimensões e implicações, no sentido de constituir práticas escolares inclusivas. Não basta o discurso legal ou o estabelecimento de princípios, com o intuito de que as modificações aconteçam. É necessários muito trabalho e muita dedicação, a fim de rever concepções e, a partir delas, mudar relações e estabelecer uma cultura inclusiva, a qual reconheça a diversidade como a maior riqueza da humanidade, por romper com padrões normativos e práticas pedagógicas homogeneizadoras. Entretanto, isso está, ainda, no campo das possibilidades, uma vez que, embora tenhamos o anúncio oficial de uma política de educação inclusiva, ainda há muito a ser feito, para que possamos alcançar a meta da conquista da aprendizagem escolar por todos (p.09).

 

No entanto, é importante destacar que a promoção de estratégias pedagógicas inclusivas não beneficia apenas os alunos com necessidades especiais, mas enriquece a experiência de aprendizagem de todos os alunos. Ela estimula a empatia, o respeito pela diversidade e a compreensão das diferentes formas de aprender, preparando os alunos para um mundo cada vez mais inclusivo e diversificado. Portanto, o papel do psicopedagogo na promoção da inclusão vai muito além da adaptação curricular; ele abrange a transformação do ambiente escolar em um espaço onde todos os alunos possam prosperar e alcançar seu pleno potencial acadêmico e pessoal.


É fundamental aprofundar a compreensão dos desafios e limitações enfrentados pelos psicopedagogos em seu ambiente de trabalho nas escolas. Um dos desafios mais prementes que esses profissionais enfrentam é o volume significativo de demandas que recaem sobre seus ombros. Muitas vezes, os psicopedagogos são responsáveis por atender um grande número de alunos, o que pode sobrecarregá-los e dificultar o acompanhamento minucioso de cada caso. A pressão por resultados eficazes e a necessidade de cumprir prazos apertados podem intensificar ainda mais essa sobrecarga, afetando a qualidade do atendimento prestado.


Além disso, a colaboração plena com outros membros da equipe escolar nem sempre é uma realidade fácil de alcançar. Alguns educadores podem resistir à presença do psicopedagogo em suas salas de aula, vendo-a como uma interferência em seu método de ensino ou como um sinal de que estão falhando em suas responsabilidades. Essa resistência pode criar barreiras significativas à atuação do psicopedagogo, dificultando a implementação de estratégias pedagógicas inclusivas e personalizadas.


Outro obstáculo importante é a falta de compreensão sobre o papel do psicopedagogo. Muitas vezes, existe uma crença equivocada de que esses profissionais só lidam com alunos que apresentam dificuldades graves de aprendizagem ou deficiências intelectuais. Essa visão limitada do trabalho do psicopedagogo pode levar à subutilização de suas habilidades e conhecimentos, impedindo que eles atuem de maneira eficaz na identificação e intervenção de dificuldades de aprendizagem mais sutis e na promoção de estratégias pedagógicas inclusivas para todos os alunos.


Para superar esses desafios e limitações, é essencial promover a conscientização sobre a importância do trabalho do psicopedagogo no contexto escolar. Isso pode ser alcançado por meio de programas de capacitação e divulgação que esclareçam os papéis e responsabilidades desse profissional, destacando como eles podem beneficiar não apenas os alunos com dificuldades evidentes, mas todos os estudantes. Além disso, é fundamental estabelecer uma cultura de colaboração e parceria entre os membros da equipe escolar, reconhecendo que cada um desempenha um papel único e complementar na promoção do aprendizado e do bem-estar dos alunos. O sucesso do psicopedagogo no ambiente escolar depende não apenas de sua competência, mas também do apoio e compreensão de seus colegas educadores e administradores escolares.


Para que o psicopedagogo desempenhe seu papel de maneira ainda mais eficaz na identificação e intervenção nas dificuldades de aprendizagem dos alunos, é imperativo reconhecer a importância da formação contínua desses profissionais. A educação é um campo em constante evolução, e novas abordagens, métodos de avaliação e estratégias de intervenção continuam a emergir à medida que a pesquisa avança. Portanto, a atualização constante é essencial para que os psicopedagogos estejam equipados com as ferramentas mais recentes e eficazes para atender às necessidades em constante mudança dos alunos.


Essa formação contínua não se limita apenas a aprimorar a compreensão das dificuldades de aprendizagem, mas também envolve aprofundar o conhecimento sobre as questões socioemocionais que podem afetar os alunos. Isso permite que o psicopedagogo adote uma abordagem holística, considerando não apenas os aspectos cognitivos, mas também as necessidades emocionais e sociais dos estudantes. Ao entender plenamente o impacto das emoções no processo de aprendizagem, o psicopedagogo pode desenvolver estratégias mais eficazes de intervenção e oferecer apoio emocional quando necessário.


Além disso, estratégias de comunicação eficazes são fundamentais para promover a colaboração entre os profissionais da educação. A interação regular e construtiva entre psicopedagogos, professores, diretores e outros membros da equipe escolar é essencial para uma abordagem integrada às necessidades dos alunos. Reuniões regulares de equipe permitem a discussão de casos individuais, compartilhamento de informações e planejamento conjunto de estratégias de apoio. Essas reuniões não apenas facilitam a troca de conhecimentos e experiências, mas também promovem um ambiente de trabalho colaborativo, no qual cada profissional pode contribuir com sua expertise para o benefício dos alunos.


A criação de planos de intervenção colaborativos é outra peça-chave nesse processo. Ao reunir diferentes perspectivas e conhecimentos, é possível desenvolver abordagens mais abrangentes e eficazes para atender às necessidades dos alunos. Cada membro da equipe escolar traz insights valiosos sobre os alunos, e a combinação dessas perspectivas pode levar a soluções mais criativas e personalizadas. Além disso, planos de intervenção colaborativos têm o potencial de aumentar a eficiência, garantindo que todos os esforços sejam direcionados de forma coordenada para o progresso dos alunos.


Investir na formação contínua dos psicopedagogos e promover a comunicação e colaboração eficazes entre os profissionais da educação são elementos cruciais para fortalecer a atuação desses profissionais na identificação e intervenção nas dificuldades de aprendizagem dos alunos. Essas medidas não apenas beneficiam os estudantes, mas também enriquecem a equipe escolar como um todo, promovendo uma abordagem mais integrada e eficaz para a promoção do sucesso acadêmico e socioemocional.


A integração do profissional psicopedagogo na escola é um fator que pode ter um impacto verdadeiramente significativo na qualidade da educação oferecida aos alunos. Essa integração não apenas beneficia os estudantes individualmente, mas também enriquece todo o ambiente escolar. Vamos aprofundar a compreensão dos benefícios e desafios dessa integração.


Primeiramente, os benefícios são amplos e abrangentes. A presença do psicopedagogo na escola está associada à melhoria do desempenho acadêmico dos alunos. Isso ocorre porque o psicopedagogo está apto a identificar as dificuldades de aprendizagem dos alunos de maneira precisa e oferecer intervenções personalizadas. Ao criar estratégias de ensino adaptadas às necessidades individuais de cada aluno, o psicopedagogo permite que eles superem obstáculos e desenvolvam habilidades de forma mais eficaz.


Além disso, a atuação do psicopedagogo promove a criação de um ambiente escolar mais inclusivo. Quando os alunos percebem que suas dificuldades são reconhecidas e abordadas, eles se sentem mais valorizados e apoiados, o que contribui para o desenvolvimento de sua autoestima e autoconfiança. A inclusão não se limita apenas aos alunos com dificuldades de aprendizagem; ela se estende a todos os estudantes, independentemente de suas capacidades, origens ou características individuais. Isso cria um ambiente escolar mais acolhedor e diversificado, onde todos os alunos têm a oportunidade de aprender e crescer juntos.


Outro benefício importante é a redução do abandono escolar. Quando as dificuldades de aprendizagem não são identificadas e tratadas de maneira adequada, os alunos podem sentir-se desmotivados e frustrados, o que pode levar ao abandono escolar. A intervenção precoce do psicopedagogo pode prevenir essa situação, oferecendo suporte e orientação aos alunos antes que seus problemas se tornem insuperáveis.


No entanto, para que esses benefícios se concretizem, é crucial superar os desafios e limitações mencionados anteriormente. Isso inclui a necessidade de promover uma cultura de colaboração na escola, na qual todos os membros da equipe reconheçam e valorizem o papel do psicopedagogo. A colaboração eficaz entre psicopedagogos, professores, diretores e outros profissionais da educação é essencial para garantir que os esforços sejam coordenados e direcionados para o bem-estar dos alunos.


Além da formação contínua dos psicopedagogos, se faz necessário garantir que eles tenham recursos e tempo adequados para atender às demandas de um grande número de alunos. Superar esses desafios é essencial para aproveitar ao máximo o potencial do psicopedagogo na escola e garantir que todos os alunos tenham a oportunidade de receber uma educação de qualidade, independentemente de suas dificuldades de aprendizagem. Em última análise, a integração bem-sucedida do psicopedagogo na escola é um investimento valioso no futuro educacional e emocional dos estudantes.

 

3. CONCLUSÃO

 

A atuação do psicopedagogo na escola é um tema de extrema relevância e complexidade, que abrange uma série de desafios e oportunidades. Através deste trabalho, pudemos explorar em detalhes o papel essencial desse profissional no ambiente escolar, bem como os benefícios que sua presença traz para os alunos, professores e para a própria instituição de ensino.


Ficou claro ao longo deste artigo que o psicopedagogo desempenha um papel fundamental na identificação e intervenção nas dificuldades de aprendizagem dos alunos. Sua capacidade de avaliar, diagnosticar e desenvolver estratégias personalizadas de intervenção é um ativo inestimável na promoção do sucesso acadêmico e socioemocional dos estudantes. Além disso, sua atuação se estende à promoção de estratégias pedagógicas inclusivas, tornando o ambiente escolar mais acessível e enriquecedor para todos os alunos, independentemente de suas características individuais.


No entanto, também foram abordadas as limitações e desafios que os psicopedagogos enfrentam em seu trabalho, como a sobrecarga de demandas, resistência por parte de alguns educadores e a falta de compreensão sobre seu papel. Essas barreiras não devem ser subestimadas, mas sim enfrentadas com determinação e estratégias eficazes.


Portanto, para fortalecer ainda mais a atuação do psicopedagogo na escola, é fundamental investir na formação contínua desses profissionais, promover uma cultura de colaboração entre os membros da equipe escolar e promover a conscientização sobre a importância do seu trabalho. Somente assim poderemos aproveitar plenamente o potencial do psicopedagogo como um agente de transformação na educação, contribuindo para o desenvolvimento pleno e inclusivo de todos os alunos.


À medida que avançamos no entendimento e na valorização do papel do psicopedagogo na escola, abrimos portas para um futuro em que cada aluno tenha a oportunidade de alcançar seu pleno potencial acadêmico e socioemocional. Este artigo não apenas contribuiu para o corpo de conhecimento em psicopedagogia, mas também reforçou a importância de continuar a pesquisa e o desenvolvimento nessa área crucial da educação. O trabalho do psicopedagogo é um farol de esperança para alunos que enfrentam desafios de aprendizagem, e é dever dos educadores e pesquisadores garantir que essa luz continue a brilhar cada vez mais intensamente.

 

4. REFERÊNCIAS


BOSSA, Nádia A. A psicopedagogia no Brasil. Contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes médicas, 1995.


CUNHA, Sueli de Paula. Princípios de atuação psicopedagógica, 2004.

FONSECA, Vitor da. Dificuldades de Aprendizagem: Um Enfoque Psicopedagógico. 13ª ed., Editora Artmed, 2019.


LIBÂNEO, José Carlos. A Psicopedagogia no Brasil: Contribuições a partir da prática. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.


LUCKESI, Cipriano Carlos. A Avaliação da Aprendizagem Escolar. 21ª ed., Editora Cortez, 2018.


MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer? Moderna, 2003.


PAPIM, Angelo Antonio Puzipe; ARAUJO, Mariane Andreuzzi de; PAIXÃO, Kátia de Moura Graça; SILVA, Glacielma de Fátima da (Orgs.). Inclusão Escolar: perspectivas e práticas pedagógicas contemporâneas. Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2018.


SCOZ, Beatriz J. L. A Identidade do Psicopedagogo: Formação e AtuaçãO Profissional. (in vários autores e organizadores); Psicopedagogia Contextualizada, formação e atuação profissional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

 

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Esse artigo pode ser utilizado parcialmente em livros ou trabalhos acadêmicos, desde que citado a fonte e autor(es).



Como citar esse artigo:


DANTAS, Joelton Enilson. A educação e o papel do psicopedagogo no âmbito escolar. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v.1, n. 3, 2023. p. 175-186. ISBN 978-65-85898-29-4  | D.O.I.: doi.org/10.59283/ebk-978-65-85898-29-4


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